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sexta-feira, janeiro 30, 2009

“Nós buscamos o consenso desde o início”

Tribuna da Bahia Notícias-----------------------
O novo presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Roberto Maia (PMDB), prefeito de Bom Jesus da Lapa, toma posse em Ilhéus na próxima segunda-feira, dia 2 de fevereiro, durante encontro promovido pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Maia foi eleito na última quarta-feira, 28, com 12 votos de vantagem sobre Luiz Caetano (PT), prefeito de Camaçari, depois de uma campanha de quase três meses pelo interior baiano e uma disputa acirrada na reta final. Ontem, apesar de mais tranquilo, Maia teve uma agenda cheia de compromissos. Hoje o peemedebista embarca para Bom Jesus da Lapa, onde pretende se reencontrar com a sua base e descansar um pouco com a família. Coincidentemente, a cidade está em festa, com a realização do pré-Carnaval. Antes de viajar, o peemedebista falou ao repórter Evandro Matos sobre as dificuldades que teve para se eleger ao enfrentar a máquina do governo estadual, citou os seus principais aliados e adversários, além de esboçar as suas principais metas á frente de UPB. Tribuna da Bahia: Como foi a sua campanha? Roberto Maia: Nós buscamos o consenso desde o início. Depois, como isso não foi possível porque Caetano queria disputar, procurei o apoio de diversos partidos. Confesso que tive uma aceitação forte nos partidos, principalmente por causa do PT. A vitória só não foi maior porque o governo entrou muito forte nos últimos dias, principalmente os secretários do PT, o pessoal do PSB e do PCdoB, e Marcelo Nilo, da Assembleia. Mas o sentimento regional da minha candidatura era muito forte. TB: Mas disseram que não houve participação do governo... RM: Eles ofereceram emendas, prometeram assinatura de convênios e cargos. Quem ia a Rui Costa (secretário de Relações Institucionais), tinha que assinar uma lista de apoio. Quando eles viram que tinha alguma oportunidade de vencer, entraram com força. Justiça seja feita, eu não vi rastro do governador Wagner. Gosto dele, e acho que ele não influiu. TB: Quem lhe ajudou nesta eleição? RM: O meu partido, principalmente o presidente Lúcio Vieira Lima, com extrema dinâmica na articulação. O ex-prefeito José Ronaldo, que foi um grande articulador junto ao DEM, o PR e o PP. Os deputados João Leão e Ronaldo Carleto também me ajudaram muito. Praticamente todos os deputados do DEM e do PMDB, além de prefeitos amigos. TB: Qual vai ser a sua primeira medida quando assumir a UPB? RM: Vou tomar pé da situação da entidade, a sua situação financeira. Vamos agilizar o setor de projetos para fazer convênios com as faculdades de Engenharia e Arquitetura. Isso para que a gente leve para lá os recém-formados, que tenham a opção do emprego. O objetivo maior é ajudar os prefeitos para encaminhar os seus projetos para poder captar melhor os recursos. Vamos agilizar também a estrutura do escritório em Brasília para que os prefeitos possam encaminhar os seus projetos normalmente. TB: Como vai funcionar esse escritório? RM: Vamos manter lá uma central para resolver todo o acompanhamento dos projetos. Será uma representação da UPB em Brasília e vai funcionar numa sala já disponibilizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). TB: E as outras medidas? RM: Na próxima quarta-feira vamos visitar o superintendente da Caixa Econômica Federal, em Itabuna, que responde pelo Extremo-Sul, Sudoeste e Oeste, para encontrar uma forma de agilizar a liberação dos convênios com os municipios, já que quase todos os convênios com os ministérios são feitos via Caixa Econômica. Vamos visitar também o presidente Raimundo Moreira, do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) para melhorar a relação com os prefeitos. Muitas vezes os prefeitos são penalizados por falta de conhecimento. Por isso, queremos ter uma relação próxima, promovendo cursos de formação e capacitação dos prefeitos e colaboradores para gerir melhor os recursos dos municipios. TB: O senhor vai mexer na estrutura da UPB? RM: A UPB já está com uma estrutura muito boa, começada por José Ronaldo e agora com Orlando Santiago. TB: E os funcionários? RM: Não vou contratar nem demitir ninguém. Vou botar relógio de ponto. Vou cobrar dos servidores e ser muito exigente com isso. Temos que acabar com essa coisa porque é apadrinhado de alguém. Vou manter a linha que adoto lá em Bom Jesus da Lapa. O funcionário que não trabalhar vai sair. TB: E a interiorização da UPB? RM: Vai ser de imediato. Vou estar em algumas posses (nas associações regionais de prefeitos) agora. Os problemas têm realidades diferentes, mas são de todos. Uns têm problemas com a seca, outros com a chuva. Mas a UPB existe para facilitar os problemas junto às associações que estão ativas. TB: Hoje a UPB tem 386 associados. Você vai procurar os outros prefeitos? RM: A eleição terminou anteontem. Todos são amigos. Vou buscar os que estão faltando para formar os 417 municipios e ficarmos mais fortes ainda como instituição. TB: Como você vai encarar esta polêmica com os ex-prefeitos? RM: Vou esperar o resultado da Justiça. Sendo a decisão de não votar e não ser votado, não vou recorrer. Agora, vou buscar para que os ex-prefeitos tenham um apoio jurídico. Não é justo eles sofreram ações e a UPB não lhes dar um suporte jurídico. TB: E a contribuição, vai mudar alguma coisa? Como ela acontece? RM: Não vamos mudar nada. A contribuição é de acordo com a arrecadação, proporcional á receita de cada município. TB: E as medidas para resolver os problemas dos municipios? RM: Uma das nossas propostas é fazer o PAC dos municipios, com o parcelamento de todas as suas dívidas. Com o INSS, por exemplo, vamos propor o parcelamento em 240 meses. