quarta-feira, dezembro 17, 2025

🕯️ O Silêncio das Redes e o Grito dos Pobres: A Mordaça que Fere o Evangelho

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🕯️ O Silêncio das Redes e o Grito dos Pobres: A Mordaça que Fere o Evangelho

Por José Montalvão

Como católico, formado na fé desde a infância diante do santuário doméstico, é impossível assistir passivamente ao que se desenha como uma tentativa de asfixia da voz profética do Padre Júlio Lancellotti. A imposição de uma mordaça digital ao sacerdote, vinda da própria hierarquia eclesiástica, não é apenas uma questão administrativa; é um atentado à liberdade de expressão e um contra-senso à própria missão evangelizadora.

Calar o Padre Júlio, nas redes sociais e nas transmissões de missas, soa para muitos fiéis como uma tentativa de silenciar o próprio Cristo no que Ele tem de mais radical: o amor e a defesa dos humilhados.


A Ordem do Silêncio e a Resposta do Sacerdote

Por determinação de Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, o padre foi proibido de realizar transmissões de missas pela internet e ordenado a se afastar de plataformas como Facebook e Instagram. A reação do sacerdote, embora carregada de dor, foi o espírito de obediência. Ele declarou que seguirá as orientações, reafirmando sua submissão à Arquidiocese, mas lamentou o vazio que a falta das celebrações online deixará no coração de milhares de fiéis que não podem se deslocar até a Paróquia São Miguel Arcanjo.

O Impacto Pastoral e o Risco da "Missão Traída"

A decisão foi recebida por movimentos sociais e defensores dos direitos humanos como uma forma clara de censura e perseguição. O argumento é contundente:

  • Invisibilidade da Dor: O silenciamento digital limita a denúncia contra a aporofobia (rejeição aos pobres) e a violência estatal.

  • Afastamento dos Fiéis: A Igreja, que há décadas vê seu rebanho diminuir, parece não perceber que ao punir quem pratica o Evangelho puro, afasta ainda mais aqueles que buscam coerência entre fé e ação.

Um Legado que o Tempo Não Apaga

Embora as restrições sejam, em teoria, temporárias, a percepção de uma "missão traída" permanece. A história, no entanto, é implacável. O legado do Padre Júlio já está gravado em pedras e leis:

  1. Lei Padre Júlio Lancellotti: Uma lei federal que proíbe a arquitetura hostil, impedindo que cidades usem espetos ou pedras para afastar moradores de rua de marquises e bancos.

  2. Referência em Direitos Humanos: Sua atuação é o rosto vivo da Igreja nas periferias existenciais, conforme pede o Papa Francisco.

Conclusão: A História como Juíza

Tentar restringir a voz de quem se dedica aos vulneráveis apenas reforça o caráter profético de sua missão. O tempo não apagará este episódio; pelo contrário, ele servirá como testemunho de um período em que a hierarquia pareceu temer mais a repercussão digital do que a dor de quem tem fome.

Se a Igreja deseja recuperar seus fiéis, o caminho não é o da censura, mas o do acolhimento. Calar o mensageiro não apaga a mensagem, especialmente quando ela está alicerçada no compromisso com os "preferidos de Deus"

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