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quarta-feira, junho 13, 2007

Geddel diz que transposição é decisão tomada

“A igreja não governa”
O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (BA), disse ontem que a obra de transposição do Rio São Francisco é uma “decisão política do governo” e que, por isso, não adianta alguma ala da Igreja Católica e movimentos sociais contrários quererem a sua paralisação, porque não estão “legitimados para governar”. Segundo Geddel, manifestações contrárias à obra, como a greve de fome feita pelo bispo de Barra (BA), frei Luiz Cappio, há quase dois anos, não terão efeito. O ministro disse que os críticos devem entender que a delegação para a obra é do governo e que eles poderão apenas “melhorar o projeto”. Ele afirmou que as críticas à transposição ocorrem por “ignorância e falta de entendimento” sobre o projeto. “Quem está legitimado para governar é quem, nas praças públicas, nas universidades, conseguiu a delegação popular para governar. Esse foi o presidente Lula, que me convocou para, com a sua delegação, pôr em prática a obra, dialogando e aberto para críticas, mas ciente de que nós vamos fazer a obra.” Geddel começou ontem, por Minas Gerais, uma “caravana” da nascente à foz do São Francisco. Ele partiu com a disposição de tentar mostrar aos que se opõem à transposição nos Estados por onde passa o rio (MG, BA, SE, AL e PE) que não há nenhum dano a esses territórios e que as exigências que fazem sobre a necessária revitalização já acontece. Ele disse que está disponibilizado R$ 1,3 bilhão para obras de revitalização até 2010. Muitas dessas obras, disse, já estão em curso nos cinco Estados e outras ainda dependem de projetos enviados por prefeituras. São obras na área de saneamento e recomposição de matas ciliares, principalmente. O valor representa 26% do total orçado para a transposição (cerca de R$ 5 bilhões). É também com esse argumento econômico que ele vai tentar acalmar os líderes políticos dos Estados críticos à obra, como o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), com quem Geddel se reuniria à noite. “Recebi de forma expressa do presidente Lula a ordem para dizer que ele garante que recursos não vão faltar para a revitalização, desde que haja projetos.” Ambientalistas mineiros seguem se opondo. Durante a entrevista que concedeu em um hotel em Belo Horizonte, integrantes de uma ONG contestaram a obra. Do lado de fora, dez faixas foram estendidas, sendo oito sem assinatura. Algumas faziam referência a eventuais casos de corrupção, citando a Gautama, empreiteira sob investigação da Polícia Federal. “Operação Navalha ainda não cortou a transposição, mas cortará”, dizia uma delas.
Ministro anuncia as obras
O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, anunciou, ontem, a liberação de cerca de R$ 142 milhões para serem aplicados em diversas obras que vão contribuir para a revitalização do Rio São Francisco. Os recursos vão beneficiar os municípios de Bombuí e região, Lagoa da Prata e São Roque de Minas, todos em Minas Gerais. Eles serão aplicados na recuperação da mata ciliar, assorea-mento do Rio, contenção de encostas, educação ambiental, além de saneamento. As verbas vão ser aplicadas também no programa SOS São Francisco e o Parque Nacional Serra da Canastra. Hoje à tarde, Geddel estará em Bom Jesus da Lapa, onde deverá divulgar as ações do governo federal nos municípios baianos banhados pelo Velho Chico e os respectivos valores discriminadamente. O programa de visitas do ministro ontem começou por volta das seis horas da manhã. Ele esteve inicialmente em Bombuí, onde foi recepcionado por lideranças políticas e populares. De lá seguiu de helicóptero, para São Roque, na nascente do São Francisco, na Serra da Canastra, e à tarde voltou a dar novas explicações sobre a proposta de transposição do rio, em Pirapora, ainda em Minas. No município, Geddel foi alvo de uma pequena manifestação contrária ao projeto do governo federal na entrada do hotel em que ficou hospedado. Hoje, o ministro faz uma viagem no barco Benjamim Guimarães, de Pirapora a Barra do Guaicuí. (Janio Lopo - Editor de Política)
Decisão do PT “acalma” coalizão
A decisão do Partido dos Trabalhadores (PT) de, pelo menos por enquanto, permanecer na base de apoio ao prefeito João Henrique, embora tenha dividido correntes petistas soou como música aos ouvidos das principais legendas de coalizão. O PSB, que se mostrou insatisfeito pela forma unilateral em que o PT estava agindo, é só sorrisos. Assim como o PCdoB, que já descartou até mesmo a possibilidade de candidatura própria em prol da repactuação com a administração municipal. Quanto ao PMDB, partido considerado hoje, pelo seu crescimento, como grande promessa das próximas eleições, está em clima de festa para receber o seu mais novo filiado, o prefeito, que, na próxima segunda-feira oficialmente veste a camisa do time peemedebista. Esta foi a decisão mais acertada, conforme o deputado estadual socialista Capitão Tadeu (PSB). “Este não é um momento de rompimento, mas sim de se unir forças. Portanto, o PT não poderia agir sozinho e abandonar o bloco que elegeu João Henrique. A hora é de se corrigir os rumos da prefeitura, de se repensar uma forma de atuação e recuperar a simpatia popular”, enfatizou. A deputada federal Lídice da Mata (PSB), inclusive, já havia, demonstrado sua preocupação com os riscos de uma ruptura unilateral por parte do PT. Para o comunista Javier Alfaya (PCdoB), a aposta é na unidade de forças que sustenta os governos Jaques Wagner e João Henrique. Na sua opinião, a princípio esta coligação é que deve sustentar a disputa das eleições de 2008. “E assim como o PT, continuamos com o prefeito”, destacou. A possibilidade de candidatura própria só se justifica, conforme Javier, “se nós aplicarmos em Salvador a política nacional de lançarmos o máximo de candidatos, onde houver dois turnos”. O presidente regional do PMDB, Lúcio Vieira Lima, por sua vez, avalia a atitude como “bastante madura”, já que, segundo ele, o partido faz parte do governo e não tinha nenhuma razão explícita para “abandonar o barco”. “Agora é partir para a conversa e se colocar em prática a repactuação das alianças e metas para a administração municipal”, enfatizou. O próprio líder do PT na Assembléia Legislativa, Zé das Virgens, afirmou que “para mim, quem faz aliança tem que seguir até o fim”. Já o oposicionista João Carlos Bacelar (PTN) disse que “tomara que não seja uma atitude que fira a ética, apenas para se manter no poder, preservar os cargos na administração e depois abandonar e lançar candidato”. No próximo dia 27, o diretório municipal se reúne novamente quando será decidido o rumo. (Fernanda Chagas)
Relator da CPI vê um novo apagão aéreo
O relator da CPI do Apagão Aéreo da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), vai recomendar ao governo federal o aumento no repasse de recursos para obras de infra-estrutura nos principais aeroportos do país. Maia vai incluir a recomendação no relatório final da CPI por considerar que, sem mudanças na estrutura aeroportuária, os brasileiros serão vítimas de um novo “apagão” no setor aéreo. “Se não tivermos a infra-estrutura necessária, teremos um apagão no setor. Não significa que os investimentos não foram adequados. Mas é necessário fazer novos investimentos nessa área. O papel da CPI é propor sugestões”, disse. Em depoimento à CPI, ontem, o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero, admitiu que um “apagão” pode atingir o transporte aéreo de cargas nos próximos três anos se não forem realizados investimentos no setor. Pereira disse, no entanto, que o governo prevê investimentos até 2008 que vão impedir uma crise no transporte aéreo de cargas até 2015.
Fonte: Tribuna da Bahia

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