EMBASA em Jeremoabo: três décadas de promessas e nenhuma solução
Já escrevi muito sobre os problemas da EMBASA em Jeremoabo. Denúncias, críticas, sugestões… tudo já foi dito. Mas, infelizmente, a situação continua a mesma: água de má qualidade, abastecimento precário, promessas vazias. E a solução? Essa continua sumida, como sempre esteve.
Desde os tempos em que Valdemar Amanço foi gerente da EMBASA em Paulo Afonso — e isso já faz mais de trinta anos — os problemas com o abastecimento de água em Jeremoabo eram conhecidos e discutidos. Diga-se de passagem, Valdemar era meu amigo, meu irmão na maçonaria, mas mesmo ele, com toda boa vontade, nada conseguiu resolver. Porque o problema não está no gerente local. A raiz da incompetência está na diretoria lá em Salvador, que nunca deu a mínima para o sofrimento do povo de Jeremoabo.
A ladainha é velha. Passam-se os anos, trocam-se os prefeitos, mudam os secretários, os gerentes vão e vêm, mas o povo continua sem água ou com água suja, cara e escassa. A indignação da população é legítima. Mas até quando vamos viver de reclamações?
A grande verdade é que, se Jeremoabo tivesse uma Câmara de Vereadores atuante, corajosa e comprometida com os interesses do povo, essa situação já teria sido enfrentada de forma séria. A Câmara tem um canhão na mão, mas parece não saber ou não querer atirar. Ficam inventando comissões, audiências, conversas com representantes da EMBASA — tudo paliativo, tudo encenação para ganhar tempo e enganar o povo mais um pouco. Comissão não resolve, discurso não resolve. O que resolve é pressão de verdade, é ação judicial, é intervenção institucional.
Neste ponto do campeonato, ou se busca o amparo da Justiça ou se apela para a mãe do bispo — porque, honestamente, só um milagre pode mudar esse cenário. Mas até os milagres andam difíceis em Jeremoabo.
De boas intenções, o inferno está cheio. E de promessas não cumpridas, Jeremoabo também.
