BRASÍLIA - Na última rodada da pesquisa CNI/Ibope, divulgada ontem, a avaliação positiva do governo bateu o recorde dos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - 58% dos 2.002 entrevistados consideram-no ótimo ou bom. Na pesquisa anterior, de dezembro de 2007, o índice já havia atingido 51%, nível só alcançado em março de 2003, três meses após a posse.
O levantamento aponta outros números positivos para o Palácio do Planalto e sugerem a influência da economia na alta popularidade do presidente. O índice de avaliação regular recuou 1 ponto percentual, ficando em 30%, e o de ruim/péssimo caiu de 17% para 11%.
Pela série histórica, a avaliação mais baixa do governo Lula, de 29%, coincide com o início de 2004 - quando Lula foi alvejado pelo descumprimento de algumas promessas de campanha, como aumento maior do salário mínimo - e os meses de setembro e dezembro de 2005, no auge do desgaste pelo escândalo do mensalão, quando veio à tona a suspeita de compra de apoio de parlamentares.
Agora, o cenário é oposto - até a nota média atribuída ao governo bateu recorde, ficando em 7,1. Em outro gráfico divulgado pela CNI, a aprovação ao governo subiu de 65% para 73%. A desaprovação caiu de 30% para 22%. De modo similar, 68% - em dezembro eram 60% - declararam confiar no presidente.
Só 28% (antes eram 35%) não confiam. O Ibope ouviu eleitores em 141 municípios e a margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O Ibope revelou, também, o otimismo com a economia.
A aprovação às ações de combate ao desemprego atingiu 55% - índice mais alto de todos os levantamentos desde a chegada de Lula à Presidência. A desaprovação é de 41%. Além disso, pela primeira vez, desde dezembro de 2006, a porcentagem daqueles que acreditam no aumento da própria renda supera a dos que não acreditam - 42% a 40%. Para 14%, a renda diminuirá.
Quando indagados sobre notícias veiculadas sobre o governo, 30% apontaram para itens relacionados a temas econômicos, como o aumento do salário mínimo, para R$ 415, que começou a valer no dia 1º. Ainda segundo o levantamento, 81% dos entrevistados avaliam positivamente o ano de 2008. Na pesquisa anterior, de dezembro, eram 79%.
Nem tudo, porém, é motivo de comemoração para o PT. Para 51% das pessoas ouvidas, a inflação aumentará nos próximos seis meses. Outros 15% dizem que ela vai ceder e 27% acham que nada mudará. No quesito segurança, os resultados também não foram favoráveis - 56% dos entrevistados desaprovam a ação do governo no setor, ante os 40% que aprovam.
Voltando à economia, a taxa de juros também não agrada à maioria: 53% dos entrevistados desaprovam a política do governo para o setor, enquanto 39% acham correto o posicionamento. Na pesquisa espontânea sobre quais foram os principais fatos noticiados relativamente à gestão petista, 16% apontaram para os gastos irregulares com cartão corporativo e para o novo valor do salário mínimo.
Também chamaram a atenção das pessoas que foram ouvidas as viagens do presidente (8%), a reação ao tratamento dado aos brasileiros na Espanha (5%) e a participação do País nas negociações para encerrar a crise diplomática entre o Equador e a Colômbia (5%).
Noticiário
Ao avaliar o noticiário nas emissoras de TV, nos rádios e nos jornais relativo ao governo do presidente Lula, 32% dos entrevistados disseram que ele não é nem favorável nem desfavorável ao Planalto. Para 27%, a maioria das notícias é favorável ao governo, mas 23% disseram ser desfavorável.
Outros 18% não souberam responder à questão ou não quiseram opinar. Em situação oposta, o Legislativo aparece com popularidade em baixa - 61% disseram não confiar no Congresso. É a pior avaliação das instituições do País, de acordo com o Ibope.
O governo conta com a confiança de 59% dos entrevistados e a desconfiança de 39%. No topo do ranking estão as Forças Armadas, com a confiança de 74% dos brasileiros.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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