Caso usássemos a metáfora política nas eleições de Salvador deste ano, os partidos estariam no lugar dos pais, os candidatos no lugar dos filhos e os vices no lugar das noivas. Ainda não existe um casamento marcado, mas uns candidatos já estão se enamorando, alguns estão ficando, enquanto outros estão apenas na fase da paquera. O certo é que, nesta relação, ainda falta o padre, as testemunhas e muitas outras coisas acontecerem para que se possa consumar um casamento perfeito. Se, por um lado, os nomes de João Henrique, ACM Neto, Antônio Imbassahy, Raimundo Varela, Nelson Pellegrino, Olívia Santana e Lídice da Mata já estão nas ruas da cidade, a figura do vice, hoje tão importante, reside apenas no campo da especulação. E como, no Brasil, o cargo de vice ganhou notoriedade após a ascensão de José Sarney (vice de Tancredo Neves, que faleceu antes de tomar posse, em 1985) ao Palácio do Planalto, e Itamar Franco (que assumiu a presidência da República após o impeachment de Fernando Collor, em 1992), a vaga ficou disputada quase na mesma proporção da cabeça de chapa. Contudo, para esta eleição que se aproxima, nos bastidores dos partidos políticos, mesmo timidamente, alguns nomes já estão sendo colocados para compor as chapas. Até agora, o candidato que teve mais nomes especulados para compor na sua possível chapa foi o deputado federal ACM Neto (DEM). O primeiro nome a ser ventilado foi o do deputado João Carlos Bacelar (PTN), que em meados de 2007 chegou a ensaiar a sua candidatura á prefeitura de Salvador por uma coligação formada pelo PTN, PRP, PSC, PAN e PTdoB, que se reuniram várias vezes para discutir os problemas da cidade, mas o parlamentar nunca foi empecilho para novas composições em favor do democrata. Ao contrário, ele defende abertamente o nome de Neto, sem colocar objeções. Outro especulado para compor com o deputado ACM Neto foi o também deputado federal Mauricio Trindade (PR). Inicialmente, Trindade chegou a ser o guru da candidatura do apresentador Raimundo Varela (PRB), mas depois as relações entre os dois esfriaram e o parlamentar mudou de ares. Ao virar a sua bússola para o lado da candidatura de ACM Neto, ele mesmo passou a ser especulado como um possível vice do democrata. Contudo, segundo uma fonte que não quis ter o seu nome revelado, o bispo Márcio Marinho poderia ser o vice dos sonhos do deputado ACM Neto, por reunir credenciais que ele acha importantes. “Primeiro temos de definir a candidatura do Democratas, o que vai acontecer depois do Carnaval. Depois, vamos conversar com aqueles partidos com os quais já estamos mantendo contato para tratarmos da escolha do vice. Temos vários nomes que somam, e o do deputado Márcio Marinho é um deles. Trata-se de um excelente nome e que tem compromisso com Salvador”, disse Neto, tentando esconder qualquer preferência. Quem também surgiu nas especulações para emprestar o nome na chapa de ACM Neto foi o ex-deputado federal Gerson Gabrielli, mas logo descartado por pertencer ao mesmo partido. Outro nome que chegou a ser sondado para compor com o pré-candidato democrata foi o do deputado Marcos Medrado (PDT), mas ele próprio, mesmo mostrando-se simpatizante com a candidatura de Neto, desautoriza a especulação. “Não serei vice de ninguém”, disse, demonstrando uma certa irritação com os comentários recentes dando conta de que perderia o comando do diretório do PDT em Salvador.(Por Evandro Matos)
Lídice é a noiva mais cobiçada
E o prefeito João Henrique, que vai para a reeleição, quem seria o vice ideal da sua chapa? Eleito em 2004 pelo PDT, João conseguiu reunir em torno da sua candidatura um leque de partidos, e teve o vice Marcelo Duarte indicado pelo PSDB. Como os tempos são outros, agora o PSDB já rompeu com João Henrique e lançará Imbassahy como seu candidato. De onde viria o vice, então? Do PCdoB, nem pensar porque a turma de Olívia Santana já debandou para lançar ela própria ao Palácio Thomé de Souza. Estaria este nome no PT? Talvez. Mas aí a incerteza continua, porque, independente das brigas internas do partido, o deputado Nélson Pelegrino acaba de lançar a Frente de Esquerda, o que sepulta cada vez mais uma coligação entre PT e PMDB no primeiro turno. Entre os partidos mais à esquerda e que fazem (?) parte da base de apoio do prefeito João Henrique, o nome ideal estaria no PSB. É o que dizem por aí. E não resta dúvida que a deputada federal Lídice da Mata é o sonho de consumo de João Henrique, e seria o nome ideal para qualquer partido que queira usar a vaga como um elemento agregador para a chapa. Mas, justamente por ser um nome com forte representatividade é que as coisas se tornam mais difíceis. Por ser a noiva mais cobiçada da Coroa, Lídice parece sinalizar por um casamento mais direto com o eleitor, ou seja, assumindo a cabeça de uma chapa. Até outro dia a deputada do PSB vinha mantendo um relacionamento cordial com o prefeito João Henrique e com o ministro Geddel Vieira Lima. Contudo, durante o processo de votação do PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano), Lídice marcou posição contrária ao projeto, indo para a trincheira da resistência lutar contra a sua aprovação na Câmara de Vereadores. Descartadas estas hipóteses, o vice de João Henrique poderia vir do PP, já que estão adiantadas as negociações deste partido com o ministro Geddel Vieira Lima, um dos principais articuladores da candidatura peemedebista. Desta composição possa ser que não venha um grande nome, mas pelo menos o tempo que vai ser acrescentado para o prefeito defender a sua reeleição será fundamental. (Por Evandro Matos)
E o vice da Frente de Esquerda?
