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segunda-feira, janeiro 31, 2022

Bolsonaro despenca no Sul, a região que mais lhe deu votos.

 




As polêmicas criadas pelo presidente em relação à vacinação, a gestão catastrófica durante a pandemia e a pressão da inflação contribuíram para desgastar a imagem do presidente. 

Por Jeniffer Gularte 

Estado que garantiu uma das mais relevantes votações a Jair Bolsonaro em 2018, Santa Catarina é hoje o reflexo da perda de popularidade do presidente na região Sul. Em 2018, Bolsonaro obteve 75% dos votos entre os catarinenses, segundo maior percentual do país, atrás apenas do Acre, onde alcançou 77%. Atualmente, pesquisas apontam que ele oscila entre 45% e 48% das intenções de voto — uma queda significativa.

O tombo se repete nos demais estados do Sul. Segundo pesquisa XP/Ipespe divulgada em janeiro deste ano, o apoio ao presidente na região caiu de 44% para 34% do início de 2021 para cá. O aumento da rejeição a Bolsonaro foi registrado tanto no Paraná quanto no Rio Grande do Sul.

“A sociedade imaginou que poderia ser diferente com Bolsonaro e acabou não sendo. Há um reclame no meio político e de várias lideranças”, avalia o deputado federal Carlos Chiodini, do MDB catarinense.

As polêmicas criadas pelo presidente em relação à vacinação, a gestão catastrófica durante a pandemia e a pressão da inflação contribuíram para desgastar a imagem do presidente. “Bolsonaro continua liderando, mas com número bem menor do que foi em 2018. Sergio Moro, por exemplo, aparece melhor em Santa Catarina que na média nacional. São votos que saem do Bolsonaro”, acrescenta Chiodini.

Também repercutiu mal entre os catarinenses o corte, pelo governo federal, de 43 milhões de reais do orçamento previsto para obras em rodovias do estado. “Eram verbas para obras de rodovias federais que são importantes para o crescimento do nosso litoral e com ligação aos portos. Obras aguardadas há décadas. Pela expressão econômica do estado e pelo apoio da bancada às pautas do governo, merecíamos mais atenção. A onda de 2018 não vai acontecer. Bolsonaro terá de mostrar o que fez nesses três anos porque não é mais uma novidade”, afirma o deputado Rodrigo Coelho, que, embora seja do Podemos, de Sergio Moro, ainda é alinhado ao Planalto.

Revista Crusoé

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