Presidente volta a acusar oposição de trabalhar para que País não dê certo
MACAPÁ - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, voltou ontem a criticar a atitude dos senadores da oposição contrários à prorrogação da CPMF e acusou parlamentares do PSDB e do DEM de usarem o momento para empreender uma cruzada da elite contra a sua pessoa e sua origem humilde.
"Nós estamos percebendo, agora, lá no Senado Federal que tem algumas pessoas, não todas, dos partidos de oposição que não querem, não aceitam que esse País dê certo. E, muito menos, admitem o sucesso de um torneiro mecânico na Presidência da República", afirmou Lula, arrancando aplausos do público, em um evento em Macapá (AP).
Ao lado do senador José Sarney (PMDB-AP), um dos nomes cotados para assumir a presidência do Senado em meio a essa turbulência, o presidente acusou ainda aqueles que querem acabar com a cobrança de tentar instalar uma nova crise no governo. "Parece que lamentavelmente tem gente que acha que não pode dar certo, que o Brasil precisa de uma crise, porque sem crise a gente não tira proveito de nada."
Bastante irritado, mandou um recado duro à oposição. "Quero dizer para esses que pensam assim que o Brasil não vai ter crise, façam o que tiverem que fazer, esse País vai continuar crescendo, no rumo em que ele está."
A emenda que prorroga a CPMF até 2011 precisa ser aprovada até 31 de dezembro. Ontem, Lula disse que espera que o texto seja votado na próxima semana.
Emoção
Deixando as cifras de lado e adotando um discurso com forte apelo emocional, Lula repetiu mais uma vez que a não aprovação da emenda vai prejudicar os mais pobres e que, colocando-se como uma espécie de mártir, disse que os senadores oposicionistas podem lançar mão de muitas outras táticas para desgastá-lo sem atingir a população.
"Quero pedir ao Waldez (Góes, governador do Amapá) e ao Requião (Roberto, governador do Paraná) que digam aos senadores que não querem que esse País dê certo que tentem me prejudicar de outra forma", disse. "Que subam na tribuna e passem 24 horas direto falando mal de mim, que façam o que quiserem, mas não prejudiquem a parte mais pobre deste país, que, no fundo, será a beneficiária da CPMF."
Alegando ser um imposto justo, que tributa somente 13 milhões de brasileiros, Lula voltou a acusar aqueles que são contra o imposto de sonegadores. "Na verdade, os que são contra esse imposto são aqueles que adorariam poder sonegar como sonegaram a vida inteira nesse País."
Recorrendo mais uma vez ao discurso do medo, o presidente repetiu que, caso não seja aprovada a prorrogação do imposto do cheque neste ano, "prefeitos e governadores vão sofrer". "Porque na hora que tiver que cortar R$ 40 bilhões vamos ter que tirar de algum lugar", justificou.
Depois, Lula deixou Macapá em direção a Natal (RN). Na capital amapaense participou da cerimônia de assinatura de um decreto que transfere para o Estado 3,8 milhões de hectares der terras que pertencem à União e aguardam a doação desde 1988, quando Amapá passou a figurar como Estado brasileiro.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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