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sábado, setembro 20, 2008

Bird avalia Projeto Mata Branca na Bahia

Uma missão do Banco Mundial permanece até a dia 25 na Bahia para avaliar e discutir com técnicos da CAR, da Sedir e do Meio Ambiente temas relacionados ao andamento da execução do Projeto Mata Branca no Estado. Os debates incluem ainda a contribuição da ciência, tecnologia e arranjos produtivos locais para o desenvolvimento do projeto. As representantes do Bird, Judith Lisansky e Agnes Velloso, seguirão semana que vem para o município de Itatim, acompanhadas do coordenador do projeto na Bahia, César Souza, e de técnicos da Sedir e Sema. Lá, irão manter encontros com associações locais e visitar áreas de inselbergs. O termo alemão, que significa ‘monte ilha’ é um relevo que se destaca em seu entorno já aplainado, caracterizando-se por ser um relevo residual. Os técnicos vão conferir a situação de quatro morros do município que já são tombados pelo (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas que estão sendo destruídos para a produção de paralelepípedos e brita, desaparecendo com as inscrições rupestres localizadas em seus entornos. O trabalho vem sendo realizado, inclusive, com a utilização de mão-de-obra infantil, segundo denúncias feitas por entidades locais. O Bird vai avaliar também a possibilidade de financiar parte de um projeto de preservação de dois sítios arqueológicos no município de Curaçá, em conjunto com a Universidade Federal da Bahia. Em um dos sítios, que foi utilizado como cemitério indígena, há fragmentos de ossos e cerâmica. Em outro, foram encontradas gravações e pinturas rupestres. Há uma possibilidade concreta de se criar também uma unidade de conservação ambiental em cada um dos dois municípios atendidos pelo Projeto Mata Branca. Realizado em conjunto pelos governos da Bahia e do Ceará, o Projeto Mata Branca tem como principal objetivo contribuir para a preservação, conservação, uso e gestão sustentável da biodiversidade do Bioma Caatinga nos dois estados, estabelecendo um ciclo eficaz entre as práticas integradas de gestão do ecossistema e a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes. O alcance dos objetivos está alicerçado em três componentes básicos: apoio à gestão integrada do ecossistema, com a participação de instituições públicas e privadas nas instâncias federal, estadual e municipal; e promoção de práticas de gestão integrada do ecossistema, com seleção de áreas piloto onde serão implantados os subprojetos piloto. O terceiro componente do projeto contempla monitoramento, avaliação e disseminação de informações. O projeto empreende suas ações nos municípios de Curaçá, tendo como foco temático o angico, atualmente sob ameaça de extinção; Jeremoabo, com apoio às ações de proteção da Arara Azul de Lear; Itatim, com restabelecimento de patrimônio comunitário e iselbergs; e Contendas do Sincorá, com apoio às ações na única Floresta Nacional (Flona) existente no bioma.
Modelo baiano de defesa vegetal pode ser adotado pelo Ceará
O sistema de defesa baiano para controles de pragas na fruticultura, em especial na cultura do mamão, está servindo de referência para o Estado do Ceará. O modelo, conhecido como Approach do Mamão, foi apresentado pela Adab durante 15º Semana Internacional da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria, em Fortaleza. O objetivo é possibilitar uma maior segurança contra viroses e a praga da mosca-das-frutas. Durante o evento foram apresentadas as particularidades do sistema Approach do Mamão e discutida a possibilidade da assinatura de um termo de cooperação técnica entre a Adab e a Adagri. O sistema de defesa approach, que só é aplicado ao mamão - porque a fruta atrai bastantes viroses que causam danos econômicos à plantação - faz parte do Programa de Mosca-das-frutas, desenvolvido pela Adab. A Bahia aderiu ao sistema devido à exigência dos mercados norte-americanos, importadores da fruta. Criado em 2001, ele engloba uma proteção fitossanitária aos pomares, mamoeiros e videiras da Bahia. O diretor de defesa sanitária vegetal da Adab, Cássio Peixoto, explica que o programa vem obtendo excelentes resultados no controle da praga e tem como principal meta, a eliminação das restrições fitossanitárias. Ele informou ainda que a Adab implementou recentemente o Sistema de Controle Biológico, com a utilização de insetos estéreis. A finalidade do uso dos insetos estéreis não é erradicar a mosca-das frutas, mas manter a praga estável por meio de um maior equilíbrio. Durante o processo são aplicadas doses de cobalto para que os insetos machos se tornem inférteis e, uma vez liberados na natureza, mantenham a estabilização populacional desejada, sem causar danos econômicos, principalmente para a fruticultura das regiões do Vale do São Francisco e Livramento de Nossa Senhora, maiores produtores da Bahia. A mosca só é considerada praga quando aparece em grande quantidade nas plantações. Segundo o diretor de defesa sanitária vegetal da Adab, a Bahia possui condições climáticas favoráveis para a produção de frutas, principalmente a região do Vale do São Francisco, onde se destaca na plantação de manga. Os principais pólos de produção do mamão são o extremo sul, nas cidades de Teixeira de Freitas, Porto Seguro, Itamarajú e Eunápolis, e região oeste, em Bom Jesus da Lapa, Correntina, Santa Maria da Vitória, Correntina e São Félix do Coribe. Para Cássio Peixoto, apesar das oscilações no preço das frutas em todo estado, hoje pode ser notado que os pequenos produtores são mais valorizados nos mercados nacionais e internacionais devido à prática do controle biológico, que está mais acessível a eles. “A inserção destes produtores no mercado externo era algo muito distante e, com esse projeto, houve uma valorização da fruta”, explica. O Programa da Mosca-das-frutas na Bahia tem o apoio da Biofábrica Moscamed, entidade que visa promover o desenvolvimento científico e tecnológico para o controle e a redução de pragas nas atividades agrícolas, em especial na fruticultura. O procedimento de liberação de insetos estéreis está sendo executado nas cidades de Curaçá, localizada na região norte da Bahia, e em Livramento de Nossa Senhora, no sudoeste, principais pólos produtores de manga no Estado.
Fonte: Tribuna da Bahia

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