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segunda-feira, maio 22, 2006

Roberto Rocha afirma que Roseana terá que explicar ´escândalos´ e quebradeira do Estado

Por: Waldemar Terr (Jornal Pequeno - MA)

O ex-deputado federal Roberto Rocha (PSDB) afirmou que "se a ex-governadora Roseana Sarney Murad for realmente candidata, deverá passar muito tempo de sua campanha explicando os inúmeros escândalos que marcaram o seu governo, além da situação quase falimentar que deixou o Estado". Da lista de escândalos fariam parte Lunus, Projeto Salangô e o fiasco do pólo de confecção de Rosário. O ex-deputado disse também que o grupo Sarney teme as pré-candidaturas de Jackson Lago (PDT) a governador e do deputado federal tucano João Castelo a senador, e que existiriam vários sinais desse temor.
- São vários os sinais, mas citarei apenas dois. O primeiro é a forma desqualificada com que tratam as candidaturas da Frente de Libertação. Outro sinal é que até hoje eles não se conformam com o rompimento do governador José Reinaldo das amarras do esquema Sarney/Murad. Ora, se são tão fortes, se acham imbatíveis por que tanto desespero?
Roberto Rocha, que é pré-candidato a deputado federal, assegura que "o sentimento de mudança está, novamente, tomando conta de todas as regiões do Estado. O povo começa a perceber que não é mais possível o Maranhão continuar sendo gerido pelo mesmo grupo político há quarenta anos", e assegurou que há importância histórica e política na coligação do PSDB com o PDT. "Histórica porque é a primeira vez que os dois maiores partidos de oposição ao esquema Sarney/Murad se unem em torno de um objetivo comum".
O ex-deputado negou ainda que exista risco de intervenção no PSDB por conta de não querer aproximação com o PFL.
- Resistimos em 2002 quando o PSDB possuía a Presidência da República, por que não resistiríamos agora? A direção nacional do partido já percebeu que o projeto histórico de reconstrução do Estado, que o PSDB maranhense defende, é incompatível com a prática política e com os interesses do PFL e do esquema Sarney/Murad. A posição anti-sarney do PSDB é uma posição partidária. Desconheço uma única liderança do partido que defende, internamente ou na sociedade, uma aproximação com PFL e com esquema Sarney/Murad.
A seguir a entrevista.
Jornal Pequeno - Qual a avaliação que o senhor faz das andanças da Frente de Libertação pelo Maranhão?
Roberto Rocha - O sentimento de mudança está, novamente, tomando conta de todas as regiões do Estado. O povo começa a perceber que não mais possível o Maranhão continuar sendo gerido pelo mesmo grupo político há quarenta anos.
JP - As pré-candidaturas de Jackson a governador e de Castelo a senador já caíram no gosto popular?
RR - São duas lideranças com forte apelo popular, e já conhecidas do povo maranhense. Era natural que as duas candidaturas caíssem no gosto do povo rapidamente, o final será a vitória de Jackson Lago para governador e Castelo para senador.
JP - Qual a importância desta aliança do PDT com o PSDB local?
RR - Há uma importância histórica e política. Histórica porque é a primeira vez que os dois maiores partidos de oposição ao esquema Sarney/Murad se unem em torno de um objetivo comum.
JP - O PSDB maranhense terá forças para resistir tanta pressão do grupo Sarney junto ao tucanato nacional?
RR - Resistimos em 2002 quando o PSDB possuía a Presidência da República, por que não resistiríamos agora? A direção nacional do partido já percebeu que o projeto histórico de reconstrução do Estado, que o PSDB maranhense defende, é incompatível com a prática política e com os interesses do PFL e do esquema Sarney/Murad
JP - O senhor tem dito que é mais fácil o PFL se juntar ao PT, do que o PSDB ao PFL local. Não existe risco de intervenção no PSDB maranhense?
RR - O PSDB não tem essa tradição. Quando afirmo que é mais fácil uma aproximação PT/PFL, o faço pelo que vimos em 2002, e que vemos agora, pois é notório que o PT nacional e o Lula querem manter a aliança com Sarney.
JP - As principais lideranças maranhenses do PSDB estão jogando afinadas contra a tentativa de tomada dos Sarney?
RR - A posição anti-Sarney do PSDB é uma posição partidária. Desconheço uma única liderança do partido que defende, internamente ou na sociedade, uma aproximação com PFL e com esquema Sarney/Murad.
JP - O PSDB vai indicar o vice de Jackson e como anda essa discussão?
RR - A tendência é que sim, embora o partido ainda não tenha definido um nome. Mas, o mais importante agora é construirmos um programa comum que consiga reconstruir o Maranhão.
JP - Qual a avaliação que o senhor faz da candidatura de Roseana neste momento?
RR - Não faz meu estilo comentar outras candidaturas que não as do meu partido. Mas, a se senadora Roseana Sarney Murad for realmente candidata, deverá passar muito tempo da sua campanha explicando os inúmeros escândalos que marcaram o seu governo, além da situação quase falimentar pelo qual deixou o Estado.
JP - Há sinais de que o grupo Sarney começa a sentir que pode vir a ser derrotado?
RR - São vários os sinais, mas citarei apenas dois. O primeiro é a forma desqualificada com que tratam a candidatura da Frente de Libertação. Outro sinal é que até hoje eles não se conformam com o rompimento do governador José Reinaldo das amarras do esquema Sarney/Murad. Ora, se são tão fortes, se acham imbatíveis por que tanto desespero?
JP - Quais os temas centrais que deverão dominar essa campanha?
RR - Tenho defendido no meu partido e defenderei dentro da Frente de Libertação que questões como produção e renda, segurança, educação e políticas públicas para a juventude devam ser os temas centrais da nossa campanha.
JP - Os prefeitos estão quase todos contra a candidatura de Roseana Sarney, a exemplo de outros setores políticos, como os deputados estaduais. O senhor acredita que isso pode ser de fundamental importância?
RR - O apoio dos prefeitos é importantíssimo para qualquer candidatura. Entretanto, Frente de Libertação irá a busca de cada apoio também dos vereadores, das lideranças populares e comunitárias, dos líderes das igrejas, enfim, de todos aqueles que queiram somar na luta pela liberdade do Maranhão.
JP - Como anda a sua pré-candidatura a deputado federal ou o senhor pode ser incluído na lista dos pré-candidatos a vice da Frente?
RR - A nossa pré-candidatura vai muito bem, graças a Deus. Mantemos do nosso lado os apoiadores de outras eleições, e ampliamos outros. Temos atualmente uma inserção política e social bem maior do que das outras eleições. A experiência é uma aliada fundamental na nossa caminhada rumo à vitória. Faremos uma campanha propositiva, mas sem deixar de apontar mazelas do Governo Federal. Nosso grande objeto é fazer uma campanha que qualifique o debate político. Faremos uma campanha voltada para o estado como um todo: de São Luis ao Alto Parnaíba.
JP - Algo mais a acrescentar?
RR - Só agradecer o convite para esta entrevista, e pedir ao povo maranhense que não desperdice esta oportunidade única de passar o Maranhão a limpo. Que em outubro dê um voto de rebeldia contra o atraso e a dominação política. "Pra Frente Maranhão!"

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