Por: Jornal da Cidade
O senador José Almeida Lima (PMDB) classificou de "corruptos", o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PC do B), e o ex-prefeito Marcelo Déda (PT). "São corruptos. Um porque pratica e o outro porque corrobora", declarou o peemedebista ao falar sobre as contratações de shows feitos pela prefeitura, supostamente, superfaturadas, durante inaugurações de obras e despedida de Déda, ocorrida há duas semanas. "A denúncia já está explicada. O que o prefeito precisa explicar é para qual bolso foi o excesso do show de Daniel", que segundo Nota Fiscal, emitida por uma empresa de Simão Dias, custou R$ 271.500 aos cofres municipais.
"Não souberam governar Aracaju e querem governar o meu Estado", reagiu Almeida, que foi prefeito de Aracaju, acrescentando que quando comandou a prefeitura da capital, "não sujou" nem antes, nem durante e nem quando saiu da PMA. "Marcelo Déda, sujou antes, sujou durante, e sujou depois. Sujou antes, quando elevou o próprio subsídio, fazendo vigorar no mesmo ano, contrariando o que determina a Constituição", destacou Almeida.
Ele recordou que o petista e o então vice, Edvaldo, antes de assumirem os cargos, foram à Câmara e pediram aos vereadores que aprovassem um Decreto Legislativo aumentando o valor dos próprios salários para o dobro do que era. "Sujou durante, na capinação e em outros itens que a prefeitura não estabelece a transparência; e sujou na saída de forma muito feia. Aliás, estabelecer uma comparação da minha administração com a sua, já que você me desafiou Déda, é a melhor coisa nesse momento", disse o senador peemedebista, durante longa entrevista ao radialista e vereador Fábio Henrique, nas rádios Atalaia AM e FM.
O senador também apresentou dados, segundo os quais, em cinco anos e três meses de governo, Déda gastou R$ 4,5 bilhões. "Esse foi o valor de toda a receita obtida. Significa dizer que esse montante é nove vezes mais que o valor pelo qual a Energipe foi vendida", comparou Almeida Lima, adiantando que passou a metade do tempo no comando da prefeitura da cidade e não teve nem a metade da receita. "Nem a fração do que Déda recebeu. Só recebi R$ 395 milhões, menos de 10% do que ele gastou", afirmou.
Na avaliação de Almeida Lima, Marcelo Déda deve explicações à sociedade aracajuana. "Ele precisa vir a público dizer aonde colocou todo o dinheiro que arrecadou. Em 63 meses, ele fez muito menos do que eu fiz em 33 meses, e com muito menos dinheiro. Isso comporta uma grande explicação", afirmou, observando que no mesmo período, a prefeitura recebeu R$ 114 milhões só de royalties da Petrobras. "Eu recebi R$ 1,3 milhão", disse.
A Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), de acordo com o senador, na sua gestão, recebia entre R$ 35 mil e R$ 39 mil por mês. "A Emurb no governo de Déda recebeu mais de R$ 1 milhão de royalties", destacou, acrescentando que a área da saúde, nesses poucos mais de cinco anos em que o petista comandou o município, teve um orçamento estimado em torno de R$ 475 milhões. "Eu cheguei à fração de R$ 5,8 milhões. E nada aqui foi fruto do trabalho de Déda, Foi caído do céu da Legislação Federal", frisou.
A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) que, segundo o senador, na sua época não recebia multas, nos últimos tempos arrecadou algo em torno de R$ 677 milhões. "Eu arrecadei 65 milhões". Do Fundef (Fundo de Manutenção para o Ensino Fundamental), ele recebeu R$ 146 milhões. Na minha gestão, zero, porque não tinha Fundef na época, mas mesmo assim fiz cinco escolas. Déda não fez nenhuma", afirmou.
Ameaça
O senador Almeida Lima disse que espera um posicionamento firme do Ministério Público do Estado em relação ao caso dos shows, sob pena de representar os seus membros ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Para ele, o MP é reincidente quando em momento algum adotou medidas em relação, por exemplo, ás denúncias de que a Prefeitura de Aracaju pagou para fazer capinagem em área calçada.
Da mesma forma, de acordo com o senador, nem o MP e nem o Tribunal de Contas do Estado – que agora vai apurar a questão dos contratos dos shows –posicionou-se em relação ao aumento do subsídio de Deda e Edvaldo, na primeira legislatura,sem levar em consideração o que preceituam as Constituições Federal e Estadual.
Machado condena despesasPara o deputado federal José Carlos Machado (PFL), uma despesa pública tem que ser analisada "sob os aspectos da legalidade, razoabilidade, publicidade pessoabilidade e, principalmente, a economicidade, que tem muito a ver com eficiência de quem administra". "É o custo benefício", destacou, acrescentando que pode até ser legal se gastar altas quantias com banda de música e com shows de renome nacional, mas não deve ser prioridade para os administradores.
Machado observou que quem administra, particularmente, municípios pobres, situados em Estado e regiões pobres tem que ter a capacidade de distinguir o que é importante e o que é fundamental. "Com esse R$ 1,5 milhão que foi gasto com shows, eu, se fosse o prefeito, construiria mil casas populares de dois quartos, bem melhores do que as construídas (pela prefeitura) na Coroa do Meio", disse o deputado, comparando que mil casas representam mais que os conjuntos Médici I e II juntos.
De acordo ele, com R$ 12 mil é possível fazer casas bem melhores do que as que foram feitas na Coroa do Meio, onde existiam palafitas até pouco tempo atrás, com grande parte dos recursos disponibilizada pela Caixa Econômica Federal. "O prefeito que saiu, lamentavelmente, preferiu propiciar mil minutos de show ao invés de casas para a população de baixa renda", disse o deputado, observando que o dilema de quem administra é sempre saber "distinguir o importante do fundamental". Machado lembrou que o prefeito da maior capital do Brasil (José Serra, de São Paulo), deixou a prefeitura sem realizar um show. "Naturalmente não vamos comparar o que foi feito por Serra nesse período e o que foi feito em Aracaju", disse.
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