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terça-feira, abril 11, 2006

O VOTO NULO NÃO ANULA ELEITOR, TRANSFORMA-O EM CIDADÃO

Por: Fábio de Oliveira Ribeiro

Resposto a autora da tese de que o VOTO NULO anula o eleitor.
Está circulando pela Internet um boletim da Associação Paulista de Defesa dos Direitos e das Liberdades Individuais (w w w . a p a d d i . o r g . b r), de autoria de Sandra Cavalcanti, deputada federal constituinte, secretária de Serviços Sociais no governo Lacerda, fundadora e presidente do BNH, e-mail: sandra_c@ig.com.br, defendendo a tese de que o VOTO NULO é uma forma do eleitor se anular. A teoria de que o VOTO NULO anula o eleitor é uma bobagem que não resiste a dois parágrafos. Seus defensores se esquecem que votar não é a única maneira do cidadão se manifestar politicamente. O cidadão pode legitimar o sistema representativo e os partidos que existem, mas pode também enterrá-lo caso esteja sendo prejudicado. Ao contrário do que alegam os defensores da referida tese, o VOTO NULO não só não anula o eleitor como o transforma num verdadeiro ser político, já que o transforma em sujeito de sua própria história e representante de si mesmo. Além disto, se o VOTO NULO anulasse o eleitor ele seria ilegal. Não é porque TODO PODER EMANA DO POVO E PODE SER POR ELE EXERCIDO. Os autores desta tese estapafurdia deveriam ler o texto SIM SOMOS ACOMODADOS!, de autoria do Professor de Literatura Alessandro Eloy Braga ( http://www.espacovital.com.br/artigoalessandro0605.htm) Concordo integralmente com sua avaliação da situação político-institucional brasileiro. Já está mais do que na hora de dar um basta neste carnaval de interesses mesquinhos que domina o cenário nacional. Nossas agremiações partidárias são frágeis e fisiológicas porque se dedicam exclusivamente à legitimar os mandados de lideres populistas. Lideres que, por sua vez, representam interesses obscuros e diversos dos de seus eleitores. Atualmente os políticos recebem dinheiro dos empresários e pedem votos à população. Quando eleitos esquecem a população e representam apenas os empresários que lhes deram ou ainda lhes dão dinheiro Está mais do que na hora de passarmos da crítica à ação aberta. Como a violência está fora de cogitação, sugiro o início de um movimento nacional pacífico e pró-ativo em favor do VOTO NULO. A única maneira de romper com o marasmo político-institucional brasileiro é repelir todos os candidatos dos partidos existentes. Se a quantidade de VOTOS NULOS for suficiente, provocaremos novas eleições. A paralisia institucional provocada pela recusa voluntária e deliberada da população de legitimar as velhas raposas da política nacional. O êxito de um movimento pelo VOTO NULO criaria condições para que novas formas de organização e de representação políticas sejam pensadas e adotadas. A autora do texto certamente pode ser colocada entre aquelas pessoas que acreditam no voto útil. Exatamente como os militantes do PSDB e do PT, que estão assustados com a campanha do voto nulo e dizem que o mesmo é útil ao candidato adversário. O voto nulo não é útil a nenhum dos candidatos, pelo simples razão de que não pode ser contabilizado a favor de quem quer que seja. A tese dos petistas de que o voto nulo beneficia o Alckimim demonstra, na verdade, sua insegurança. Em razão do mar de lama em que o PT naufragou por causa da ganância e desonestidade dos próprios petistas, eles já não acreditam mais que conseguirão o volume de campanha necessário à reeleição de Lula. Por isto estão usando este espaço para intimidar os anarquistas através do argumento da culpa: "- Olhem, se vocês votarem nulo, o Alckimim ganhará a eleição e todos perderemos". Na verdade todos os contribuintes brasileiros já estão no prejuízo, porque sustentam um governo petista corrupto, que desperdiça dinheiro colocando militares em órbita enquanto em nosso território há fome e desemprego. Um governo que abandonou a infra-estrutura do país à própria sorte, de maneira que não podemos nem viajar seguros. O argumento dos psedebistas é parecido. Pretendem que os militantes do voto nulo abandonem a rejeição de legitimação do sistema representativo e dos partidos com registro na Justiça Eleitoral com o argumento do medo: "- Se vocês votarem nulo, o Lula vai ganhar e as coisas vão ficar como estão." Quem vive no Estado de São Paulo e conhece de perto a cultura administrativa do PSDB e de Alckimim tem razões de sobra para afirmar com segurança que nada vai melhorar com ele na Presidência. A máscara de "bom moço" do governador paulista não está resistindo a um mês de campanha eleitoral. Se for eleito Presidente usará a CEF como usou a Nossa Caixa, ou seja, para distribuir dinheiros aos publicitários que realçam sua imagem de “bom moço”. As manifestações contrárias à campanha do voto nulo demonstram satisfatoriamente que a mesma está ganhando volume. Tanto que os militantes do PSDB e do PT estão com medo e já começam a usar o velho argumento do "voto nulo é voto útil ao adversário". Quem milita em favor do voto nulo sabe perfeitamente que votar nulo é uma forma de fazer política que não é útil a nenhum dos partidos registrados na Justiça Eleitoral. O voto nulo também não é útil ao adversário porque não temos adversários. Na verdade desprezamos todos os partidos políticos justamente porque eles representam apenas os interesses de seus militantes e caciques. Os vassalos do Lula e do Alckimim estão temerosos. Então devemos deixá-los terrificados, paralisados, embasbacados, e, sobretudo, anarquizados. Quando mais fizerem campanha para seus candidatos, mais mostraremos as contradições e desonestidades de seus chefes. Quando atacarem a campanha do voto nulo, aproveitaremos a oportunidade para mostrar que estão aterrorizados com a única e verdadeira manifestação política autentica nas próximas eleições. Fábio de Oliveira Ribeiro
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