Publicado em 21 de dezembro de 2025 por Tribuna da Internet

Charge do Oliveira (Arquivo Google)
Aguirre Talento
Folha
A investigação da Polícia Federal, que mirou nesta sexta-feira, 19, dois deputados federais do PL, apontou movimentações financeiras atípicas em valores milionários de assessores desses parlamentares, que atingiram cerca de R$ 18 milhões.
Um assessor do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) movimentou R$ 11 milhões em débitos e R$ 11 milhões em créditos e seria um dos responsáveis por operar os desvios de recursos da cota parlamentar.
NA LIDERANÇA – Essas expressivas transações financeiras foram do assessor Adailton Oliveira dos Santos, que já esteve lotado no gabinete de Sóstenes e depois foi vinculado à liderança do PL, função atualmente exercida pelo deputado na Câmara.
O deputado negou irregularidades, disse ser alvo de perseguição e criticou dados fornecidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
— “Constatou-se a movimentação total de R$ 11.491.410,77 em créditos e R$ 11.486.754,58 em débitos, com maior concentração nos anos de 2023 e 2024. Parte expressiva dessas transações permanece sem identificação de origem ou destino, especialmente aquelas classificadas como pagamentos diversos e lançamento avisado” – diz a Coaf.
NÃO IDENTIFICADO – E acrescenta a Coaf: “Verificou-se, ainda, que R$ 2.789.526,93 foram remetidos a beneficiários não identificados, sob a rubrica ‘NOME NÃO IDENTIFICADO’.
O conjunto dessas movimentações – marcado por alto volume, repasses ágeis e utilização recorrente de meios eletrônicos de pagamento – mostra-se incompatível com a capacidade econômica declarada do titular, considerando-se seu vínculo funcional e contexto familiar”, diz trecho da investigação.
Na operação, a PF apreendeu R$ 430 mil em um endereço de Sóstenes em Brasília.
DIZ O LÍDER – Segundo o deputado, o dinheiro é proveniente da venda de um imóvel. “Eu acabei não fazendo o depósito, mas faria. Foi um lapso. Ninguém pega dinheiro ilícito e bota dentro de casa”, afirmou.
A PF também apontou que um assessor de Carlos Jordy (PL-RJ) movimentou R$ 5,9 milhões em créditos e o mesmo volume em débitos, valores também considerados incompatíveis com sua capacidade econômica.
Os desvios de recursos ocorriam, de acordo com a investigação, por meio de pagamentos a uma locadora de veículos. Para a PF, essa empresa era uma fachada com o objetivo de devolução de dinheiro pago por meio da cota parlamentar.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A podridão continua a se espalhar nos Três Poderes, que são sustentados pelo suor do trabalhador. Motivo: há incentivos oficiais para desviar recursos públicos. Afinal, se Sérgio Cabral está solto, quem pode ficar na cadeia. (C.N.)