Com a chancela do Planalto, acordo fechado por Tarso Genro põe Sérgio Cabral no jogo em 2010
BRASÍLIA E RIO - O apoio do governador Sérgio Cabral ao candidato do PT à Prefeitura do Rio, Alessandro Molon, ultrapassa as fronteiras da disputa municipal e embute uma estratégia planejada para o cenário pós-Lula. Com a chancela do Palácio do Planalto, o acordo foi fechado pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, e põe Cabral, do PMDB, no jogo da sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010.
Apesar de figurar como candidato natural à reeleição, daqui a dois anos e meio, Cabral fortaleceu-se, nos últimos tempos, como uma das opções de Lula para compor a chapa presidencial na condição de vice de um concorrente do PT.
O assunto é tratado com discrição no Planalto, no momento em que o governo tenta proteger a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff - preferida de Lula para sua própria sucessão -, dos ataques da oposição e do fogo amigo petista em meio à CPI dos Cartões Corporativos.
Articulador do acordo no Rio, o gaúcho Tarso também procura se credenciar para a disputa de 2010, embora sua entrada no páreo não conte com o entusiasmo de Lula, que prefere vê-lo como candidato ao Senado. "Eu nunca conversei com Dilma sobre a candidatura do PT em 2010, até porque ela não está integrada a nenhuma corrente do partido, e me sinto à vontade para me mover na cena política, independentemente da questão sucessória", afirma.
Na prática, porém, ao assumir o vácuo na articulação política do governo, o ministro da Justiça tenta construir uma alternativa para deslocar o eixo da política café-com-leite, protagonizada por São Paulo e Minas. De quebra, a atuação de Tarso tem o objetivo de anabolizar seu grupo, Mensagem ao Partido, na disputa interna do PT.
A meta é avançar sobre o território do antigo Campo Majoritário, que sempre ditou a linha de ação da legenda sob a batuta do ex-ministro José Dirceu, hoje seu arquiinimigo. Detalhe: Alessandro Molon é da Mensagem ao Partido. "Esse movimento do Cabral, apoiando um candidato do PT à Prefeitura do Rio, muda o processo político no País em direção a 2010, hoje determinado pelos acontecimentos de São Paulo e Belo Horizonte", diz Tarso.
"O governador se torna uma referência incontestável para ocupar espaço em qualquer chapa nacional e o Rio deixa de ser uma cidade de contendas paroquiais para interferir no projeto futuro, porque surgirão outros acordos baseados na relação entre o PT e o PMDB".
O governo avalia que, quanto mais parcerias fechar agora com o PMDB, vai tirar dividendos do racha tucano não só nas eleições municipais de outubro como na disputa presidencial de 2010. Nesse jogo pragmático, vale tudo. Em São Paulo, por exemplo, o PT negocia com o antigo desafeto Orestes Quércia - a quem acusou de corrupção num passado não muito distante - para obter apoio do PMDB à candidatura da ministra do Turismo, Marta Suplicy, à prefeitura.
Em Belo Horizonte, Lula procura uma saída para unir a base aliada, dividida depois do polêmico namoro entre o PT do prefeito Fernando Pimentel e o PSDB do governador Aécio Neves, que querem se unir na eleição da capital mineira.
Na avaliação de Tarso, porém, o acordo para a prefeitura do Rio indica que Cabral vai influir no projeto pós-Lula "tanto como Aécio e o governador de São Paulo, José Serra". Para fechar a dobradinha entre o PT e o PMDB no Rio, Cabral engavetou a pré-candidatura de seu secretário de Esportes, Eduardo Paes.
Até a véspera do anúncio do apoio a Molon, há uma semana, Paes era tido como candidato inamovível. Cabral se encontrara com José Dirceu, que estava no Rio, e chegou a pedir apoio ao petista para seu secretário, num eventual segundo turno contra o senador Marcelo Crivella (PRB), líder das pesquisas.
À noite, o próprio Paes esteve com Dirceu e, numa conversa no Copacabana Palace, esbanjava confiança. No dia seguinte, porém, o presidente da Assembléia fluminense, Jorge Picciani (PMDB), propôs aliança com Cabral em torno de Molon, pois sempre vetou Paes, e rompeu o acordo com o prefeito Cesar Maia (DEM), que previa adesão à campanha de Solange Amaral (DEM).
Fonte: Tribuna da Imprensa
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