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terça-feira, fevereiro 26, 2008

Executiva do PT não aceita aproximação com tucanos

BRASÍLIA - No mesmo dia que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, defendeu a aliança de seu partido, o PSDB, com os petistas, reunião da executiva nacional do PT deixou claro que a grande maioria dos dirigentes não aceita aproximação. Foi marcada para o dia 24 de março a reunião do diretório nacional que dará a palavra final sobre a política de alianças para as eleições municipais.
A tendência é o veto à aliança com o PSDB, o que frustrará a articulação de Aécio com o prefeito de Belo Horizonte, o petista Fernando Pimentel, para formar uma coalizão na capital mineira. "Não discutimos o mérito. Existe uma resolução anterior do diretório nacional do PT de que os partidos de esquerda são os aliados preferenciais", disse o secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Cardozo (SP).
O documento citado pelo deputado, aprovado pelo diretório nacional no último dia 9, dá preferência a alianças com PSB, PCdoB e PDT. Sem citar nomes, a resolução permite alianças com outros partidos aliados que não são de esquerda, como PP, PR, PTB e PMDB, desde que baseado em "compromisso programático e gestão ética dos recursos públicos" e se refere ao PSDB, em aliança com o DEM, como partido que fez opção por "radicalizar a oposição sem quartel ao governo federal" e de "reafirmar o projeto neoliberal que marcou sua passagem pelo governo federal".
O documento não é conclusivo, no entanto, sobre possíveis alianças com os tucanos. Apesar do empenho de Pimentel para firmar a aliança com Aécio Neves, a maior parte dos integrantes da executiva e do diretório do PT acredita que a aliança seria extremamente prejudicial para o projeto petista de fazer o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010, já que o governador mineiro é um dos nomes do PSDB para a disputa.
Depois de publicada a resolução do diretório nacional sobre a política de alianças para as eleições municipais, decisões contrárias às diretrizes poderão ser respondidas com intervenção do comando partidário nos municípios "rebeldes". O entendimento dos dirigentes é que não será possível abrir exceções, como no caso de Belo Horizonte, e que o veto ao PSDB, se confirmado, terá de ser cumprido em todas as cidades.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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