Juiz lembra que colega que tomou decisão contra Dantas passou a sofrer ameaças
SÃO PAULO - O juiz Mozart Valadares, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), condenou ontem o que chanou de "métodos inaceitáveis de pressão" sobre a toga. Para ele, o caso da juíza Marcia Cunha Silva Araújo de Carvalho, do Rio, que relatou à Polícia Federal processo de intimidação que teria sofrido do Grupo Opportunity, "é o retrato de uma violência que o País não pode mais permitir".
O líder da entidade mais influente dos magistrados, que agrupa 14 mil juízes, alertou para "a ação de pessoas que não têm o menor escrúpulo, porque pensam que através do dinheiro e do poderio podem comprar o caráter de profissionais sérios, incorruptíveis". "São métodos que devemos censurar porque buscam unicamente, por meio de reclamações e argüições de suspeição, tirar o juiz da presidência de um processo", destacou.
Marcia atuava na 2ª Vara Empresarial do Rio e tinha sob sua responsabilidade uma ação de interesse do Opportunity. Ela tomou decisão desfavorável ao grupo do banqueiro Daniel Dantas, passou a sofrer ameaças e tornou-se alvo de ataques à sua conduta.
"Acompanhei algumas reuniões da AMB em que se discutiu a pressão psicológica que Marcia denunciou ainda quando presidia o feito", lembra Valadares. Fui testemunha da angústia da juíza, que enfrentava uma pressão tão poderosa." Segundo o advogado de Marcia, Cláudio Costa, que a acompanhou no depoimento à PF, a "a juíza teve todos os escaninhos de sua vida funcional e pessoal investigada nos menores detalhes, porque ousou decidir contra o Opportunity".
"Todas as investigações contra ela foram arquivadas - no Conselho Nacional de Justiça e no órgão especial do Tribunal de Justiça do Rio", emendou. Para Costa, a magistrada foi alvo de uma campanha "sórdida" e as provas apresentadas pelo Opportunity "mereceram o destino que a Justiça reservou: o arquivo".
Danos morais
Marcia processa o Opportunity na 51ª Vara Cível do Rio por danos morais. Na ação ajuizada no começo do ano, que deve ter desfecho em no máximo 20 dias, ela pede R$ 50 mil em indenização. Ontem foi realizada a última audiência do caso.
O Opportunity reforça que a juíza teve suas acusações anteriores arquivadas pelo Ministério Público ante "a absoluta precariedade de provas" e lembra que em abril de 2006 "a 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro abriu espaço para a volta do Opportunity ao controle da Brasil Telecom ao derrubar, por unanimidade, a liminar dada pela juíza Marcia Cunha".
Fonte: Tribuna da Imprensa
Em destaque
🚨 Do Palácio ao Fórum: A Crise de Integridade que Contamina a República
TJ-BA instaura PAD e afasta juiz de Teixeira de Freitas por suspeita de irregularidades Por Redação 15/12/2025 às 11:05 Foto: Divulgação ...
Mais visitadas
-
Autor: José Montalvão Tista de Deda é o nome, o prefeito do lugar, Com coragem e justiça, veio o povo amparar. Jeremoabo hoje vibra, com ...
-
NOTA DE FALECIMENTO É com profundo pesar e grande consternação que comunicamos o falecimento da senhora Nadja Julieta Gurgel de Araújo , oco...
-
Compartilhar (Foto: Assessoria parlamentar) Os desembargadores do Grupo I, da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Sergip...
-
Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por BandNews TV (@bandnewstv)
-
Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Cledson Santana/Jornalista (@diario_d4_noticias)
-
O problema econômico do nosso vizinho vai requerer um bom caldeirão de feijão e uma panela generosa de arroz. Voltar ao básico Por Felipe Sa...
-
. Nota da redação deste Blog - Que Deus dê todo conforto, força e serenidade para enfrentar este luto.
-
Tiro no pé : É de se notar que nem os Estados Unidos fizeram barulho sobre o assunto pelo qual se entranhou a mídia tupiniquim