Brasília - Embora reconheça que, no segundo mandato do governo Lula, tenha dedicado mais tempo à sua carreira artística que ao papel de ministro da Cultura, Gilberto Gil não admitiu ter negligenciado a pasta, como afirmam críticos.
“Não me incomodam as críticas porque não me sinto responsabilizado por nenhuma atitude realmente negativa em relação a isso”, disse Gil, ao anunciar sua saída. “Embora tenha que reconhecer que a balança tendia mais para o incremento da atividade [artística]”, completou.
Dedicar mais tempo à carreira foi a justificativa de Gil para deixar o comando do ministério, depois de cinco anos e meio no governo do presidente Lula. Os dois reuniram-se nesta quarta-feira, 30, à tarde para a despedida.
Segundo o ex-ministro, a agenda de shows e outros compromissos artísticos aumentaram nos últimos dois anos, dificultando a conciliação com as atividades do ministério. Essa foi a terceira vez que ele pediu a Lula para deixar o governo.
“Encontrei o presidente, pela primeira vez, sensível a isso, mais tranqüilizado com relação ao ministério em si e à própria transição”, disse. “O presidente, finalmente, entendeu que assim é e me liberou”, acrescentou.
Dever cumprido - Gil disse que o primeiro pedido para deixar o cargo foi feito em 2006 e o segundo, no final do ano passado. O cantor afirmou que acabou permanecendo mais tempo, a pedido de Lula.
Ele disse ainda que deixa o ministério com sentimento de dever cumprido, mas lamentou não ter conseguido mais recursos para a pasta. “A gente poderia ter chegado a um orçamento mais generoso.
As dificuldades todas das contas governamentais, o superávit, essas coisas todas conhecidas de todo mundo, fizeram com que não atingíssemos a meta de 1% [do orçamento] desejado por nós”, reclamou.
Gil será substituído interinamente por Juca Ferreira, atual secretário-executivo. Segundo ele, depois que o presidente Lula voltar de sua viagem a China, quando irá participar da abertura das Olimpíadas de Pequim, Ferreira deve ser efetivado no cargo. Conforme Gil, Lula e o secretário devem se reunir antes da viagem.
Para Gil, a música que mais representa sua gestão é Refazenda, composição que gravou, em 1975, ao voltar ao Brasil depois do exílio em Londres, por causa da ditadura militar.
“A música que escolheria é Refazenda que, por caso, se refere ao Planalto Central e às pragas planaltinas. O governo do presidente Lula significa uma refazenda extraordinária no país”, respondeu.
“Amanhã será tomate, anoitecerá mamão”, citou o trecho da letra e brincou que estaria até disposto a ceder a música para o governo Lula. “Refazenda é uma música que eu cederia como jingle”, disse bem-humorado.
Antes filiado ao Partido Verde (PV), Gil admitiu ter saído do partido. “Não gostaria de ter ligações partidárias”, explicou. Questionado se planeja candidatar-se a algum cargo público no futuro, o ministro respondeu: “Nem pensar”.
No anúncio de sua saída, o cantor estava acompanhado da esposa Flora Gil. Ao falar sobre os próximos projetos fora do ministério, ele disse que lançará um disco e a segunda fase de um projeto chamado Banda Larga, “que engloba responsabilidades de artista e cidadão, com relação aos avanços e à maneira como a sociedade tem que encarar esses avanços”.
Fonte: A TARDE
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