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quinta-feira, abril 17, 2008

Entregando o ouro ao bandido

Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - Por mais absurdo que seja, os tucanos estão em revoada nacional para entregar o ouro ao bandido. Tinham, e não têm mais, a vitória provável nas eleições de 2010, tanto para presidente da República quanto para boa parte dos governos estaduais e, também, para o Congresso. Apesar da popularidade do presidente Lula, o PSDB deitava e rolava no profundo desgaste do PT.
Da candidatura de José Serra, com Aécio Neves no banco, para a presidência da República, sem falar nas eleições para as prefeituras das capitais e principais cidades do País, agora em outubro, o Alto Tucanato começou o ano seguindo a rígida estratégia do bom senso como rota para o sucesso.
O problema é que a esquadrilha embolou nas nuvens. O que mais se vê são penas caindo lá de cima. Alguns bicos quebrados, também. Precisam abrir o olho, os tucanos, porque até a proposta do terceiro mandato para o presidente Lula nasceu da certeza de que subiriam outra vez a rampa do Palácio do Planalto.
Senão a arrogância, ao menos a presunção, começa a dar o dito pelo não dito, ou o eleito pelo não eleito. A certeza da vitória futura acendeu ambições variadas. Tome-se São Paulo. Nada mais imprescindível do que o PSDB fazer o prefeito, mas hoje já perde nas pesquisas, ironicamente para Marta Suplicy, do PT.
O governador insiste em apoiar o aliado Gilberto Kassab, do DEM, sedimentando alianças futuras, mas o problema é que o partido dispunha de um nome capaz de manter a unidade e vencer com facilidade, o ex-governador Geraldo Alckmin. Com a equação inconclusa, o primeiro efeito foi a queda nas pesquisas.
Em Belo Horizonte, a mesma coisa. Aécio Neves imaginou uma aliança com o PT e com o PSB capaz de compensar a vantagem de José Serra para presidente, mas misturou de tal maneira as bolas que ninguém mais se entende. Fazer do atual prefeito Fernando Pimentel, do PT, o próximo governador de Minas seria passaporte para obter o apoio do presidente Lula e dos companheiros para sua candidatura à presidência da República? Mas como fuçaria o PSDB, ainda mais com ambos, Aécio e Pimentel, respaldando o socialista desconhecido, Márcio Lacerda, para prefeito da capital mineira. O resultado é que as direções nacionais do PT e do PSDB desautorizam essa estranha armação.
Na mais recente consulta ao eleitorado José Serra caiu e Aécio Neves não subiu. A sorte deles é que o PT continua sem um nome capaz de chegar ao segundo turno. De duas, uma: ficará muito mais fácil aos companheiros convencerem o Lula da conveniência do terceiro mandato ou, como alternativa, o presidente da República elegerá até um poste...
Em greve, falam pelo governo?
Vem a público o advogado-geral José Antônio Dias Toffoli para dizer que quem fala em nome do governo é a Advocacia Geral da União. Seria possível debitar a presunção à juventude do funcionário, lembrando que quem fala em nome do governo é o seu chefe, no caso, o presidente Lula.
O que não se encaixa no bom senso é o fato que o Dr. Toffoli imaginou passar um pito nos generais do Exército favoráveis à revisão do decreto que premiou seis mil índios com uma reserva contínua do tamanho do Estado de Sergipe, na região Raposa-Serra do Sul, em Roraima. Porque se alguém entende de segurança nacional, são os generais. Ainda mais porque a reserva faz fronteira com a Venezuela e a Guiana e se encontra plena de ONGs internacionais e fajutas tramando para transformar em nação independente o território posto à disposição de umas tantas tribos de índios brasileiros.
Mas tem mais. O Supremo Tribunal Federal agiu com presteza sustando a ação da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança, prestes a invadir e expulsar da região milhares de agricultores há décadas empenhados na produção de arroz. Se o governo errou, no passado remoto, ao demarcar uma reserva contínua, sempre haverá tempo para rever a decisão e criar ilhas de produção agrícola entre as tabas e as ocas. Acresce, nessa história, que a AGU não pode falar por ninguém, nem por ela mesma. Desde janeiro que seus advogados estão em greve...
Correção parcial, mas eficaz
O presidente Lula marcou um gol, e não foi com a mão, apesar de feito com a caneta. Assinou decreto proibindo a celebração de convênios e contratos do governo com ONGs que tenham como seus dirigentes autoridades do Legislativo, Executivo e Judiciário, além de seus parentes até segundo grau. Mais: as ONGs não podem estar ligadas a servidores públicos.
Trata-se de um grande avanço, porque cada ano o governo libera mais de dois bilhões de reais para sustentar as mais variadas ONGs, em número de 8 mil, espalhadas pelo País. Boa parte delas foi criada por amigos dos donos do poder, até companheiros, para prestar estranhos serviços à sociedade. E com uma vantagem: sem necessitar justificar seus gastos, sequer junto ao Tribunal de Contas da União. Tratava-se de uma verdadeira farra isenta de licitações e de fiscalização.
Agora, pelo menos, fica mais difícil, mas o presidente Lula deveria ir mais além e exercitar a semântica em sua verdadeira acepção: se as organizações intitulam-se não governamentais, que vão buscar recursos na iniciativa privada, parando de mamar nas tetas do tesouro nacional...
Fonte: Tribuna da Imprensa

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