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terça-feira, dezembro 11, 2007

DEM e PSDB ameaçam os infiéis com expulsão

Leandro Mazzini Brasília
Depois de meses de luta contra a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o medo de ver uma defecção na bancada a favor do governo levou ontem o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), ao plenário do Senado. Tanto Maia quanto o líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (AM), fizeram esforços para confirmar com os aliados o "não" que pode se concretizar na votação dos próximos dias. Mas, de antemão, mandaram o recado: haverá punições imediatas para infidelidades.
O caso do DEM é mais complicado. Para Romeu Tuma (PTB-SP) e César Borges (PR-BA), até dois meses atrás Democratas e hoje governistas, Maia esboça uma reação de cobrar no Supremo Tribunal Federal os mandatos da dupla pela troca de partido caso votem a favor do governo. A preocupação do DEM, no entanto, é com os dois senadores de Mato Grosso, Jayme Campos e Jonas Pinheiro. A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eles são assediados pelo governador do Estado, Blairo Maggi (PR), que prometeu a Lula converter o voto de ambos, mas não disse como. A dúvida de Jonas Pinheiro em contrariar o DEM, que fechou questão de bancada, foi prova de que Maggi alcançou os ouvidos do democrata. E irritou Rodrigo Maia, que ameaça expulsar quem ajudar o governo.
- O Blairo é do PR, que ele cuide do partido dele, que tem uma história feia - criticou o presidente do DEM, usando o adjetivo para se referir ao caso do mensalão, no qual o PR foi envolvido.
Maia assegurou que não haverá problemas na bancada. Jayme Campos, outro senador que conversou com Blairo, ainda não se pronunciou. Mas a consulta feita por Jonas ao diretório estadual do DEM, que o liberou para votar, não terá o mesmo efeito no diretório nacional, garantiu Rodrigo Maia.
- Não vai acontecer isso em hipótese alguma (voto a favor da CPMF). Os senadores do DEM fecharam questão. O diretório estadual não tem nenhuma autoridade para liberar o voto do senador Jonas Pinheiro, e ambos sabem disso. Se ele contrariar uma decisão que ele mesmo ajudou a tomar seguramente será punido. A punição vai de uma advertência à expulsão com perda de mandato - avisou Maia.
Questão fechada
O líder do DEM, Agripino Maia (RN), endossou.
- Não há mais o que discutir. O partido já fechou questão e tomará uma posição contra quem desobedecer. Eu espero que o senador Jonas Pinheiro tome a posição que ele mesmo assumiu diante do partido.
O PSDB, que não fechou questão mas vive ainda sob o cerco do Planalto, também ameaça os senadores. Eduardo Azeredo (MG), aliado do governador mineiro Aécio Neves, de quem sofre pressão, disse ontem que é voto contra, mas estava disposto ao diálogo com o governo se houvesse proposta. Arthur Virgílio não gostou.
- Vamos votar unidos, a bancada terá um voto só - lembrou Azeredo. - O que pode haver é alguma proposta do governo que seja relevante e que possa ser discutida. Tempo para isso há. Se eu fosse governo hoje, buscaria uma solução.
Ao saber da queda de Azeredo pró-CPMF, Virgílio foi taxativo no recado. Disse que não recebe "há muito tempo" ligação de governadores pedindo voto, e que o PSDB vai manter a posição.
- Não sei que tipo de pressão o senador Azeredo sofre, mas o PSDB vota contra.
Fonte: JB Online

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