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sábado, dezembro 22, 2007

Europa sem fronteira inclui o Leste

Já é possível viajar da Estônia a Portugal sem mostrar sequer um documento nos cerca de 4 mil km do trajeto. Com a abolição das fronteiras entre a maioria dos novos Estados-membros do Leste e o resto da União Européia (UE), caíram os vestígios da Cortina de Ferro entre o Ocidente e o bloco soviético.
Desde a meia-noite de ontem, o Espaço Schengen - que estabelece uma zona sem controle fronteiriço dentro da UE - passou a ser integrado por mais nove países: Polônia, Estônia, Lituânia, Letônia, Hungria, Eslovênia, Eslováquia, Malta e República Tcheca. O espaço tem agora 24 membros, 400 milhões de cidadãos e uma superfície de 3,6 milhões de Km².
A liberação dos controles nas fronteiras valerá apenas para as entradas terrestres e marítimas. Nos aeroportos, ainda será necessário apresentar passaporte até 30 de março.
Defensores ressaltam que a ampliação do espaço é um incentivo para o turismo e o comércio nos novos membros. Críticos, no entanto, temem que a zona ampliada leve a um aumento de crimes e que a fronteira do bloco se torne menos segura.
- Quando o espaço foi criado nos anos 80, havia o mesmo temor. Mas isso não aconteceu - ilustrou Markus Beyer, porta-voz do Ministério do Interior alemão.
Segurança
Há anos, a Frontex - agência da UE responsável pela coordenação entre os membros de Schengen - trabalha para certificar-se de que os requisitos de segurança são cumpridos. Os países tiveram de aprender a usar o Sistema de Informação Schengen (SIS), que integra os controles fronteiriços externos do bloco.
Caso uma pessoa seja impedida de entrar na Polônia, por exemplo, a segurança na fronteira dos outros países será informada automaticamente do incidente, impedindo que ela tente reapresentar o passaporte em outro local.
A sede da Frontex, em Varsóvia, na Polônia, é um claro indício de que o país pode ser a maior fonte de problemas para Schengen. Ilkka Pertti Juhani Laitinen, diretora da agência, reconhece que a imigração ilegal vinda do Leste, especialmente da Ásia Central, ainda é um desafio.
Mas os poloneses comemoraram a inclusão, dizendo que demonstra que o país está em pé de igualdade com os outros membros do bloco.
- Nossa fronteira será bem protegida - garantiu o vice-diretor do controle fronteiriço da Polônia, Andrzej Adamczyk, acrescentando que o governo investiu na compra de equipamentos como câmeras de visão noturna e novos veículos.
Conquista
A Eslovênia foi outro país que investiu pesado para ser incluído em Schengen. O governo fechou vários pontos na fronteira com a Croácia e recrutou quase 2 mil policiais para reforçar a segurança. Em 2009, entra em funcionamento o SIS II, que permitirá o armazenamento de dado biométrico e impressão digital.
Para os recém-chegados, que aderiram à UE em 2004, a abolição das fronteiras constitui a realização da sua grande aspiração e a confirmação do seu estatuto de membros de pleno direito da família européia.
Chipre, o 10º país que aderiu à UE na vaga de 2004, preferiu esperar um ano antes de dar o mesmo passo devido à complexidade da sua situação. Bulgária e Roménia, membros desde janeiro deste ano, estão no início dos preparativos.
Fonte: JB Online

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