Se nas especulações sobram nomes para compor na chapa de ACM Neto e João Henrique, os outros dois fortes pretendentes ao Palácio Thomé de Souza, Antônio Imbassahy (PSDB) e Raimundo Varela (PRB), encontrarão dificuldades para encontrar o vice ideal. O ex-prefeito Antonio Imbassahy, por exemplo, sonha em ter o apoio do PDT, mas quem o partido teria para indicar como vice? O deputado Marcos Medrado poderia ser uma opção, mas o fato de já ter marchado junto com Imbassahy em eleições passadas não parece ser o desejado pelos dois, que têm interesses diferentes no próximo pleito. Por outro lado, o apresentador Raimundo Varela (PRB) também não conseguiu reunir partidos até agora para aliar à sua provável candidatura. No inicio, bem que o deputado Mauricio Trindade tentou se aproximar dele, mas logo os dois esfriaram o relacionamento, e cada um foi namorar em praças diferentes. O bispo Márcio Marinho poderia formar o par perfeito com Varela, mas teria dificuldade porque o seu pai, ou melhor, o seu partido, o PR, sinaliza caminhar em outra direção. Então, para quem ainda sonha em ser vice, um namoro com Varela não seria nada mal. Até porque, em tempos de capitalismo, um bom cabedal de mídia, aliado com belos pontinhos nas pesquisas, seria atraente para qualquer noiva. Por fim, admitindo-se a possibilidade da Frente de Esquerda, lançada por Nelson Pellegrino, vingar, o PT, o PSB e o PCdoB poderiam compor entre si. O sonho de Pellegrino é disputar a eleição de Salvador mais uma vez, e ter Lídice da Mata ou Olívia Santana numa chapa não seria nada mal. Assim, eles formariam o par mais harmônico entre todos que desfilariam nos jardins do Thomé de Souza. E de braços dados se julgariam traídos, expulsos da coalizão de João Henrique. E jurariam amores, diriam adeus à requalificação e nunca mais PDDU. Mas, contudo, o difícil é não ouvir das duas mulheres, já entrincheiradas para a luta, a mesma pergunta: “E por que não eu?”. (Por Evandro Matos)
Brasil participou da Operação Condor
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o coronel reformado do Exército Jarbas Passarinho, 87 anos, afirmou que o Brasil participou da Operação Condor. “Nós prendíamos e mandávamos de volta. Se soubesse que, mandando para a Argentina, a pessoa ia ser morta, tenho a convicção de que o governo não mandaria”, disse. Passarinho foi ministro de três dos cinco generais que governaram o País durante o regime militar (1964-1985). No final da década de 70, quando era senador, foi líder do governo João Baptista Figueiredo na Casa. Foi nessa época, segundo ele, que soube da existência da Operação Condor. Na entrevista, o ex-ministro disse ainda que a decisão da Justiça italiana de solicitar a prisão de brasileiros pela morte de cidadãos italianos abre precedente para que outros países processem os militantes da esquerda armada que mataram estrangeiros, como o capitão norte-americano Charles Chandler, em 1968. Uma nova edição do “Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos a partir de 1964” relaciona pelo menos seis brasileiros que desapareceram na Argentina como possíveis alvos da Operação Condor —plano de repressão conjunta de ditaduras sul-americanas contra opositores nos anos 70 e 80.
Fonte: Tribuna da Bahia
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