Prefeito delega poderes, secretários devem estar preparados para prestar contas
Na gestão pública, é fundamental compreender que o prefeito, enquanto gestor maior do município, delega poderes e responsabilidades aos secretários municipais. Cabe a cada um deles, portanto, não apenas administrar suas respectivas pastas com competência e transparência, mas também prestar contas ao gestor e, principalmente, ao povo.
Nos últimos dias, tenho recebido inúmeras mensagens de cidadãos denunciando problemas graves na rede municipal de ensino: falta de aulas, ausência de transporte escolar e carência de merenda. São situações que afetam diretamente o direito das crianças e adolescentes à educação, e, por extensão, impactam toda a sociedade. É legítimo – e necessário – que o cidadão contribuinte reclame, exija e fiscalize. Afinal, quem paga impostos quer ver retorno em serviços públicos de qualidade.
Porém, é preciso lembrar que o prefeito Tista de Deda herdou um município administrativa e financeiramente destruído. Ele não assumiu o cargo com uma varinha mágica em mãos. Não havia recursos suficientes para, a curto prazo, reformar todas as escolas sucateadas ou resolver, de forma imediata, todos os problemas deixados pela gestão anterior. Colocar alguns alunos para estudar enquanto outros ficam de fora também seria uma injustiça. A solução precisa ser coletiva e equitativa.
Infelizmente, quando há incompetência e irresponsabilidade em administrações passadas, o prejuízo atinge todos: a população, os servidores públicos e o novo governo. E isso não se restringe apenas à educação. A saúde, a infraestrutura e outros setores também padecem.
O que cabe neste momento é urgência e ação eficaz. A licitação do transporte escolar precisa ser agilizada para garantir o acesso dos alunos às aulas. Já que o calendário letivo foi iniciado, é preciso normalizar de uma vez por todas a oferta de merenda escolar e o funcionamento regular das aulas.
O povo está pagando um preço muito alto pelas escolhas erradas do passado. Um preço que começou a ser cobrado desde os tempos de festas com trios elétricos e "safadões", enquanto a máquina pública se deteriorava. Aliás, naquela época, muitos de nós alertamos. Agora, infelizmente, estamos vendo os efeitos colaterais de uma gestão voltada mais para o entretenimento do que para os serviços essenciais.
É hora de reconstruir. E essa reconstrução exige, acima de tudo, capacidade técnica, responsabilidade e compromisso com o povo. Quem não estiver à altura da missão que pediu para assumir, deve dar lugar a quem esteja.