Tribuna da Bahia e equipe
PP mantém-se neutro e unido
A “maioria confiável” dos sonhos do governador Jaques Wagner ainda vai demorar. O PP, com seus cinco parlamentares, permanecerá “independente e unido”, nas palavras do deputado Luiz Augusto. Ele foi um dos participantes da reunião da bancada na noite de segunda-feira, com a presença dos três deputados federais da legenda – João Leão, Mário Negromonte e Roberto Brito –, em que foram fixadas diretrizes para atuação do partido. Sempre que houver matéria importante na Assembléia Legislativa, a bancada se reunirá para discutir democraticamente como votará. Se for fechada questão, o deputado que votar contra poderá procurar outro caminho.
Partido deseja apenas obras
Já que não vai para a base governista, o PP também não exigirá cargos, “mesmo porque”, ponderou Luiz Augusto, “o governo não teria condições de absorver o peso que representaríamos sem criar problemas”. O ganho do partido, portanto, se restringirá ao direito de “reivindicar institucionalmente a realização de obras, melhorias e serviços para as regiões que seus deputados representam”, explicou.
De orelha em pé
Um aspecto salienta-se em toda essa engenharia: o PP integra com o PRP um bloco parlamentar na Assembléia, e sem essa coalizão não haveria bancada, que exige o mínimo de seis parlamentares. O bloco tinha sete, mas com a ida do deputado Fábio Santana para o PMDB, o PRP ficou com uma só integrante, a deputada Antônia Pedrosa, que não foi à reunião do PP, obviamente, por não ser do partido. Ela entrou no bloco com a condição de ser livre para votar. Agora, com a possibilidade de fechamento de questão em alguma matéria, vai conversar com o líder Roberto Muniz para tomar sua decisão.
Apagão
Em discurso feito ontem na Assembléia Legislativa, o deputado Sandro Regis fez um balanço nada positivo dos 100 primeiros dias do governo Jaques Wagner. Para o parlamentar, nesse período a Bahia viveu um verdadeiro apagão administrativo. “O que o governo Jaques Wagner tem feito, de fato, nos últimos 100 dias, é caluniar, maldizer e tentar, a todo e qualquer custo, desfazer a imagem de excelente administrador que o ex-governador Paulo Souto desfruta junto à nossa população”, afirmou o deputado.
Ciumeira
Subiu e muito a temperatura entre os puros sangues petistas com a demonstração de força do ministro Geddel Vieira Lima ontem por conta da posse do novo Secretário de Serviços Públicos da Prefeitura. A temporada de ciumeira nunca esteve tão em alta e com ela a de intrigas e conversas de pé de ouvido.
No forno
Fonte petista surpreende-se com a perspectiva de um “acordão” envolvendo o nome de Imbassahy para a prefeitura de Salvador, que emergiu depois do almoço de sábado na casa do deputado Marcelo Nilo. Mas admite que já está “em debate interno” no PT a possibilidade de Geddel concorrer ao governo e Wagner, à presidência da República. Ela própria – a fonte – participou de uma reunião do PMDB e assegura que também lá o assunto entrou nas discussões.
Vai ou racha
Se o prefeito João Henrique precisava de algum empurrão para decidir que rumo tomar em termos de legenda o ministro Geddel Vieira Lima deu mais que isso ontem. Curiosamente, no mesmo dia em que a Tribuna noticiava o almoço patrocinado pelo presidente da AL, Marcelo Nilo, que colocou na mesma mesa, num sábado de Aleluia, o governador Jaques Wagner e o ex-prefeito e candidatíssimo à sua sucessão, o tucano Antônio Imbassahy.
Debate garantido
O governo tentou ontem derrubar a sessão da Assembléia, e a única explicação visível era evitar o debate sobre a demora na nomeação de professores concursados, que ocuparam as galerias da Casa. A oposição agiu rapidamente e garantiu o quórum de 21 deputados no plenário. Convocados em regime de urgência, os deputados Angelo Coronel (PR) e Roberto Muniz (PP) apareceram na hora h e completaram o número. Elmar Nascimento, líder do PR, festejou: ”A democracia venceu a covardia”.
Sala sem segredo
“Não há sala secreta”, disse o secretário da Segurança Pública, Paulo Bezerra, aos deputados integrantes de comissão encarregada de acompanhar as investigações sobre a suposta ocultação de processos contra políticos nos últimos 16 anos, período em que o extinto PFL governou a Bahia. Na sala, sem lacre, no prédio da SSP no Centro Administrativo, estavam 403 documentos que somente depois da denúncia foram catalogados. São 380 ofícios, 12 sindicâncias, cinco recursos referentes a concursos públicos, quatro inquéritos policiais e dois processos administrativos. A maioria ainda não prescreveu. Não haveria nenhum processo judicial contra políticos cuja tramitação tenha parado por engavetamento.
CURTAS
* A propósito - Velho repórter político atesta que o almoço de Marcelo Nilo foi regado exclusivamente a refrigerante. * Só os culpados - Ao lado do corregedor da SSP, Nelson Gaspar, que, como ele, veio dos quadros da Polícia Federal, o secretário recebeu os deputados Carlos Gaban (DEM), Yulo Oiticica (PT) e João Carlos Bacelar (DEM). Através de ofício, a comissão solicitou a Bezerra que encaminhe a relação dos municípios citados, das pessoas e cargos envolvidos e, ainda, as datas em que os documentos para lá foram remetidos. Os deputados assumiram o compromisso de não revelar publicamente nenhum nome, exceto aqueles contra os quais haja uma acusação devidamente comprovada em processo concluído. . * Responsabilidade - A análise dos documentos está a cargo da SSP, Ministério Público e Corregedoria Geral do Estado, para onde a papelada está sendo transferida. O secretário informou aos parlamentares que, se uma ou mais autoridades policiais não deram andamento a algum processo sob sua responsabilidade, será aberto inquérito para apurar os fatos. * Deixa “queto” - Nos bastidores da Assembléia Legislativa, o silêncio dos deputados governistas sobre a tal sala é atribuído à possibilidade de, entre os acusados, haver políticos que mudaram de lado e hoje estão apoiando o governo. * Tráfico humano - Hoje, às 9 horas, no plenarinho da Assembléia, realiza-se a conferência “Construção dos planos estaduais de prevenção e enfrentamento do tráfico de seres humanos". A Comissão de Direitos Humanos do Legislativo apóia o evento. * Bíblico - Como o profeta homônimo, o Jonas baiano foi engolido por um peixe graúdo.
Fonte: Tribuna da Bahia
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quarta-feira, abril 11, 2007
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