Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

segunda-feira, janeiro 29, 2024

Política industrial repete estratégias que deram errado, mas o governo não admite


Nova política industrial brasileira usa ferramentas já testadas em governos anteriores, sem foco em produtividade e formação de capital humano

Governo Lula anunciou um museu de grandes novidades

William Waack
Estadão

A recém-anunciada política industrial do governo foi chamada de velha pelo próprio Lula antes mesmo de começar, mas o problema não é ser uma ideia antiga. É não se conseguir entender o que aconteceu com o que já se tentou.

Na leitura que Lula faz do passado recente, tudo ia maravilhosamente bem até a derrota “das elites” na eleição de 2014. O esperneio de derrotados inconformados juntou-se à Lava Jato (e aos ianques) e tramou-se então o golpe que interrompeu o caminho natural das coisas, o da permanência indefinida do PT no poder.

FALTOU TEMPO – Nessa visão histórica, não eram as políticas públicas que estavam equivocadas. Faltou tempo (devido à interrupção causada pelo golpe) para sua devida implementação. Nessa forma de se ver as coisas, foram fatores puramente políticos que impediram, por exemplo, que dessem certo projetos como incentivar a indústria naval ou construir refinarias monumentais.

Pelo jeito, Lula considera as condições políticas atuais adequadas para seu intento de reparar injustiças, que vão da “reabilitação” de reputações pessoais (a dele e de vários personagens à sua volta, como Dilma e Mantega) à aplicação de seus conceitos de política externa, social ou industrial.

Ele o faz ignorando o grau de resistência social e as decisivas mudanças nas relações de poder entre Legislativo e Executivo.

NOVA VELHA – O problema para a “nova velha” política industrial não é a questão do Estado ser o indutor, mas que tipo de estratégia o Estado escolhe. No lançamento da atual “nova velha” política, fez-se o uso surrado dos exemplos de Japão, Coréia do Sul e Alemanha. Cada um ostenta características próprias, além de seus contextos históricos e geopolíticos.

Relevante para todos, e aí se poderia incluir também Estados Unidos, China ou Israel, entre outros, foi a ênfase colocada em produtividade (portanto, formação de capital humano) e capacidade de competição.

Especialmente esse último fator, o da competitividade, foi entendido por esses países como condição essencial da própria sobrevivência diante não só de adversários comerciais mas, sobretudo, geopolíticos.

ELITES IRRACIONAIS – Essa compreensão é uma função de elites políticas e econômicas. As do Brasil têm escassa capacidade de articulação estratégica em escala nacional.

Para existir, entendem que têm de navegar num ambiente de negócios péssimo, no qual é essencial a proximidade com instituições e agentes de um Estado balofo, perdulário, ineficiente e incapaz de raciocínio estratégico. A postura dessas elites acaba sendo defensiva e em busca de proteção.

Lá vamos nós, então, brigar de novo com consequências.

Em destaque

Bolsa Família extra para gaúchos será insuficiente, por causa do desemprego

Publicado em 16 de maio de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email É preciso ter forte apoio financeiro, como ocorreu n...

Mais visitadas