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quarta-feira, junho 13, 2007

Lula defende irmão e ataca a Polícia Federal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender ontem o irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, e diz não acreditar em seu envolvimento na máfia dos caça-níqueis: “Não acredito que Vavá seja lobista porque ele está mais para ingênuo do que para lobista”, afirmou. Vavá foi indiciado na segunda-feira acusado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário, segundo informações da PF. “Conheço-o há 61 anos e duvido que ele tenha feito algo”, disse. E afirmou sobre o irmão que “num cardume de pintados, o Vavá parece um lambari nessa história”, disse. “Qual é a vantagem? É que é um lambari especial porque é irmão do presidente da República.” Segundo ele, não há intermediários fazendo lobby para empresários: “Quando esses caras querem fazer negócio, procuram direto o ministro”. Lula voltou a defender o trabalho da PF nas investigações e diz que não há favorecimento: “Todos os meus irmãos sabem o comportamento. Não existe favor a irmão, amigo ou adversário”. Lula também falou sobre o outro irmão, José Ferreira da Silva, o Frei Chico, que teria ligado para prevenir Vavá, de acordo com a Polícia Federal. Lula disse que não tem controle sobre seus dois irmãos, até porque eles são mais velhos que ele. “Eles é que deveriam ter controle sobre mim porque são mais velhos do que eu. E é assim que ocorre no Nordeste. Os irmãos mais velhos cuidam dos mais novos”, afirmou. Apesar da defesa que fez dos irmãos, Lula disse que se eles erraram, devem pagar por isso. “A lei é para todos”, afirmou, mas emendou: “Se o Vavá foi a algum Ministério e entregou um papel, duvido que tenha conseguido fazer um lobby na vida. Pois o conheço há 61 anos. Duvido que ele tenha feito algum lobby no governo”, afirmou. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente o papel da Polícia Federal na divulgação de processos que correm sob sigilo. “Estou vivendo um momento de reflexão, porque temos uma escuta telefônica que faz parte de um processo, que deveria ser sigiloso. Ao delegado (da PF) cabe investigar e não ficar passando informação para a imprensa”, criticou. Segundo o presidente, a Polícia Federal “é uma instituição que tem um poder enorme e, por essa razão, sua responsabilidade aumenta, e destacou que não é possível que eventuais problemas internos da instituição possam servir de instrumento para a divulgação de processos sigilosos”.
Greve de professores acirra clima político
Nos últimos dias, a greve dos professores repercutiu politicamente mais ainda, principalmente com os boatos da ameaça de prisão do presidente da APLB, Rui Oliveira, e a preocupação com a possível perda do ano letivo por parte dos alunos. O diretor da APLB, Joel Câmara, estranha a situação. “Nem os governos passados agiram dessa forma. Como voltar, se a greve existe justamente porque o governo não quis negociar?”. Já o secretário de Educação, Adeum Sauer, acusa que foram os sindicalistas que abandonaram as negociações. Ontem, através de sua assessoria, ele negou as acusações de que o governo tenha ameaçado de prisão o presidente do sindicato, Rui Oliveira. Na Assembléia Legislativa, João Carlos Bacelar (PTN) disse: “Estranhamos a posição do governador Jaques Wagner, um sindicalista que teve a APLB como aliada, e agora nega um aumento justo e não recebe os representantes dos professores”. Já Zé das Virgens, líder da bancada do PT, cauteloso, advertiu que houve precipitação do sindicato em se afastar da mesa de negociação.
Fonte: Tribuna da Bahia

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