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sexta-feira, dezembro 02, 2022

Com Simone Tebet em ministério, o MDB negocia sua participação no governo Lula


Simone Tebet reafirma educação como principal bandeira de sua campanha -  Eleições - Diário de Canoas

Simone Tebet já está atuando com destaque na transição

Vinicius Doria
Correio Braziliense

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, ontem, na sede do governo de transição no CCBB, os principais líderes do MDB para iniciar formalmente o debate sobre a participação da legenda na nova gestão do país. O partido é a principal força política que se incorporou à coligação responsável por sustentar a eleição do petista no segundo turno e pleiteia um espaço à altura dessa participação.

O nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS) é dado como certo para compor o ministério, mas há outras forças políticas que devem ser apresentadas ao futuro chefe do Executivo para essa composição.

OS NEGOCIADORES – Participaram da reunião com Lula o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP); o líder na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL); o vice-líder no Senado e relator do Orçamento/2023, Marcelo Castro (PI), representando o líder Eduardo Braga (AM); e o governador reeleito do Pará, Helder Barbalho. Pelo PT, estavam presentes a presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR); o coordenador dos grupos de transição, Aloizio Mercadante (SP); e o ex-ministro Fernando Haddad, um dos nomes mais cotados para assumir o Ministério da Fazenda.

Na conversa, que durou mais de duas horas, os caciques do MDB deixaram clara a disposição da legenda de participar de forma efetiva do time que assumirá o poder em 1º de janeiro, mas não se falou em nomes.

O único consenso é Simone Tebet, que terá papel protagonista na montagem ministerial. O MDB, porém, espera ampliar essa presença no primeiro escalão do Executivo com nomes que representem as forças que apoiaram Lula desde o primeiro turno, como a ala nordestina, capitaneada pelo senador Renan Calheiros (AL), e o grupo da Região Norte, representado pelo governador Helder Barbalho e pelo senador Eduardo Braga.

DISSE BALEIA ROSSI – “Há, por parte do presidente (Lula) e da equipe de transição, uma vontade para que o MDB possa discutir as questões que são relevantes e que serão fundamentais ainda neste ano, como a PEC da Transição, e uma agenda a partir do ano que vem”, disse Baleia Rossi, ao sair do CCBB.

Para ele, Simone Tebet teve uma participação “exitosa” no primeiro turno, “honrou o MDB, mas nós não conversamos sobre participação de governo, quem define isso é o presidente, e não o partido”.

Ao Correio, Baleia disse que “o presidente sabe que terá um grande desafio, que é cumprir o que foi compromissado na campanha, e quer fazer isso de maneira que todos (os partidos da frente ampla) possam participar, até porque ele precisa de apoio parlamentar tanto na Câmara quanto no Senado”.

NA TRANSIÇÃO – Simone Tebet tem se mostrado bastante discreta nessa negociação, dedicando boa parte de seu tempo ao grupo da transição que elabora o diagnóstico do Desenvolvimento Social, mas interlocutores já passaram alguns recados sobre pastas que ela não gostaria de assumir, como a da Saúde.

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, a senadora mantém a posição de integrar o futuro governo no comando de um ministério voltado às questões sociais, espelhando a presença dela no governo de transição.

Lula ficará em Brasília até sexta-feira, para articular, pessoalmente, a montagem do novo governo. Aliados que participam das reuniões com o comando da equipe de transição têm demonstrado a expectativa de que o presidente eleito comece a anunciar os nomes que vão compor o futuro ministério até o início da semana que vem.

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