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sábado, dezembro 03, 2022

Grupo da transição discute o que fazer com os 8 mil militares nomeados por Bolsonaro


Nani Humor: MILITARES NO GOVERNO BOLSONARO

Charge do Nani (nanihumor.com)

Lauro Jardim
O Globo

Na equipe de transição denominada “Centro de Governo”, que é integrada, entre outros, por Jaques Wagner, José Guimarães, Lindbergh Farias, Márcio Macêdo e Reginaldo Lopes, há uma discussão importante na mesa. O que fazer com os cerca de oito mil militares que durante o governo Bolsonaro foram nomeados para cargos comissionados que antes eram ocupados por civis?

Serão exonerados, como, aliás, Lula prometeu na campanha. A maioria vai voltar aos quartéis e o restante irá para casa, pois são da reserva. Beleza.

QUESTÃO DELICADA – Mas em que velocidade isso deve ser feito? Este é o nó, dado que a questão militar se tornou um fator de contornos delicados. Dentro da equipe de transição, há quem defenda que Lula deve mandar já no primeiro dia publicar no Diário Oficial uma lista grande de exonerações de militares. Não se tem o número fechado. Na relação, todos os que foram nomeados para trabalhar no Palácio do Planalto.

Provavelmente, não será possível demitir todo mundo numa canetada só. Em 2 de janeiro de 2019, segundo dia de governo Bolsonaro, o então chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, demitiu 320 servidores da pasta. Disse que estava “despetizando” a Casa Civil. Beleza.

Só que uma semana depois, teve que recontratar vários desses demitidos, pois o ministério ficara paralisado — sem servidores inclusive para fazer andar os processos de … demissão e nomeação.

DISSE LULA – Em abril, numa fala na sede da CUT, Lula disse: “Vamos ter que começar o governo sabendo que vamos ter que tirar quase 8 mil militares que estão em cargos de pessoas que não prestaram concurso. Vamos ter que tirar. Isso não pode ser motivo de bravata, tem que ser motivo de construção. Porque, se a gente fizer bravata, pode não fazer”.

Mas entre o discurso de candidato e a decisão do presidente, muitas vezes há uma acomodação natural. Inclusive porque o futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, um conciliador nato, ainda não participou das discussões deste grupo de trabalho.

A desmilitarização acontecerá e é bem-vinda. Dentro de um mês, contudo, é que se saberá como que velocidade ela acontecerá.

 


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