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quinta-feira, outubro 11, 2007

Renan sepultado sem velório mas enterrando

Helio Fernandes

A oposição e o Planalto-Alvorada
Desde 1946, quando no belo Palácio Tiradentes "cobri" para a revista "O Cruzeiro" os 7 meses da Constituinte, jamais vi nada tão melancólico, constrangedor e deprimente como a sessão de anteontem do Senado. Encurralado por si mesmo, Renan não agüentou a pressão e abandonou a presidência. Literalmente fugia.Antes, um outro episódio que eu nunca havia visto em lugar algum do mundo, apesar de em todas as viagens que fiz durante a vida sempre ir visitar o Congresso. Antes mesmo de assistir às sessões da Constituinte aqui, em Paris já assistira sessões da Assembléia Nacional, como chamam a Câmara de lá.Mas nada parecido com o que aconteceu anteontem, o apogeu da calamidade que já se prolonga por 3 meses. E ninguém sabe quando acabará. Pois embora a chamada oposição tenha marcado o 2 de novembro como a data final e irreversível para as votações, ninguém acredita que essa farsa terminará nos próximos 20 dias.Renan está exausto, a oposição, esgotada. Ele não tem saída, ela não tem solução. Todos esperam que possam ser socorridos por algum milagre ou qualquer coisa extraterrena, e ficam aguardando. Só que ninguém sabe o que pode acontecer, nem providenciam a remoção de Renan do cargo que ele mesmo deteriorou.Não há nenhuma dúvida que tudo começou com Renan. Mas se aprofundou e se transformou no tumulto que chegou ao máximo anteontem, como a omissão de todos os partidos, os mesmos que o Supremo considerou donos de tudo. O PMDB, o PT-PT, o PSDB, o DEM e os mais diversos partidos com menores bancadas estão visível e frontalmente contra Renan.O que falta então? Decisão, convicção, determinação e a certeza de que os partidos, "donos dos mandatos", é que têm que resolver. Mas os partidos não reagem, se acumpliciam com Renan, trocam insultos e se atiram uns contra os outros, sempre usando a farsa de se chamarem de "excelências".O PSDB e o DEM fecharam a questão exigindo o voto contra Renan, 9 desses nobres representantes votaram a favor do presidente do Senado. Se o mandato pertence aos partidos, as convenções deveriam ter sido convocadas imediata e especialmente para punir os traidores, vá lá, os que não cumpriram as determinações partidárias. Não houve nada, eles sabem que as legendas são todas de aluguel.O PMDB e o PT-PT não fecharam a questão, porque suas portas são tão amplas ou tão exíguas que não dá para fechar em hipótese alguma. E todos os senadores sabem disso, principalmente Renan Calheiros, que se aproveitou muitas vezes dessa situação para defender os mais confusos interesses. E os partidos menores (ditos "ideológicos") deram muitos votos para a salvação de Renan.Um presidente do Senado "batendo boca com senadores", negando apartes, cortando a palavra dos que eram contra ele, espetáculo inimaginável, vergonhoso, pecaminoso e incandescente. No mesmo momento em que em todas as dependências do Senado circulava a Playboy com a capa tão cobiçada. (E só conseguida ou conquistada por Renan).Essa vergonha de anteontem não pode se repetir, mas se repetirá. Só existem duas possibilidades de tudo acabar imediatamente.
1 - A oposição retirar os prazos, se retirar do Senado, retirar Renan do cargo, qualquer que seja o método.
2 - O Planalto-Alvorada se convencer de está sendo atingido duramente e resolver logo a questão.PS - Ou tomam a decisão a-g-o-r-a, ou serão enterrados em cova rasa num terreno baldio do município de Murici. No momento, Renan não tem mais nada a perder. A oposição e o Planalto-Alvorada estão arriscando tudo.
Amanhã
Num outro 12 de outubro como hoje, há 30 anos, Geisel, Silvio Frota, Hugo Abreu, João Figueiredo estraçalhavam a ditadura.
Edson Lobão
O senador deve saber o que está fazendo. Pode ser presidente do Senado, mas não é fácil. Dizem que o presidente virá do Maranhão, mas não um homem.
Inacreditável: acreditei que eleito e assumindo, Luiz Inácio Lula da Silva fosse anular as vergonhosas DOAÇÕES-PRIVATIZAÇÕES feitas por FHC. Não anulou uma só. E mais grave ainda: reincidente nas DOAÇÕES, está entregando até o fabuloso patrimônio brasileiro que é a Amazônia. Vendendo, recebendo o dinheiro e dando recibo a estrangeiros. Que passam a ser proprietários de partes das terras mais cobiçadas do mundo.
Sempre se teve como certo, no Brasil, que tropas estrangeiras invadiriam a Amazônia. Acreditávamos que esse assalto se desse usando como trampolim países vizinhos. Agora vendemos o território, não haverá mais invasão. Donos de cartórios internacionais cobrarão as terras.
E pelo prazer de DOAR, fazem o mesmo, agora, até com estradas. Anteontem, leilões de 7 estradas, todas ganhas por multinacionais.
Uma vergonha. Não conseguimos asfaltar e manter estradas, querem ser potências mundiais. Que República.
Anteontem, bem tarde da noite, a Câmara festejou a aprovação da CPMF em segunda votação. Não havia o que festejar, resultado certo e garantido. E a margem não foi tão grande.
