Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - De vez em quando a ministra Dilma Rousseff é flagrada de saia justa, diante de questões sem explicação que ela tenta explicar. É assim mesmo, quem vai para debaixo da cachoeira não pode ter a pretensão de ficar seco. Na semana que passou, repetiu-se o constrangimento.
Diante de uma platéia de sindicalistas que por sinal a aplaudiram muito, a chefe da Casa Civil ouviu as maiores diatribes contra os juros altos. Concordou em silêncio e assim deveria ter ficado, mas não resistiu e afirmou que só estavam discutindo a necessidade da queda dos juros por iniciativa do presidente Lula, defensor da redução.
Ora bolas, dona Dilma, se o presidente Lula queria baixar os índices, por que levou seis anos engolindo altas estratosféricas? O presidente do Banco Central, apesar de ser ministro, não é um funcionário subordinado ao presidente da República?
A candidata paga o preço de haver sido promovida de sargento a general em muito pouco tempo. Vai aprender, é claro, como já está aprendendo, mas não raro deixa a tropa em situação delicada.
Da revolução francesa à bolivariana
Uma semelhança, ao menos, pode ser verificada entre o desenvolvimento da Revolução Francesa e o atual estágio da Revolução Bolivariana. Em Paris, Napoleão passou de primeiro cônsul a cônsul vitalício e logo a imperador dos franceses. Seu sobrinho, Napoleão III, avançou mais ainda, pois eleito presidente da República, tornou-se também Imperador.
Em Caracas, o coronel Hugo Chávez caminha célere para passar de presidente com mandato fixo para presidente vitalício. Quando usará a coroa de imperador pode constituir mera questão de tempo.
Por falar em monarquias, é bom lembrar que na França prevalecia a Lei Sálica, costume dos Francos Sálicos, que proibia as filhas de reis, mesmo primogênitas, de ocupar o trono. Só descendentes masculinos detinham esse direito. No Brasil, não. A princesa Isabel sucederia D. Pedro II como Imperatriz, não fosse a proclamação da República. Para estes dias de Carnaval, nada melhor do que sonhar com reis e rainhas...
Ganhará o concurso
No concurso de fantasias utilizadas pelos ministros, deve ganhar o primeiro prêmio Tarso Genro, da Justiça, que desfilará de "Garibaldi, aquele que unificou a Itália"...
Dona Dilma aparecerá de "Cinderela", Herique Meirelles, de "O Espião que Saiu do Frio", enquanto Guido Mantega, de "Hamlet", do ser ou não ser favorável à queda dos juros. Carlos Minc e Reinhold Stephanes desfilarão de "Irmãos Corsos", os que se comunicavam por telepatia. Geddel Vieira Lima preferirá o camisolão de Antônio Conselheiro, defensor da monarquia em plena república.
No quesito das escolas de samba, deve brilhar o PT com o samba-enredo "O Retorno Dos Que Não Partiram", superando o PMDB com a "Estação Primeira dos Desunidos Eternos". O PSDB trocará o tradicional "Ninho dos Tucanos" pelo "Ninho dos Carcarás" e o DEM, com "Salvados do Incêndio".
Desta vez vamos
Inexistiam marqueteiros de peso quando Ademar de Barros candidatou-se pela segunda vez a presidente da República, depois de haver perdido para Juscelino. Enfrentou Jânio Quadros e viu-se derrotado outra vez, muita gente supondo haver sido pelo slogan que adotou: "Desta vez, vamos..." Ora, já começa a segunda disputa reconhecendo o primeiro fracasso. Bem fez o Lula, que depois de suas malogradas três tentativas passou a olhar apenas para a frente.
Essas lembranças se fazem em homenagem a José Serra, que começa a preparar sua campanha. Está sendo montada uma espécie de sala de guerra, certamente distante do palácio dos Bandeirantes, onde a palavra de ordem é esquecer o passado em prol do sucesso no futuro. Vale o mesmo conselho para Ciro Gomes, se ele se dispuser a enfrentar a tempestade.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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