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quinta-feira, fevereiro 25, 2021

“Imunidade de rebanho” está longe, mesmo com avanço da vacinação, dizem especialistas


Tão tão distante da imunidade de rebanho, mas pelo menos informados

Ilustração de Laura Alegre (Jornal do Campus/USP)

Fábio Takahashi e Diana Yukari
Folha

A tão esperada imunidade de rebanho, que pode recolocar as atividades sociais próximas ao normal, não deve ser atingida neste ano, mesmo com o avanço da vacinação contra a Covid-19. O entendimento vem ganhando força entre pesquisadores nos Estados Unidos, devido especialmente à insuficiente velocidade na vacinação e à possibilidade do surgimento de novas variantes, mais transmissíveis e agressivas. Modelos estatísticos reforçam essa avaliação.

O panorama pessimista levanta a discussão de como as sociedades deverão agir nos próximos meses, dado que a proteção ideal não deve vir tão cedo. A questão discutida é se será possível retomar atividades sociais a partir do momento que populações vulneráveis já estejam vacinadas, sem esperar que o patamar de imunização geral esteja perto de 80%.

RITMO LENTO – A situação no Brasil é mais crítica, pois o ritmo de vacinação é menor do que nos EUA, e as vacinas aplicadas têm eficácia mais baixa, o que dificulta a chegada à imunidade de rebanho.

Esse termo significa o momento em que uma população está suficientemente protegida, e o vírus não consegue mais se propagar em velocidade.

Tradicionalmente, essa proteção é alcançada por meio da vacinação. Como o novo coronavírus se espalhou rapidamente, parte dos epidemiologistas coloca como hipótese que o grande número de infectados também possa ajudar na chegada à imunidade de rebanho (o que não é consenso, pois a imunidade dos contaminados pode ter duração e proteção menores do que dos vacinados).

MODELO ESTATÍSTICO – Cientista de dados formado no MIT, Youyang Gu apresentou neste mês modelo estatístico que projeta a população americana protegida nos próximos meses, seja por vacinação, seja por contaminação.

A projeção mostra que a população protegida por uma das duas formas não chegará a 80% nem em janeiro de 2022 (atualmente está na casa dos 30%).

Ainda que não haja patamar oficial para se definir o que seja a imunidade de rebanho, estudos utilizam percentuais próximos a 80% como referência.

ESPECIALISTA FAMOSO – Youyang utiliza machine learning (técnica em que o computador “aprende” a encontrar padrões em grandes bases de dados) para estimar com mais precisão a evolução de vacinados e infectados.

O cientista ficou conhecido por ter desenvolvido ano passado um dos melhores modelos estatísticos para indicar o real impacto da Covid. Os resultados foram usados por veículos de imprensa como o The New York Times, e órgãos oficiais, como o CDC (centro ligado ao governo americano para controle de doenças).

Em sua projeção, os EUA imunizaram 7% da população até o momento. A estimativa dele considera eficácia de 85% das vacinas (patamar ajustado esperado para as doses da Pfizer e Moderna, que têm sido as distribuídas naquele país).

PESQUISA MINUCIOSA – O cálculo busca identificar a quantidade de americanos efetivamente imunizados, o que é diferente do número de vacinas distribuídas, que podem não ter sido ainda aplicadas ou podem ter sido perdidas no processo de logística, além de considerar o tempo para que o imunizante comece a fazer efeito (três semanas).

Os americanos distribuíram cinco vezes mais doses do que os brasileiros, já ponderando pelos tamanhos das populações. E as vacinas distribuídas no Brasil, a Oxford/AstraZeneca e a Coronavac, têm eficácia menor do que a presente nos EUA.

Quanto menor a eficiência da vacina, mais gente precisa ser imunizada para se alcançar a imunidade de rebanho.

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