Por: Carlos Chagas (Tribuna da Imprensa)
BRASÍLIA - Em Recife, na Boa Viagem, um tubarão quase matou um jovem que se banhava do lado de cá da arrebentação das ondas, contrariando a história de que tubarões não atacam junto da praia. Em Caruaru, um terremoto de invulgar intensidade deixou todo mundo apavorado, menos pelo balanço das paredes, mais pelo barulho que veio das profundezas. Pelo sim, pelo não, a cidade está programando a maior festa de São João de todos os tempos.
A gente se pergunta o que está acontecendo, já que outros inusitados se sucedem. Chove no Agreste, faz seca na Zona da Mata. Na Assembléia Legislativa, a lista de presença mostra a totalidade dos deputados. Em Recife, no fim de semana, a polícia não registrou nada grave.
Verificam-se em Pernambuco ocorrências jamais vistas e a explicação só pode ser uma: os inusitados devem-se à escolha de José Jorge para candidato a vice-presidente na chapa de Geraldo Alckmin. O senador imagina repetir a performance de seu colega Marco Maciel, duas vezes vice de Fernando Henrique.
Como a eleição de Alckmin e José Jorge parece coisa mais estranha do que tubarões na arrebentação, terremotos, deputados trabalhando, paz nas ruas e outros fenômenos, quem sabe Pernambuco reserve nova surpresa para o País? Afinal, como dizia mestre Gilberto Freire, pernambucano até a raiz dos cabelos, em sua terra tudo pode acontecer, até o Carnaval cair na Sexta-Feira da Paixão...
Pombo-correio
Se o Supremo Tribunal Federal não tiver decidido em sentido contrário, Delúbio Soares deporá na CPI dos Bingos. Sua convocação deve-se às recentes declarações atribuídas ao banqueiro Daniel Dantas, de que o ex-tesoureiro do PT tentou achacá-lo, exigindo milhões para suas empresas não enfrentarem problemas com o governo. É claro que Delúbio vai negar, mas se quisesse cooperar poderia contar em detalhes pelo menos a história dos quatro milhões que o ex-deputado Roberto Jefferson, ex-presidente do PTB, confessou ter recebido do esquema de corrupção armado à sombra do Palácio do Planalto.
Esses quatro milhões vieram da agência de um banco controlado por Daniel Dantas, em São Paulo. O portador pegou o dinheiro em espécie e o acomodou em duas malas. Cauteloso, porém, contratou dois táxis para levá-lo ao aeroporto, onde embarcaria para Brasília. No primeiro, colocou as duas malas, no banco de trás. No segundo, instalou-se, determinando ao motorista que não perdesse o outro de vista.
Seguiria atrás. Caso algo desse errado, ou seja, se a polícia parasse o primeiro táxi, ele mandaria o segundo dobrar à direita e sumiria, perdendo o dinheiro mas salvando a pele. Nada aconteceu e o pombo-correio voou até a capital federal, entregando a encomenda a Roberto Jefferson, que poderá dar o nome do banco e do portador, se também for convocado a depor.
Encontro com o ministro
Está confirmado o encontro havido entre o polêmico Daniel Dantas e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, na semana passada. Foi na residência do senador Heráclito Fortes, do PFL do Piauí, aqui em Brasília. O banqueiro jurou ao ministro não ter dado qualquer declaração à revista "Veja", muito menos fornecido a lista de supostos integrantes e ex-integrantes do governo com depósitos bancários no exterior, inclusive o presidente Lula.
A divulgação da lista caiu no vazio, pelo absurdo e sua evidente falsificação, com sobrenomes errados e quantias sem fundamentação. Nem as oposições embarcaram na denúncia, restando à Polícia Federal e ao Congresso abrir investigações a respeito de quem realmente transmitiu ao semanário a falsa relação. Não se trata de quebrar os artigos constitucionais relativos à liberdade de imprensa e ao sigilo das fontes, mas de apurar esse abuso do direito de informar. Ninguém melhor do que o ministro Márcio Thomaz Bastos para liderar a apuração.
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