Ao entregar ontem, na Assembléia Legislativa, a proposta do Plano Plurianual 2008-2011, o governador Jaques Wagner fez um convite explícito aos deputados de oposição para se integrarem às forças governistas em reconhecimento a um “projeto político contemporâneo e democrático”, cujo objetivo é a “inclusão social”. Diferentemente da primeira-dama, Fátima Mendonça, que atribuiu a adesão a “falta de vergonha”, Wagner assegurou “os que adensaram nossas fileiras“ por entenderem que a Bahia vive um momento voltado para o futuro “foram, são e serão muito bem-vindos”. O líder da oposição, Gildásio Penedo (DEM), em resposta, disse que “era o mínimo que o governador poderia fazer depois da entrevista da primeira-dama, ratificada na TV Assembléia pelo secretário Edmon Lucas, para quem, de fato, existem alguns ‘apressadinhos’ em que o governo não tem interesse. Ele vem cooptando deputados nesses sete meses e deveria até ser mais enfático na defesa de seu projeto político de ampliar a base de apoio”. Entretanto, Penedo tem convicção de que a oposição não vai “perder musculatura”, e explicou os motivos de sua crença: “Neste momento, é muito mais interessante se manter no papel de oposição, até porque, hoje, o povo baiano está percebendo que o governo não conseguiu encontrar seu rumo. Esperamos que em determinado tempo consiga divisar seu norte, já que ainda não deu essa sensação à Bahia e aos baianos”. Sobre o PPA, o governador revelou sua crença de que “não é uma peça do interesse do governo ou da oposição, mas do interesse sincero de todos nós em favor do povo baiano”. Destacando que seu “exército” vem acumulando forças, disse que começou “com pouco”, venceu a eleição “com mais alguns” e agora está aberto a novos apoios, apesar de a prática de cooptação, aparentemente, ter entrado em compasso de espera. Uma situação emblemática é a que envolve PR e PP. Desde o início do governo citados como possíveis aliados de Wagner, os dois partidos, cada um com cinco parlamentares, ainda não chegaram a um entendimento, embora o processo tenha ganhado força nos últimos 30 dias. A questão é que cada um exige uma secretaria e o governador não parece disposto a atender para não desarrumar sua base, que, mal ou bem, tem lhe garantido sustentação na Assembléia. Indagado se os partidos vão continuar “nesse vai-não-vai”, o governador afirmou que “a discussão está sendo feita, é normal. O processo político começa e vai amadurecendo, e as conversas devem prosseguir”. Lembrando que PP e PR já integram a bancada federal de apoio ao presidente Lula, Wagner declarou: “Eles demonstram vontade de estar conosco nessa caminhada, e aí é uma questão de costurar os detalhes”. (Por Luis Augusto Gomes)
“Ministério” não mudará
A nomeação de um novo conselheiro para o Tribunal de Contas do Estado, para suceder o ex-deputado Ursicino Queiroz, recentemente falecido, pode ser um facilitador para a rearrumação que o governo pretende fazer com sua maioria no Legislativo. A vaga está sendo disputada pelos deputados Paulo Câmera (PTB), ex-carlista que aderiu a Wagner logo após a eleição, e Zilton Rocha, petista histórico, lançado por sua bancada. O impasse se estabeleceu porque, de um lado, o PT não aceita Câmera, por entender que, além de não ser confiável, já recebeu seu quinhão por ter se integrado ao governo, e seria demais, agora, ganhar um cargo vitalício, de muito prestígio e poder, com um salário de R$ 22 mil e mordomias. De outro lado, o PMDB, aliado do governo, e os partidos de oposição não engolem Zilton, que, pela fama de “radical”, foi até excluído, no início do ano, da indicação para a presidência da Casa. Um deputado que ainda se mantém nos quadros da oposição, de excelente trânsito entre seus pares, disse que ele próprio se disporia a enfrentar Zilton Rocha no plenário por ter certeza de que venceria, apesar de sua bancada ser minoritária. Para isso, naturalmente, contaria com um racha “inevitável” entre os governistas, “que não ocorreria se o candidato fosse, por exemplo, Zé das Virgens”, um petista que a oposição aceitaria. Para resolver a questão, só mesmo um terceiro nome, de fora da Assembléia, e o governador sonha com a indicação de Fernando Schmidt, seu chefe-de-gabinete. Mas aí esbarra-se em outro obstáculo: a vaga existente deve ser preenchida dentro da cota constitucional de dois terços reservada ao Poder Legislativo. O próprio deputado indica a saída: “Poderia haver um acordo, a Assembléia acataria Schmidt e, no próximo ano, duas vagas a serem abertas com aposentadorias antecipadas seriam preenchidas com indicações dos governistas e da oposição”.(Por Luis Augusto Gomes)
Compromisso com a sociedade
O Plano Plurianual que a Assembléia passa a apreciar envolve uma projeção de investimentos da ordem de R$ 83 bilhões para o período 2008-2011. A distribuição dos recursos, segundo Jaques Wagner, demonstra um “compromisso com a sociedade” que corresponde à pregação de sua campanha: a área social receberá 48,4% a mais e a econômica, 13,8%. No sentido oposto, as verbas destinadas à área institucional – que inclui, por exemplo, a propaganda – terá 23,2% menos recursos. Não são recursos plenamente garantidos, pois vão depender da receita própria, de repasses federais e de empréstimos a serem contraídos em instituições nacionais e internacionais. Por isso, a oposição faz ressalva: “Se tudo for cumprido, ótimo, mas se não for, uma grande frustração pode ser imposta à sociedade”, ponderou o líder da minoria, Gildásio Penedo. Na mesma linha, ele considera temerária a projeção de investimentos com um incremento de 559% em relação ao PPA anterior, considerando a peça, nesse aspecto, uma carta de intenções difícil de ser concretizada. “No entanto”, completou, “vamos nos debruçar sobre a matéria com o intuito de contribuir, se necessário com emendas, para corrigir os rumos, que é nosso papel, respondendo aos anseios do povo baiano”. O governador Wagner destacou o caráter democrático do PPA, que teve a contribuição de mais de 12 mil pessoas em todo o Estado “e não é só produto de gabinete, embora o serviço público tenha técnicos de reconhecida competência”. Ele entende que “governar é compartilhar as decisões com a população, porque não é possível alguém pretender gerir uma sociedade imaginando que as melhores soluções só podem sair de sua própria cabeça”. (Por Luis Augusto Gomes)
Presidente da Conder visita TB
A presidente da Conder, Maria Del Carmen, fez uma visita de cortesia ontem à Tribuna da Bahia, quando aproveitou para fazer um balanço da sua administração à frente do órgão e falar sobre os projetos em execução e os que deverão ser executados durante o governo Wagner. Ela foi recebida pelo diretor presidente do jornal Walter Pinheiro, e esteve acompanhada dos seus diretores Armindo Gonzalez (Obras), Luiz Lessa (Finanças) e Lívia Gabrielle (Planejamento), que também lhe ajudaram nas informações.
Fonte: Tribuna da Bahia
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