Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Filho de Jango reafirma convicção de envenenamento

SÃO PAULO - João Vicente Goulart, filho do ex-presidente João Goulart, o Jango, deposto em 1964 por um movimento militar, afirmou ter certeza que uma investigação sobre a morte de seu pai comprovaria que ele foi envenenado por substâncias colocadas nos medicamentos que tomava por militares uruguaios, a pedido da ditadura brasileira. Depois de muitas suspeitas, em novembro de 2006 João Vicente ouviu do uruguaio Mário Neira Barreiro, preso em Charqueadas (RS), a revelação de que participara da vigilância a Jango e do seu assassinato.
Esse depoimento foi o principal elemento para um pedido de reabertura das investigações da morte de Jango, através de uma Ação Civil Pública, entregue por João Vicente à Procuradoria Geral da República, em novembro de 2007. Até ele arrancar em primeira mão, há 14 meses, a revelação de Neira Barreiro, apenas se suspeitava do suposto assassinato de Jango.
Mas o pedido se ancorou, também, em documentos secretos liberados nos EUA, em uma entrevista do ex-embaixador americano no Brasil, Lincoln Gordon, e no depoimento do ex-governador Leonel Brizola a uma CPI da Câmara, em 2000. Em sua ida à CPI, Brizola relatou suspeitas de que Jango tinha sido fulminado por substâncias letais colocadas nos remédios que habitualmente tomava para seus problemas cardíacos.
A João Vicente, Neira Barreiro confessou que fez parte de um grupo militar uruguaio montado para vigiar Jango em sua fazenda La Villa, no município de Mercedes. O pedido para assassinar Jango teria sido transmitido a militares uruguaios pelo delegado Sérgio Fleury, que teria atribuído a decisão ao então presidente Ernesto Geisel.
Infiltração
No depoimento gravado por João Vicente em novembro de 2006, Neira Barreiro disse: "Não me lembro se colocamos no Isordil, no Adelpan ou no Nifodin (medicamentos que Jango tomava à época)". A forma escolhida para matar Jango teria sido colocar uma drágea com cloreto desidratado num esterilizador em meio aos comprimidos dos remédios que Jango tomava,importados da França, que simularia um enfarte.
A substância letal, disse Neira Barreiro, teria sido preparada pelo médico legista uruguaio Carlos Milles, depois morto em Montevidéu como queima de arquivo. A operação de cerco a Jango tinha o nome de Escorpião, uma pequena fração da Operação Condor, revelou Neira Barreiro a João Vicente na época.
O ex-agente uruguaio relatou que, para ter acesso aos remédios de Jango, um agente foi infiltrado entre os funcionários do Hotel Liberty, onde o ex-presidente ficava quando estava em Buenos Aires. João Vicente contou que começou a acreditar na veracidade das informações passadas pelo uruguaio quando ele lhe perguntou: "Não te acordas, Vicente, 27-3321?"
Logo se deu conta de que este era o número do telefone de La Villa. Por último, o uruguaio contou que se o corpo de Jango fosse necropsiado nas primeiras 48 horas, o veneno seria detectado. Mas a necropsia foi proibida pelos militares brasileiros.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Em destaque

Para rebater críticas, Pimenta diz que não é inimigo do governador Eduardo Leite

Publicado em 15 de maio de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Lula se livrou de Pimenta, que não ficará mais no Pl...

Mais visitadas