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sábado, agosto 29, 2020

Reajuste abusivo dos planos de saúde (25%) ocorre com apoio oficial do governo de Jair Bolsonaro

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TRIBUNA DA INTERNET | TCU contesta reajustes abusivos de planos de saúde  que a ANS autorizou
Charge do Jean Galvão (Arquivo Google)
Carlos Newton
Realmente, nunca se viu nada igual, em matéria de exploração do usuário pelos planos de saúde. Todos sabem que sempre houve aumentos superiores à inflação. Parecia até uma espécie de tradição administrativa. E a justificativa para esses acréscimos muito acima da inflação, jamais comprovada contabilmente, baseava-se num suposto aumento de custos das operadoras.
Na verdade, as empresas de planos ou seguros de saúde sempre se beneficiaram da conivência governamental. Por isso, pode-se dizer, sem medo de errar, que a grande maioria dos 57 milhões de eleitores de Bolsonaro/Mourão acreditava que o novo governo iria dar um basta à exploração dos usuários. Mas não foi isso que aconteceu.
SEM JUSTIFICATIVA – Quando o governo enfim consegue chegar a uma inflação anualizada de apenas 3%, como a Agência Nacional de Saúde pode autorizar aumentos de 25% nas mensalidades? Qual a justificativa desta vez? O golpe do suposto aumento de custos não pode ser aceito, porque as despesas dos planos de saúde diminuíram expressivamente na pandemia, devido à enorme redução de consultas, exames, procedimentos e cirurgias, devido ao isolamento social.
Artigo do jornalista Vicente Nunes, no Correio Braziliense, mostra que os planos de saúde lucraram como nunca nessa época de pandemia, com consultórios fechados ou trabalhando a meia força.
Os lucros de apenas quatro operadoras chegaram a mais de R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre, chamando a atenção do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, que condenou publicamente o aumento abusivo das mensalidades.
FALAM OS NÚMEROS – A operadora NotreDame Intermédica mais do que dobrou os ganhos entre abril e junho, com crescimento de 149,2%, e seu lucro líquido somou R$ 223,4 milhões. Na Sul América o lucro saltou para R$ 398,7 milhões no segundo trimestre. O Bradesco contabilizou ganhos de R$ 359 milhões. E o lucro da Hapvida chegou R$ 278,6 milhões.
Portanto, no governo Bolsonaro, a exploração dos usuários dos planos de saúde desta vez chegou ao cúmulo. O deputado Rodrigo Maia protestou e imediatamente as operadoras fingiram revogar o abusivo reajuste de 25% para uma inflação de 3%.
Mas a própria Agência Nacional de Saúde esclarece que as operadoras vão “cobrar” depois esses “resíduos”, adicionando os valores às mensalidade (já majoradas) a partir de janeiro de 2021. Ou seja, os 25% são para valer, mesmo, com aprovação da própria ANS, que existe justamente para evitar essa exploração do usuário/consumidor.
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P.S. –
 Em tradução simultânea, trata-se de um golpe na praça, como se dizia antigamente, mas aplicado oficialmente com apoio do governo federal, que se mostra absolutamente inerte e complacente. E todos sabem que não foi para isso que elegemos Jair Bolsonaro, o Mito. (C.N.)

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