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sexta-feira, abril 11, 2025

A Maldição dos Capuchinhos: Câmara de Jeremoabo Retrocede à Idade da Pedra e Apaga Reserva Ecológica da Pedra Furada


A Maldição dos Capuchinhos: Câmara de Jeremoabo Retrocede à Idade da Pedra e Apaga Reserva Ecológica da Pedra Furada

Jeremoabo vive, mais uma vez, o que muitos chamam de "a maldição dos capuchinhos", uma força simbólica que parece castigar a cidade sempre que decisões absurdas e retrógradas tomam conta do poder público. Dessa vez, o alvo foi a Câmara de Vereadores, que com uma canetada ignorou a história, o meio ambiente e o bom senso, fazendo retroceder conquistas ambientais importantes para o município.

Segundo levantamento técnico do engenheiro José Mário, a Lei Orgânica de Jeremoabo, promulgada em 1990, já reconhecia, em seu art. 191, a Pedra Furada e seu entorno como Reserva Ecológica Municipal. Uma revisão posterior da legislação, em 2005, reforçou esse entendimento no art. 192, inciso XXVI, mantendo a proteção da área como prioridade ambiental.

No entanto, em 2024, uma nova revisão da Lei Orgânica, ao que tudo indica, apagou silenciosamente esse reconhecimento. Conforme análise dos artigos 210 a 218, a Reserva Ecológica da Pedra Furada simplesmente desapareceu do texto legal. O problema se agrava porque a suposta revogação é genérica e omissa, sem especificar diretamente quais dispositivos foram anulados. Essa ausência de clareza não é apenas um erro técnico — é uma afronta à transparência e à responsabilidade com o patrimônio natural de Jeremoabo.

A situação piora ainda mais com a atuação da Embasa, que contribuiu para o assoreamento da área, soterrando parte de uma cachoeira com cerca de 2,5 metros de altura. Mesmo diante desse impacto, o INEMA (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia) concedeu licença ambiental para a construção de uma parede de concreto ciclópico que represou as águas do Rio Vermelho. Um ato que precisa ser urgentemente revisado, já que fere princípios básicos de preservação ambiental.

Enquanto o mundo inteiro caminha na direção da sustentabilidade e da valorização de suas riquezas naturais, Jeremoabo regride, liderada por decisões políticas que mais parecem cenas de um teatro trágico. Alterar a Lei Orgânica para desproteger uma área ambientalmente relevante é um dos maiores absurdos que a Câmara poderia ter cometido.

Mas será mesmo surpresa? A mesma Câmara que retirou o nome do Coronel João Sá da principal escola do município, desrespeitando a história e os fundadores da cidade, mostra agora que está disposta a apagar também as marcas naturais que fazem parte da identidade jeremoabense.

Estamos vivendo uma verdadeira anomalia institucional, um "salve-se quem puder" onde reina o despreparo, a ignorância ou, pior ainda, a má fé. A destruição do que é coletivo para atender interesses obscuros precisa ser enfrentada com mobilização da sociedade, com ações do Ministério Público e com o despertar de uma nova consciência política.

Se a Pedra Furada já foi símbolo de resistência e beleza natural, hoje ela grita por socorro. E quem ama Jeremoabo não pode se calar

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