Publicado em 19 de dezembro de 2025 por Tribuna da Internet
Socialista refinada repassava a propina ao amigo Lulinha
Malu Gaspar e Johanns Eller
O Globo
A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça que autorizou mais uma fase da Operação Sem Desconto, no âmbito da investigação das fraudes no INSS, na última quinta-feira (18) traz um mistério que nem mesmo integrantes da Polícia Federal (PF) conseguiram decifrar até o momento.
Num diálogo entre Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e a empresária Roberta Luchsinger, apontada pela PF como sócia dele em negócios ligados à saúde pública, ela manifesta temor sobre a apreensão de um envelope com o nome de um “amigo” de ambos.
AMIGO LULINHA – Roberta é muito próxima de Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Lula conhecido como Lulinha, e de sua mulher, Renata Abreu Moreira, a quem ela classifica como “irmã de alma”.
Lulinha não foi alvo da operação de hoje e não é investigado pela PF. Seu possível envolvimento com o escândalo do INSS veio à tona depois que um ex-funcionário do Careca do INSS relatou em depoimento à PF que ele recebia uma mesada de R$ 300 mil.
A conversa recuperada pelos investigadores ocorreu em 29 de abril deste ano – seis dias após a megaoperação que desbaratou o esquema e levou à queda do então presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, atualmente preso.
Na ocasião, Careca foi um dos alvos dos 52 mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF.
BUSCAR ADVOGADO – Roberta, herdeira do banqueiro suíço Peter Paul Arnold Luchsinger, morto em julho deste ano, procurou o pivô do escândalo pelo WhatsApp e sugeriu que ele buscasse um advogado.
Ao longo da conversa, escreveu: “E só para vc saber, acharam um envelope com nome do nosso amigo no dia da busca e apreensão”
O Careca do INSS, então, responde em tom de desespero: “PUTZ!”.
“JOGA FORA” – Mais tarde, na mesma data, a empresária aconselha o “parceiro estratégico”, como define a PF, a “sumir” com seus celulares. “Joga fora”, apelou Roberta.
Um dos objetivos da PF com a ação de ontem é identificar o suposto envelope, descobrir que amigo é esse a que Roberta se refere e entender como ela tomou conhecimento do material apreendido na primeira fase da Operação Sem Desconto. A empresária não estava entre os alvos naquele momento.
De acordo com a PF, quase uma semana depois dessa conversa, em 5 de maio, a empresária amiga de Lulinha manda uma nova mensagem para o Careca do INSS, dessa vez na forma de áudio, no qual aparentemente busca tranquilizá-lo.
CASO FRIBOI – “Na época do Fábio falaram de Friboi, de um monte de coisa o (sic) maior… igual agora com você”, diz o trecho reproduzido pela Polícia Federal.
Nesse trecho, Roberta faz menção direta aos boatos que viralizaram na internet no princípio da Operação Lava-Jato, de que Fábio Luís Lula da Silva seria sócio oculto da Friboi, marca da JBS – a empresa dos irmãos Batista que se expandiu de forma exponencial nos governos petistas sob a política dos campeões nacionais do BNDES e se tornou alvo da operação naquela época.
Para investigadores ouvidos sob reserva, outro diálogo captado pela PF e destacado na decisão de Mendonça parece fazer referência ao filho do presidente Lula.
DISSE LULA – Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira, o petista afirmou que, caso Lulinha tenha envolvimento com o caso, “será investigado”.
“Muitas das coisas estão em segredo de Estado. Já li notícias e tenho dito para ministros e à CPI que é importante ter seriedade, que se possa investigar todas as pessoas envolvidas. Ninguém ficará livre. Se tiver filho meu envolvido nisso, ele será investigado”, declarou o presidente.
Na conversa, ocorrida antes da deflagração da megaoperação de abril, o Careca do INSS orienta um sócio também investigado no inquérito, Milton Salvador de Almeida Jr., a fazer um pagamento de R$ 300 mil.
“FILHO DO RAPAZ” – Milton então pergunta quem seria o destinatário da cifra, ao que o chefe do esquema responde: “o filho do rapaz”.
Na sequência, seu sócio enviou o comprovante do repasse para uma empresa de Roberta Luchsinger, a RL Consultoria e Intermediações.
De acordo com a Polícia Federal, a companhia da empresária mantinha um contrato com uma das empresas do Careca do INSS também investigada no inquérito, a Brasília Consultoria Empresarial.
TRÊS PROJETOS – No documento obtido pela corporação, no qual consta a assinatura de Roberta, havia previsão de pagamento de R$ 100 mil para cada um dos três projetos listados – “Projeto Energia”, “Projeto Esmagadoras” e “Projeto Hidrogênio”.
A decisão do ministro André Mendonça destaca que as iniciativas citadas “fogem por completo” do escopo de atividades da Brasília Consultoria Empresarial.
Para justificar os repasses, segundo a PF, a dupla emitia notas fiscais de consultorias de serviços “aparentemente inexistentes” prestados pela empresária.
DENTRO DO ESQUEMA – Roberta é descrita na decisão de Mendonça como personagem “essencial” do esquema liderado pelo Careca do INSS na “ocultação de patrimônio, movimentação de valores e gestão de contas bancárias e estruturas empresariais utilizadas como instrumentos da lavagem de capitais”.
Por decisão do ministro André Mendonça, Roberta Luchsinger teve que entregar seus passaportes e será monitorada por tornozeleira eletrônica. A Procuradoria-Geral da República (PGR) havia se manifestado contra a cautelar pedida pela PF.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A colunista Malu Gaspar traz informações importantes sobre o filho fenômeno de Lula, que trabalha no Zoológico varrendo bosta de elefante e de repente ficou milionários. Ah, Brasil!… (C.N.)
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