BRASÍLIA - Na véspera da sessão que decidirá se cassa ou absolve o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por quebra de decoro parlamentar, o Palácio do Planalto não parecia mais preocupado com o destino de seu fiel aliado e sim com o nome do sucessor. Caso Renan venha a perder o mandato, ou a renunciar - ao mandato ou à presidência, hoje -, o Planalto vai trabalhar com uma lista de senadores do PMDB, pela ordem de favoritismo José Sarney (AP), Gerson Camata (ES) e Garibaldi Alves Filho (RN).
Depois de revelarem que o governo torcia por Renan, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já admitiam que a situação do senador se agravou muito. E que Renan estará arruinado politicamente, mesmo que receba de seus pares a absolvição no processo por quebra de decoro parlamentar.
Assim, na avaliação do governo, Renan terá poucas condições de comandar a presidência do Senado, aconteça o que acontecer com ele. Se ficar, continuará a ser um irradiador de crises. Isso o governo não quer, porque vai atrapalhar a votação de qualquer projeto importante, principalmente da emenda constitucional que prorroga para até 2011 a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Embora a maior torcida seja para que Sarney substitua Renan, no caso de vacância do cargo de presidente, o governo sabe que não terá facilidades para eleger o ex-presidente da República e ex-presidente do Senado. O PSDB já anunciou que trabalhará contra Sarney.
Como a situação é emergencial, não é bom eleger um presidente num clima de batalha. A segunda opção seria o senador Gerson Camata. Ele até já foi procurado por emissários do governo, que falaram da situação. Acontece que Camata, embora não seja de oposição, quer permanecer independente.
A terceira opção seria Garibaldi Alves, que ontem anunciou o voto pela cassação de Renan. Garibaldi tem mágoas do governo petista, que na eleição passada apoiou a candidatura de Wilma Faria (PSB) ao governo do estado, derrotando-o.
Mas há sinais de que ele aceitaria o convite do Planalto, visto que os dois lados vêm se entendendo há alguns meses. O presidente Lula nomeou para a diretoria-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) o ex-deputado estadual Elias Fernandes (PMDB), afilhado de Garibaldi e do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
Especulações
Os partidos de oposição trabalham pela eleição de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que embora seja de um partido da coalizão de governo, é de oposição, mas os governistas já disseram que não aceitam a candidatura de Jarbas. Na lista de especulação sobre possíveis sucessores de Renan Calheiros, se falava ontem até no nome do senador Marco Maciel (DEM-PE), numa espécie de exercício de conciliação.
Acontece que essa engenharia é de todas a mais difícil, visto que o PMDB é o dono da vaga de presidente. Para que desse certo, teria de envolver uma negociação gigantesca, até mesmo com o DEM, que hoje é o mais radical opositor do governo de Lula.
No caso de vacância do cargo de presidente do Senado, o vice, Tião Viana (PT-AC), terá de convocar eleição de um novo presidente em cinco dias úteis. Diz o Regimento Interno do Senado que a eleição deve ocorrer nesse prazo. Mas quando Jader Barbalho (PMDB-PA) renunciou à presidência do Senado, em 2001, o vice Edison Lobão (DEM-MA) usou os cinco dias para convocar a eleição para daí a 30 dias.
Na ocasião, o então presidente Fernando Henrique Cardoso foi atrás do ex-senador Ramez Tebet (PMDB-MS), que era ministro da Integração Nacional. Tião Viana disse que, se tiver de convocar eleição, usará os mesmos critérios de Lobão.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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