SÃO LUÍS - A residência e uma lan house do prefeito Zilmar Melo (PMDB), da cidade de Tutóia, no litoral leste do Maranhão, distante 218 km da capital São Luís, foram destruídas terça-feira por funcionários públicos municipais das secretarias de Educação e de Saúde e de prestadores de serviços. A revolta ocorreu porque o funcionalismo estava com quatro meses de salários atrasados.
De acordo com informações da Polícia Civil do Maranhão, a revolta começou quando dezenas de funcionários invadiram a casa de Zilmar Melo, localizada na avenida principal de Tutóia, e destruíram os quatro veículos que estavam na garagem, um Mitsubishi Pajero, um Volkswagen Golf, um Chevrolet Opala e uma caminhonete Toyota Bandeirantes. Depois, os funcionários retiraram alguns móveis e eletrodomésticos, como televisores de plasma, e os incendiaram no meio da avenida. Janelas e o forro da residência de Melo também foram destruídos com paus e porretes utilizados pelos manifestantes.
Após depredar parcialmente a casa de Zilmar Melo, os funcionários invadiram uma lan house, também de propriedade do prefeito, e retiraram dela computadores e equipamentos de informática. O material foi incendiado em via pública. Os ânimos dos manifestantes amenizaram apenas após a presença da Polícia Militar no local. Até ontem, segundo a Polícia Civil de Tutóia, o clima ainda era tenso no município, apesar do prefeito ter dado garantias que todos os servidores serão pagos nos próximos dias e da chegada de um reforço de pelo menos 20 policiais militares.
Diante da violência dos protestos, o prefeito Zilmar Melo foi obrigado a fugir do município para São Luís, junto com a esposa e os filhos. Ele classificou o episódio como algo orquestrado por opositores políticos. "O pagamento seria feito na terça-feira mesmo. Mas eles se anteciparam", disse Melo que, com receio de novos protestos, não deverá participar da cerimônia de entrega de cargo neste dia 1º de janeiro. Zilmar Melo foi candidato à reeleição nas eleições de outubro, mas foi derrotado por Raimundo Nonato Abraão Baquil, o Diringa (PSDB). O tucano teve 44% dos votos e Melo, 28%.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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