De qualquer maneira, o problema fundamental será no Senado. Obter 49 votos, só entregando "a cabeça de Renan". O Planalto-Alvorada não hesitará. A oposição não resistirá.
Não houve uma voz discordante a respeito do filme "Tropa de elite", e não apenas como filme. O libelo tão visível e tão irrespondível glorifica ainda mais o que foi feito com sangue, suor e lágrimas.
Uma pena que a comissão que selecionou o filme para concorrer ao Oscar da Academia de Hollywood tenha cortado "Tropa de elite". Qual a razão desse corte? E não seria necessária explicação?
Ontem, o operoso e diligente Sérgio Cabral viajou pela décima vez em 9 meses de governo. (Governo?). Para onde foi o governador? Para o Japão e Coréia do Sul, como ele diz, "sempre a trabalho".
Dá como justificativa a mesma de outras viagens: visitar as instalações do trem-bala. O vice Pezão tem dito a amigos: "Não pensei que vice fosse tão bom. Não disputei eleição e não saio do palácio".
Pezão, fiel ao ex-governador Anthony Mateus, cumpre o ritual das outras vezes, telefona e pergunta, "o senhor quer alguma coisa?".
Nos bastidores do Senado se travam duas batalhas. A da retirada de Renan e da eleição de um novo presidente. Desesperado, Renan vai acabar por propor (ou aceitar) a renúncia da presidência em troca da garantia do mandato.
Renan está alimentando ódios, um deles contra Sarney. (Não esconde, da mesma forma que em relação a Mercadante, só fala com desprezo).
A saída de Edson Lobão do DEM para o PMDB era falada e esperada. Como depois da saída de Renan o presidente virá do PMDB, garantem que o objetivo de Lobão é esse. Deve ser, é articulado e relacionado. Mas entrar no partido e logo escolhido?
Manchete esdrúxula, esquisita e até desatenciosa de O Globo: "Espanhóis levam rodovias e expandem negócios no País". Ha! Ha! Ha!
Não vão "levar" as rodovias, "ficam" aqui mesmo, lógico. E os negócios não serão melhorados, são pequenos.
E não investirão coisa algum. Só começam a trabalhar depois de receberem os pedágios. As empreiteiras que vieram antes deles faziam o mesmo.
Cálculos feitos por "especialistas" do Planalto-Alvorada garantem: "A CPMF para ser aprovada no Senado só tem, por enquanto, entre 35 e 40 votos". Tomando como base os 40, mais 9 têm que ser obtidos, no "é dando que se recebe". Nenhum problema.
A luta pelas eleições municipais ganhou uma repercussão que não tinha. Foi o Supremo que deu aos municípios este destaque.
Tem gente perdendo prazo e outros acreditando que são personagens de primeira grandeza.
O Banco Central anunciou que "não deixaria o dólar ficar com cotação abaixo de 1,80". Qualquer que seja a importância ou influência do BC, a verdade: pelo terceiro dia, ficou em 1,80.
Vi e comentei os números 1 e 2 da pretensiosa e inexpressiva revista Piauí. Comentei e informei que não veria, e, lógico, não leria mais a revista que não tinha condições de melhorar. Só sobrevivia ou sobreviveria por pertencer a banqueiros, imprimir e distribuir 300 mil exemplares, vender 50 mil.
Nenhuma empresa jornalística resiste a essa relação. A não ser banco, uma fauna cada vez mais em ascensão, cujos lucros acendem e ascendem qualquer ego, por mais vasto que seja. Disse que não leria mais. Li o número 13, piorou mais do que eu admitia.
Se já era inacessível, ficou impenetrável. E se os anúncios eram de favor, sumiram. Ficou apenas o Itaú, fidelidade bancária.
E surgiram estatais como Caixa Econômica, BNDES, Banco do Brasil, o rico São Paulo, o pobre Piauí, que República. Por que o governo financia diversão de banqueiros que exploram o cidadão?
Pra não dizer que não falei de flores: as 4 páginas do "Piauí Herald", baseadas no imaginário, mas escritas com certa graça. Os 2 ou 10 anos que a revista não atingirá. Quer dizer: pode atingir com o financiamento interno.
XXX
Lamentavelmente o Coelho voltará a jogar no fim de semana. Peço desculpas por dizer que esse valentão é do Cruzeiro. Na verdade o Atlético não merecia tê-lo no time.
Bernardo Cabral voltou de Manaus, mais uma conferência e condecoração e a insistência para voltar ao Senado. Se não queria antes, por que iria querer agora?
O Jornal do Commercio também insistiu na manchete errada: "Rodovias ficam com espanhóis". Só devia valer uma notinha, lá dentro, escondida. Manchete?
XXX
As colunas de o Globo e o Jornal do Commercio "Há 50 anos", leituras obrigatórias. Para quem tem ou não tem memória.
XXX
Essa Sul Americana, pela qual brigam os clubes que não se classificam para a Libertadores, é chatíssima.
Ontem, vários jogos, estádios vazios, televisões desligadas.
XXX
Não existe essa disputa tão apregoada entre TV Globo e TV Record. Esta brigava pelo segunto lugar com o SBT. Disparou mas não se aproximou da Globo. Apesar do "bispo" ser quem é, seria preciso outra televisão, a Globo sozinha não dá.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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