Com morte da ex-premier e veto da Justiça Eleitoral contra Sharif, Musharraf fica sem oposição, absoluto
RAWALPINDI (Paquistão) - A líder da oposição e ex-primeira-ministra do Paquistão Benazir Bhutto morreu ontem em conseqüência de ferimentos sofridos em um ataque promovido por um homem-bomba. Logo depois do atentado, o Paquistão mergulhou em verdadeiro caos, com ações de violência em várias áreas do país.
Benazir foi atingida no pescoço por tiros quando estava entrando em um veículo para deixar o local onde havia participado de um protesto da oposição. O atacante acionou os explosivos após disparar a arma. O advogado dela, Babar Awan, declarou: "Os médicos confirmaram que ela é mártir". "Ela faleceu às 18h16 (horário local)", disse Wasif Ali Khan, um integrante do partido, no Hospital geral de Rawalpindi.
Partidários acusaram o governo do presidente Pervez Musharraf pelo ataque e começaram a gritar, em frente ao hospital para onde a ex-primeira-ministra foi levada: "Musharraf, seu cachorro". Alguns destruíram uma porta de vidro da entrada da unidade de emergência do hospital; outros irromperam em lágrimas.
Mais cedo, ocorreu outro ataque em Rawalpindi, contra partidários de outro ex-premiê do Paquistão, Nawaz Sharif, no qual foram mortas quatro pessoas. A oposição acusou partidários do governo de terem desfechado o ataque a tiros. Sharif nada sofreu. A oposição paquistanesa reuniu milhares de pessoas no protesto em Rawalpindi - o país terá eleições parlamentares em 8 de janeiro. No ataque contra Benazir, pelo menos 20 outras pessoas foram mortas. Este foi o segundo atentado contra ela.
Em outubro, quase 150 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas em Karachi na chegada da ex-premiê no país, após oito anos de exílio. Na ocasião, duas bombas explodiram perto do caminhão que a transportava. Benazir, que vivia no exílio por causa das acusações de corrupção e enriquecimento ilícito, retornou ao país após meses de negociação com Musharraf.
Cotada para voltar a ser primeira-ministra, tinha o apoio da maioria de mais de 50% dos eleitores paquistaneses. Nascida em 1953, Benazir Bhutto era filha do ex-premiê do Paquistão Zulfikar Ali Bhutto. Também foi a primeira mulher a governar um país de maioria islâmica no período pós-colonial.
Governou o Paquistão de 1988 a 1990, quando foi afastada por denúncias de corrupção, e novamente governou o país entre 1993 e 1996, quando também foi afastada em seguida a acusações de corrupção. Em 1998, partiu para o exílio em Dubai e depois rumou para a Inglaterra, regressando ao Paquistão em outubro deste ano.
Protestos
Pelo menos 14 pessoas morreram nos distúrbios ocorridos em várias cidades do Paquistão após o assassinato da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto. O crime Benazir aprofundou a crise política do país e criou um vazio na liderança do maior partido de oposição, o Partido Popular do Paquistão, apontado como o provável vencedor das eleições do dia 8 de janeiro.
Dez pessoas morreram em tiroteios na cidade sulista de Karachi, onde partidários de Benazir incendiaram vários veículos e postos de gasolina. Outras duas pessoas morreram na cidade de Lahore (oeste), onde seguidores da líder opositora também incendiaram lojas, ônibus e carros. A polícia disparou contra enfurecidos manifestantes na localidade de Tando Allahyar, na Província de Sindh, matando uma pessoa.
Outro homem morreu durante um tiroteio no distrito de Khaipur, também em Sindh, a província natal de Benazir. Manifestantes bloquearam várias estradas do país e gritaram slogans contra o presidente Pervez Musharraf, acusando-o de cumplicidade na morte de Benazir.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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