RIBAS, da SUCURSAL BRASÍLIA
Luzivan Farias da Silva, gerente do restaurante Bargaço de Fortaleza (CE), foi detido no fim da tarde de sexta-feira, 25, no Distrito Federal, enquanto prestava o terceiro depoimento sobre o assassinato do patrão, o pernambucano Leonel Evaristo da Rocha, dono da rede de restaurantes.
O chefe da 11ª Delegacia de Polícia Civil do Núcleo Bandeirante (DF), Bartolomeu Araújo, afirmou que a prisão temporária do gerente, por 30 dias, foi pedida à Justiça porque ele temia que Luzivan Farias deixasse o Distrito Federal, como havia feito na semana passada.
O funcionário, de 33 anos de idade, era o motorista do GM Corsa prata, de placa HGV-4746 (Minas Gerais), abordado por dois homens que atingiram o empresário e fugiram, na noite de 15 de abril. Sem sair do carro, Rocha, 62, levou três tiros no rosto, às margens da BR-405, próximo a Candangolândia (DF).
Considerado até então vítima e principal testemunha do crime, o gerente Luzivan falou duas vezes ao delegado Bartolomeu Araújo antes de viajar a Fortaleza. Em meio a muito mistério, a polícia do Distrito Federal vem procurando os dois homens acusados de ter atirado no empresário e mais informações para tentar descobrir as razões do crime.
A hipótese de roubo frustrado, primeira motivação aventada e posta de lado, continua em segundo plano. Novos elementos parecem reforçar a tese de assassinato premeditado.
Os dois garçons do restaurante Tucunaré na Brasa, na região sudoeste de Brasília, onde Luzivan e Rocha jantaram momentos antes de serem interceptados pelos criminosos, afirmam que ele e o patrão “pareciam tranqüilos e perfeitamente entrosados”.
Celular – Segundo o que foi apurado pela polícia, Luzivan saiu da mesa para atender ao telefone celular, por volta das 21h30. Em depoimentos, teria dito ao delegado que falou com a esposa. No entanto, um cliente que estaria em mesa vizinha à da vítima disse, na última terça-feira, ao delegado Araújo, ter detalhes sobre o teor da conversa ao celular que apressou a saída do restaurante. O crime teria ocorrido entre as 22h15 e 23 horas.
O retorno de Luzivan para Fortaleza, no dia seguinte ao seu segundo depoimento – e o fato de apenas ter comunicado o afastamento à polícia pelo advogado João Luís Salviano Nunes –, desagradou aos investigadores.
As contradições nos dois primeiros depoimentos do gerente, em relação aos relatos de testemunhas, como um garçom do restaurante Tucunaré na Brasa e o vigia de um posto de combustíveis na BR-345, envolviam horários e trajetos relacionados com o crime. As discrepâncias continuaram no processo de elaboração do retrato falado do suspeito de ter baleado a vítima: a versão do gerente é praticamente inversa à descrição do vigia do posto que testemunhou o fato.
Protesto – O advogado Salviano Nunes reclamou da prisão do cliente. Alegou que Luzivan havia comparecido espontaneamente, ontem, à delegacia para fornecer mais elementos sobre o caso. Depois de quatro horas de conversa, policiais apareceram com a determinação judicial da prisão temporária.
O gerente ficou preso na delegacia e depois foi levado à carceragem da Polícia Civil do Distrito Federal, em Brasília. A detenção seria, na opinião do advogado, “desnecessária”, pois Luzivan vinha colaborando com a polícia e não havia indícios que o apontassem como suspeito.
Fonte: A TARDE
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