Foto: Antonio Augusto/ STF/Arquivo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)06 de abril de 2025 | 15:20Maioria diz que decisão do STF contra Bolsonaro foi justa e 46% apostam que será preso, diz pesquisa
A maioria dos brasileiros considera justa a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que instaurou ação penal e tornou réu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados por tentativa de golpe de Estado. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada neste domingo, 6, 52% dos entrevistados disseram concordar com o ato do STF. Já para 36% a decisão foi injusta. Outros 12% não sabem ou não responderam.
Entre os entrevistados por região, a maioria que considera que o julgamento da Suprema Corte foi justo está no Nordeste, reduto eleitoral petista, com 61% corroborando com os ministros. Nas demais regiões, o índice ficou entre 44% no Sul, e 51% no Sudeste – com 50% dos entrevistados das regiões Centro-Oeste e Norte.
Por religião, o índice dos que avaliam que Bolsonaro foi justamente tornado réu é de 56% entre os católicos, enquanto 33% deles acredita que a decisão foi injusta (11% não respondeu ou não sabe). Entre os evangélicos, 46% acha que Bolsonaro sofreu injustiça, e 39% apoiam a decisão dos ministros (15% não respondeu).
Mais de 70% dos entrevistados tinha conhecimento da decisão e o restante ficou sabendo dela no momento da entrevista. A mesma pesquisa indicou ainda que 46% apostam que o ex-presidente vai ser preso contra 43% que não acreditam na prisão. Entre seus próprios eleitores em 2022, 36% acha que Bolsonaro será preso, enquanto 55% avalia que não será. Já entre os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 56% aposta no ex-presidente na prisão, enquanto 35% é cético quanto ao destino.
Comparado a última pesquisa do instituto, de dezembro do ano passado, a opinião dos entrevistados pouco variou acerca da participação ou não de Bolsonaro na tentativa de golpe de Estado, no final de 2022. Antes, 48% acreditava a trama golpista teve o envolvimento de Bolsonaro, e agora são 49%. Já 34% achava que ele não participou do plano, um ponto porcentual a menos que os atuais 35%. Antes 17% não souberam ou não opinaram, contra 15% agora. Somente 1% respondeu negando a existência de uma tentativa de golpe — em dezembro eram 2%.
A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.004 pessoas de 16 anos ou mais entre os dias 27 e 31 de março. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos.
Karina Ferreira/Estadão