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Padre indiciado criou ‘oração ao golpe’, diz Polícia Federal

 Foto: Reprodução/Instagram

O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, sacerdote da Diocese de Osasco (SP), foi alvo da operação da Polícia Federal26 de novembro de 2024 | 21:15

Padre indiciado criou ‘oração ao golpe’, diz Polícia Federal

brasil

O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, indiciado pela Polícia Federal junto com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 35 pessoas por suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil, escreveu e repassou via WhatsApp uma espécie de “oração ao golpe”, em que pedia que todos os brasileiros incluíssem em suas preces os nomes de militares que poderiam se envolver na trama.

A informação consta do relatório final da investigação feita pela Polícia Federal. As conclusões das investigações foram entregues na quinta-feira (21) ao STF (Supremo Tribunal Federal) e tornadas públicas pelo ministro Alexandre de Moraes nesta terça-feira (26).

Na oração composta pelo padre e enviada em 3 de novembro de 2022, há os nomes do então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e de outros generais, como Estevam Teophilo, à época chefe do Comando de Operações Terrestres, ambos indiciados.

O religioso roga que todos os brasileiros, católicos e evangélicos, incluam o ministro e os generais em suas orações, “pedindo para que Deus lhes dê a coragem de salvar o Brasil, lhes ajude a vencer a covardia e os estimule a agir com consciência histórica e não apenas como funcionários público (sic) de farda”.

Também estão na lista militares que resistiram às articulações golpistas, como o então comandante do Exército Marco Antonio Freire Gomes.

Segundo a PF, o pároco enviou a oração a um colega, frei Gilson da Silva Pupo Azevedo, e pediu que a repassasse somente “para pessoas de estrita confiança”.

O relatório da PF mostra que o padre esteve em Brasília em novembro e dezembro de 2022 e passou pelo comitê de campanha de Bolsonaro e também pelo Palácio do Alvorada. Em depoimento, ele disse que prestou atendimento espiritual a Filipe Martins, então assessor da Presidência, e a Bolsonaro.

Para a PF, o padre estava em Brasília para participar das discussões sobre o golpe de estado. Em mensagem encaminhada a outro interlocutor no dia 6 de novembro que também está no relatório, o padre escreveu: “se ele [Bolsonaro] não fizer isso [assinar decreto do golpe de Estado], ele vai se foder e o povo também vai se foder; se ele fizer isso, ele não vai se foder, mas o povo vai ser (sic) foder e, depois, vai foder ele; se ele fizer o que tem que fazer, ele não vai se foder e o povo não vai se foder, mas depois vão foder ele do mesmo jeito (altas conversas metafísicas em Brasília)”.

Guilherme Seto/FolhapressPoliticaLivre

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