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terça-feira, novembro 27, 2007

DEM e PSDB não se afinam sobre tática para derrubar CPMF

BRASÍLIA - A oposição diz ter certeza de que o governo não tem os votos necessários (49) para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), mas não se entende quanto à tática para derrotar o governo. Os senadores do Democratas querem votar logo, de tão certos que estão da derrota do governo. Os tucanos preferem manter a obstrução no plenário.
Ontem, a oposição quase teve a obstrução derrubada. O presidente interino, senador Tião Viana (PT-AC), manteve a sessão de votação de duas Medidas Provisórias (MPs), o que permitiria destravar a pauta e começar, finalmente, a contar as cinco sessões regimentais para a votação da CPMF.
Viana contabilizou como presenças no plenários os tucanos Eduardo Azeredo (MG) e Mário Couto (PA). O líder do PSDB, Arthur Virgílio, reclamou e exigiu a revisão das notas taquigráficas da sessão, como prova de que ele havia declarado o partido em obstrução. Viana conferiu as notas e foi obrigado a derrubar a sessão.
PSDB e DEM marcaram uma reunião em que vão tentar afinar a estratégia sobre a CPMF. Enquanto os Democratas tentam acelerar a tramitação do "imposto do cheque" na Casa, tucanos apostam que a obstrução da pauta é a melhor saída.
"Não se trata de acelerar, mas sim de cumprir os prazos regimentais. O governo não tem voto para aprovar a CPMF agora, então para que atrasar", defendeu o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). "Atrasar é dar mais tempo ao governo para cooptar senadores e conseguir a aprovação da matéria", prosseguiu ele.
Na outra linha, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), defende a continuidade da obstrução. "Não sou a favor dessa história de acelerar porque tenho certeza que o governo não terá os 49 votos para aprovar a prorrogação e também porque, de qualquer maneira, a CPMF não seria votada agora.
O governo terá pelo menos 15 dias, que é o prazo mínimo de tramitação, para construir votos em seu favor", afirmou. O tucano avisou que vai discutir o tema com a bancada do PSDB hoje, às 11 horas. "Vamos discutir com a bancada primeiro e, depois, vamos nos reunir com o pessoal do DEM", disse Virgílio.
Independente das opiniões diferentes, Agripino destacou que o importante é que os dois partidos afinem os discursos e façam um mapeamento completo da real situação da matéria no Senado. Juntos, os dois partidos têm 27 senadores. A expectativa é de que 26 participem da reunião hoje.
Tasso Jereissati (PSDB-CE) já avisou que estará ausente em razão de viagem. Se em relação à CPMF a oposição está divergindo, o mesmo não ocorre quando o assunto é a reforma tributária. A "mudança de posição" do governo em relação ao assunto - a promessa era de enviar a reforma ao Congresso até o dia 30 - foi duramente criticada por senadores dos dois partidos.
"Isso é o exemplo de que o governo Lula é um governo em que não se pode confiar", resumiu Agripino. "Eu sabia que ele não ia cumprir. Serve para mostrar para alguns que o governo ia usar a reforma tributária para votar em troca de cargos", observou Virgílio.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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