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segunda-feira, maio 07, 2007

A censura de Roberto Carlos é coisa arriscada

Poe: Elio Gaspari

Roberto Carlos corre o risco de se transformar numa fracassada celebridade da história da censura. Amparado na Justiça, ele obteve da Editora Planeta e do escritor Paulo Cesar de Araújo o compromisso de retirar das livrarias todos os exemplares de "Roberto Carlos em detalhes". O cantor não gostou da biografia e considerou "uma falta de respeito lançar mão da minha história, que é um patrimônio meu". Num artigo excepcional, o escritor Paulo Coelho, um dos autores mais festejados pelos leitores e massacrados pela crítica, condenou a atitude do cantor e a capitulação da editora e mostrou que no caso esteve em jogo "o destino de todos os escritores brasileiros". O fogo aceso por Roberto Carlos poderia se transformar numa daquelas infindáveis discussões sobre censura, privacidade, neurastenia e sensacionalismo, mas faltou sorte ao cantor. Já houve casos semelhantes e, num deles, em vez de se queimar o livro, queimou-se um pedaço da reputação da família do presidente francês François Mitterand, morto em 1996. Uma semana depois do funeral, Claude Gluber, seu médico pessoal, publicou o livro "O grande segredo", contando que desde 1981 Mitterand padecia de um câncer de próstata disseminado nos ossos. No último ano de governo, não tinha condições físicas para exercer a Presidência da França. Gluber foi condenado a quatro meses de prisão por quebra do sigilo médico, a família ganhou uma indenização e o livro foi recolhido. Nove dias depois da apreensão, "O grande segredo" estava na internet. O dono de um café copiara um exemplar, pusera o texto na rede e conseguira uma demanda de mil internautas por hora. Arrumaram um pretexto e prenderam o homem, mas no dia seguinte o texto apareceu na página de uma estudante da Universidade de Glasgow. Ainda não se passara um mês e começou a tradução para o inglês, obra de um grupo de voluntários do Knox College. Logo depois a edição virtual do livro banido virou notícia no "New York Times". Em 2004, o governo francês foi condenado pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos por ter banido o livro, que hoje está nas livrarias e na internet. "Roberto Carlos em detalhes" custava R$ 40 nas lojas. Se cair na rede, sairá de graça. Bush tem o que aprender com Bebel George Bush deveria chamar Camila Pitanga (a Bebel de "Paraíso tropical") para uma conversa sobre moralidade, Aids e hipocrisia. Construindo sua personagem, Camila ralou, estudando o comportamento das moças que fazem a noite em Copacabana. Aprendeu como se comportam os fregueses. Se Bush tirar a camada de hipocrisia missionária que cobre sua política externa, livra-se de vexames como o que lhe impôs Randall Tobias, que ocupou o trono de czar das políticas de combate à Aids. Enquanto esteve no lugar, o doutor vinculou a ajuda americana (US$ 15 bilhões) a programas de incentivo à abstinência sexual e ao combate à prostituição. Em maio de 2005, o Brasil tornou-se o primeiro país a recusar ajuda americana (US$ 40 milhões) condicionada a uma condenação da assistência a prostitutas. No entendimento dos negociadores brasileiros, essa conduta traria mais prejuízos que benefícios. Desestimularia a educação das marafonas e o uso de camisinhas. Randall Tobias, ex-diretor do laboratório Lilly, deixou a administração Bush há duas semanas porque foi apanhado na lista de fregueses de uma rede de prostituição de Washington. As moças cobravam US$ 300 por hora e ele diz que só as chamava para receber massagens. Na Lapa, Bebel já cobrou US$ 40. Olavo (Wagner Moura) deve pagar muito mais, mas não desembolsa o ervanário que Tobias dava às meninas. A grife Daspu poderia convidá-lo para o próximo desfile. Alicate tucano O ferrolho que o núcleo de tucanos patéticos da Câmara vêm aplicando sobre a bancada poderá acabar em fratura exposta. Desde a traição cometida contra Gustavo Fruet na disputa pela presidência da Casa, os patéticos (no estilo da trinca de comediantes Mo, Shemp e Larry) tornaram-se uma linha auxiliar do clero de Arlindo Chinaglia. Boa notícia Renasceu uma das mais antigas publicações interessadas na História do Brasil. É a "Revista do Arquivo Público Mineiro", surgida em 1896. Em 1995, ela deixou de circular, reaparecendo em 2005. Tornou-se um padrão de excelência e é das poucas do gênero que respeita a clientela da internet: cada número é colocado na rede logo depois da publicação em papel do volume seguinte. No ano passado, publicaram uma coleção de documentos e artigos sobre a Casa dos Contos, com um trabalho esclarecedor de Luciano Raposo de Almeida Figueiredo sobre o mecanismo da derrama de impostos durante o tempo do ouro. Nos próximos meses, sai um dossiê sobre os 110 anos de Belo Horizonte. Servidão Enganou-se o doutor Luiz Henrique Proença Soares, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, ao dizer que "o ministro (Roberto Mangabeira) reiterou o seu compromisso pela autonomia de pensamento do Ipea. Essa garantia nos deixa otimistas em relação ao futuro". O Ipea não tem "autonomia de pensamento", seja lá o que isso queira dizer, porque Mangabeira comprometeu-se a respeitá-la, mas porque, institucionalmente, tem essa prerrogativa. Se ele mudar de idéia, deve ir embora. Oferecimento Um implacável arquivo de Brasília informa que o pouso do professor Roberto Mangabeira Unger na Sealopra foi a segunda tentativa de aterrissagem do sábio de Harvard no governo de Lula. A primeira ocorreu em dezembro de 2002, quando ele se ofereceu para o lugar de ministro da Previdência. Privataria golpista Nunca é demais lembrar as palavras de Lula pouco antes da eleição presidencial boliviana, em 2005: "Imagine o que significa se o Evo Morales ganhar as eleições na Bolívia. São mudanças tão extraordinárias que nem mesmo nossos melhores cientistas políticos poderiam escrever, porque não tinha livros antecedentes mostrando que isso seria possível." Para conhecimento de Nuestro Guia: há livros disponíveis contando a ação de empresas americanas e européias que oferecem serviços de mercenários com alta qualificação militar para organizar unidades de combate e treinar soldados em países do Terceiro Mundo. Algumas delas operam na Colômbia, ao alcance do empresariado secessionista de Santa Cruz de la Sierra, que atualmente não dispõe da mão amiga do governo brasileiro para derrubar o governo de La Paz. Desde 2004, mais de mil mercenários chilenos, peruanos e colombianos empregaram-se em companhias americanas de segurança no Iraque. É aí que mora o perigo de um novo golpismo na América do Sul. PAC e água fresca O signatário inscreveu-se como colaborador da charanga do PAC de Nosso Guia. Buscando a aceleração do crescimento, passará o próximo mês sem fazer nada.
Fonte: Jornal O POVO

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