Publicado em 9 de abril de 2025 por Tribuna da Internet

Bilionários americanos voltam-se contra tarifaço de Trump
Pedro do Coutto
A situação da economia no mundo se complica a cada instante em que se aguarda a resposta da China ao ultimato de Donald Trump sobre a situação tarifária. O presidente dos Estados Unidos ameaçou a China com tarifas adicionais de 50% sobre todas as importações do país caso Pequim não recue da decisão de impor tarifas recíprocas contra Washington.
Caso cumpra o prometido, os EUA terão elevado em 84% o valor de todos os produtos chineses que entram no país norte-americano em uma semana. Trump acrescentou que todas as negociações com a China estão encerradas.
GUERRA DE TARIFAS – “As negociações com outros países, que também solicitaram reuniões, começarão a ocorrer imediatamente”, completou Trump. No último dia 2 abril, os Estados Unidos iniciaram uma guerra de tarifas contra todos os parceiros comerciais, com taxação adicional de 34% sobre todos os produtos chineses que entram no país norte-americano.
Em resposta, a China decidiu retaliar com tarifas de 34% sobre todos os produtos estadunidenses que entram no país asiático, além de estabelecer restrições para exportação de minerais raros, chamados terras raras, e proibir o comércio com 16 empresas dos EUA. A guerra de tarifas tem derrubado as bolsas em todo o mundo e elevado as incertezas sobre o futuro do comércio mundial enquanto Trump promete manter a sua nova política comercial.
O jornal que serve de porta-voz do Partido Comunista Chinês (PCC) – o Diário do Povo – publicou longo editorial pedindo calma e argumentando que o “céu não cairá” com as tarifas de Donald Trump. “Diante do impacto da intimidação tarifária dos EUA, temos grande capacidade de suportar a pressão. Nos últimos anos, construímos ativamente um mercado diversificado e nossa dependência do mercado dos EUA vem diminuindo. As exportações da China para os Estados Unidos como parcela do total de exportações caíram de 19,2% em 2018 para 14,7% em 2024”, afirmou o diário chinês.
EFEITO – É claro que o ultimato de Trump à China só pode ter uma resposta negativa, pois não é possível que a segunda potência econômica do planeta se curve diante de uma ameaça do governo americano. Isso seria um recuo vergonhoso, uma prova de rebaixamento em relação às ordens de Washington. O efeito já se fez sentir diante do perigo que é uma crise dessa ordem, com efeito na inflação mundial.
Os países dependentes do comércio dos Estados Unidos e da China estão sensíveis ao vendaval desencadeado por Trump. O pânico nas bolsas é geral. Os bilionários de Wall Street que apoiaram Trump agora criticam a sua política tarifária que tem reflexos em todo o mundo. O consumo assim no planeta está sob ataque cerrado e a solução está difícil de ser encontrada.
SEM ACORDO – Isso tudo antecipa uma situação mais complexa, prevendo até mesmo um possível confronto militar. Não está longe disso, pois toda vez que não há acordos comerciais envolvendo o comércio do dólar, a paz mundial fica sob ameaça.
O aumento das tarifas causa também o aumento do custo da mão-de-obra, em virtude dos preços que passaram a ser cobrados, de forma que Donald Trump está provocando uma enorme destruição da própria produção mundial. O custo do ultimato dos Estados Unidos ao governo de Pequim está deixando o mundo perplexo. Qual será o rumo da crise que surgiu e que foi agravado por Trump?