Weiller Diniz
O presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já tem pronta a carta-renúncia que pretende ler durante a sessão de hoje e na qual será decidido seu futuro político. Renan passou o fim de semana debruçado sobre o texto do discurso em que está a renúncia definitiva e consultou vários senadores sobre como deveria ser abordada a questão do cargo que ocupou durante dois anos e meio até ser engolfado numa das maiores crises da história do Senado Federal.
O presidente está fora do cargo desde o dia 12 de outubro, e sua licença, teoricamente, iria até o fim de dezembro. Renan Calheiros ouviu a opinião de vários aliados sobre o pronunciamento a respeito da renúncia, especialmente do senador José Sarney (PMDB-AP). Andou sondando os colegas principalmente sobre o timing da renúncia. Indagou aos aliados qual seria o melhor momento para a leitura da renúncia: antes ou depois da votação que vai decidir pela cassação do mandato, como pede o relatório, ou pela absolvição. Até ontem à noite perdurava a indefinição. No Congresso é generalizada a sensação de que o plenário está pendendo para a absolvição.
Renan, ao abdicar do cargo, deve dizer que não leva mágoas de nenhum senador, que seu gesto é para fortalecer a instituição. E vai fazer um corte diferenciando o mandato outorgado pelos eleitores de Alagoas e a presidência do Congresso decidida pelos senadores. Quanto ao último, Renan Calheiros convenceu-se de que o ambiente político entre os senadores foi se decompondo até o ponto de inviabilizar seu retorno à presidência.
Renan Calheiros foi alvo de seis representações contra ele no Conselho de Ética do Senado. No primeiro e mais rumoroso caso foi absolvido por 40 votos, seis abstenções e 35 votos pró-cassação. A segunda denúncia foi arquivada e o terceiro processo será votado hoje dando os contornos do epílogo da novela Renan Calheiros, que dura há seis meses e nove dias.
Expectativa
A expectativa com a renúncia é tão grande que o líder dos tucanos fez uma cobrança pública sobre o processo sucessório. Pediu ao presidente em exercício, Tião Viana (PT-AC), que não marque para amanhã a sessão para eleger o novo presidente. O regimento prevê um prazo de cinco dias, e Arthur Virgílio pediu que este prazo seja respeitado para permitir as negociações políticas.
Corpo a corpo
A viúva do ex-senador Tarcisio Burity, baleado há 12 anos pelo ex-deputado Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB), vai hoje pessoalmente ao Supremo Tribunal Federal entregar uma carta aos ministros. Na correspondência, a professora Glauce Burity vai pedir justiça e um rápido posicionamento do STF sobre a continuidade ou não do processo contra Cunha Lima no Supremo. Cunha Lima, depois de uma década enrolando a Justiça, renunciou ao mandato de deputado federal para que o crime cometido por ele recomece do zero na primeira instância. O ministro Marco Aurélio de Melo está com o processo e prometeu devolvê-lo nos primeiros dias de dezembro.
Pressão total
Os partidos que fazem oposição ao governador Jaques Wagner (PT-BA) fecharam questão ontem em torno de uma CPI para apurar a tragédia da Fonte Nova. O desabamento de parte da arquibancada ruiu matando sete pessoas e ferindo outras 80. Com base na gravação do governador em que diz ter reformado a Fonte Nova é que a oposição busca a CPI. Como é minoria na Assembléia, o campo da batalha pode se transferir para Justiça, onde o Ministério Público prepara uma ação pesada contra Wagner.
Menos um voto
O senador Geraldo Mesquita (PMDB-AC), que denunciou a tentativa de compra de seu voto pelo governo em troca da liberação de emendas, anunciou ontem que vai votar contra a prorrogação da CPMF. É o terceiro senador do governista PMDB a declarar voto contra. Ao descer da tribuna, Mesquita foi abordado pelo líder oposicionista, José Agripino Maia (DEM-RN): "Faltava um voto. Agora com você já temos 33 para derrubar a CPMF".
Compromisso
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) está desafiando os líderes do governo para dizerem qual a diretoria ele está pedindo nos Correios. Cristovam esclarece que o partido, e não ele, indicou um cargo de segundo escalão na ECT. "Meu compromisso foi com a educação. Se o acordo for rompido, eu não me candidato nunca mais. Estúpidos não podem ser candidatos", declara.
Liberou geral
Os dados do Siafi, informados pelo site dos Democratas na internet, mostram uma enxurrada de liberação de dinheiro público para atender emendas de parlamentares, às vésperas da votação da CPMF. Em novembro foram R$ 514 milhões, o que representa o dobro das verbas liberadas em outubro. Só na última semana foram liberados R$ 207 milhões. O maior beneficiário é o PMDB, com R$ 25 milhões.
Segundona
De Lula aos ministros, ontem, na ressaca do rebaixamento do Corinthians: "Hoje vocês podem falar de tudo, menos de futebol".
Fonte: JB ONline
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