O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, desembargador Roberto Wider, é persistente. Desde a eleição passada insiste em eliminar do pleito candidatos com contas a pagar na polícia ou na Justiça. Perdeu a primeira batalha, voltou à guerra. Orienta os juízes eleitorais a banirem das listas a serem apresentadas pelos partidos pretendentes com ficha criminal e com processos por improbidade administrativa. De saída, deixa de fora do páreo, antes mesmo de os palanques montados, pelo menos nove dos atuais prefeitos do Rio, passíveis de reeleição.
A relação, se prevalecer, irá ceifar centenas de concorrentes a prefeituras e às câmaras municipais no futuro. Não é de agora que se clama por chapas íntegras, de cidadãos dispostos a se dedicar às questões municipais com seriedade e competência. Sem desvios de conduta. Tenha a sentença transitado, ou não, em julgado.
Aliás, é nesse quesito que reside o entrave à pretensão do presidente do TRE-RJ. O Tribunal Superior Eleitoral de há muito tem jurisprudência contrária à ação moralizadora do desembargador Wider. Entende que qualquer candidato tem direito à sigla para concorrer, sob investigação policial ou judicial, caso o processo ainda esteja em fase de julgamento. Só será impugnado, se condenado. Esta é a posição do atual presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, um dos críticos da operação ficha-limpa adotada pelo tribunal fluminense.
Nesse jogo de pressões, a sugestão mais equilibrada é do presidente da Associação Brasileira de Magistrados, Procuradores e Promotores Eleitorais, o maranhense Marlon Reis. Em entrevista publicada ontem no Jornal do Brasil, propõe um meio termo entre a determinação de Wider e a absoluta obediência à Lei das Inegibilidades do ministro Marco Aurélio. "Em alguns municípios, muitas ações civis públicas se baseiam em denúncias criadas pelos adversários e o processo costuma demorar mais do que os quatro anos de mandato para ser julgado", salienta.
Reis levanta dois pontos interessantes. É comum, no jogo político paroquial, a troca de acusações sem necessariamente a apresentação de provas contundentes e precisas das ações de improbidade administrativa. Da mesma forma como o tempo legal está anos-luz distante do tempo real. E os autos levam anos passeando pelos escaninhos da Justiça antes da sentença. Por isso, o juiz eleitoral do Maranhão sugere que se puna com a impugnação da candidatura o pretendente a cargo eletivo já condenado em primeira instância, com sentença desfavorável na segunda instância, sem precisar esperar pelos tribunais superiores.
Qualquer que seja a solução a ser adotada, não se pode deixar de elogiar a orientação do presidente do TRE do Rio. A limpeza ética dos candidatos pela ficha policial ou judicial é antiga cobrança da sociedade e permitirá elevar o exercício dos mandatos, seja no Legislativo, seja nos Executivos.
Fonte: JB Online
Certificado Lei geral de proteção de dados
Em destaque
Atentado contamina 2026 com passos calculados de Lula, Bolsonaro e governadores cotados
Foto: Antonio Augusto/Arquivo/Divulgação Fachada do STF 18 de novembro de 2024 | 06:57 Atentado contamina 2026 com passos calculados de Lu...
Mais visitadas
-
Essa lista preliminar de secretários na administração de Tista de Deda em Jeremoabo traz a expectativa de que todos assumam com compromiss...
-
. A recente tentativa do prefeito de Jeremoabo e seu conluio de , de contestar o resultado eleitoral que favoreceu Tista de Deda parece te...
-
. Em Jeremoabo, há uma situação tensa envolvendo o descumprimento de uma determinação judicial por parte da administração do prefeito e ...
-
O texto traz uma denúncia de hostilidade contra a Igreja Católica em Jeremoabo, destacando um episódio específico em que um indivíduo conhec...
-
. Mais uma vez, a tentativa de reverter a decisão judicial sobre a vitória de Tista de Deda em Jeremoabo se mostrou infrutífera. O recente...
-
Promessa antes das eleições: Depois da derrota das eleições: O episódio envolvendo o Moto Fest 2024 em Jeremoabo é emblemático do uso polí...
-
A situação relatada em Jeremoabo, envolvendo o suposto concurso público fraudulento, reflete uma prática recorrente em algumas gestões púb...
-
Aproveita os útimos dias de seu perverso desgoverno, jamais tu serás prefeito de Jeremoabo. A situação que ocê descrevo parece ser um caso...
-
. A questão das candidaturas fictícias em Jeremoabo, supostamente utilizadas para fraudar a cota de gênero nas eleições municipais, é um e...
-
É realmente preocupante que um cidadão, ao buscar transparência e justiça no processo eleitoral, sinta-se ameaçado e precise considerar at...