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quarta-feira, abril 26, 2006

.Confirmada intervenção no PSDB baiano

Por: Correio da Bahia

Tucanos vão abrir dissidência na Bahia para apoiar Alckmin e Paulo Souto

Jereissati garantiu que haverá saída para crise gerada por Jutahy na campanha de Alckmin
Por Cida Fontes
BRASÍLIA (AE) - O pré-candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) entrou em ação para neutralizar os principais focos de crise na campanha, causados pelas divergências estaduais entre tucanos e pefelistas. Como o PFL decidiu escolher o candidato a vice-presidente na chapa de Alckmin só depois de resolver essas questões, o comando nacional do PSDB está disposto a tudo, até mesmo fazer uma "intervenção branca" na Bahia, abrindo uma dissidência, para isolar o líder do partido na Câmara, Jutahy Magalhães Júnior (BA), que não aceita uma aliança com o PFL.
A briga entre as duas legendas no estado, que é antiga, dominou ontem as conversas políticas, um dia depois de o prefeito do Rio, César Maia (PFL), ameaçar com o rompimento da coligação nacional para deixar a sigla livre nos estados. O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), desautorizou Maia. Alguns pefelistas avaliaram que ele causou mais turbulências à campanha do pré-candidato do PSDB a presidente, que ainda está na fase de organização.
"Mas, para resolver os problemas estaduais, é preciso criar um certo trauma", analisou o líder da minoria no Senado, José Jorge (PFL-PE). Foi para resolver novos "traumas" que o coordenador da campanha de Alckmin, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), teve uma longa conversa com Magalhães Júnior. Em seguida, uma outra reunião com a presença dos principais líderes das duas agremiações foi realizada no gabinete do senador Antonio Carlos Magalhães.
O aviso foi reforçado: o pré-candidato do PSDB pode ficar sem palanque na Bahia, se o partido não apoiar a reeleição do governador Paulo Souto (PFL). Como esses conflitos afetam o desempenho nacional de Alckmin, Jereissati pediu paciência, mas afirmou a ACM que encontrará uma solução. Uma das idéias é repetir o que aconteceu em 1998, quando o PSDB rachou e uma ala dissidente apoiou a candidatura do senador César Borges (PFL) a governador.
Na avaliação da cúpula tucana, em nome da oposição ao senador do PFL da Bahia, o PSDB não pode, em nenhuma hipótese, assumir uma posição que favoreça a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no estado. "Temos condições de nos entender na Bahia", previu o presidente nacional do PSDB, que mantém um bom relacionamento com ACM.
O Maranhão é outro foco de divergência. Ali, também a legenda não tem candidato a governador, mas o diretório regional se recusa a apoiar a senadora Roseana Sarney (PFL), mas sim o adversário dela, o ex-prefeito de São Luís Jackson Lago (PDT). Outra dificuldade é em Sergipe, onde o PFL quer reeleger o governador João Alves. Mas o difícil é que a senadora e primeira-dama do estado, Maria do Carmo, quer se reeleger, contrariando os interesses do ex-governador Albano Franco (PSDB), que quer o cargo.
"Se destravar nesses estados, o entendimento estará feito", resumiu o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN). Mas a sigla não contava com a reação do líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM), que está disposto a concorrer ao governo do Amazonas contra o pré-candidato Amazonino Mendes (PFL). Agripino afirmou achar que essas pendências precisam ser removidas com rapidez para dar o impulso à campanha.
Será preciso melhorar também a relação entre os políticos das duas agremiações, que, nos bastidores, vivem às turras e cada um falando mal do outro. Maia foi alvo de uma saraivada de ataques dos tucanos. O principal motivo da irritação dele foi a perspectiva de ficar isolado e sem palanque na capital fluminense, com o lançamento da candidatura do deputado Eduardo Paes (PSDB) a governador.
Jereissati disse que o compromisso do PFL no estado era com o prefeito, mas, quando ele decidiu permanecer na prefeitura, o PSDB sentiu-se desobrigado a apoiar o PFL e tratou de montar o próprio palanque. Outro motivo que apressou a definição tucana foi a possibilidade de o PMDB lançar candidato próprio a presidente, tornando inviável o apoio do PSDB à candidatura do senador Sérgio Cabral (PMDB). "Não podíamos ficar esperando o PMDB até junho e correr o risco de ficar sem palanque no Rio", concluiu Jereissati.

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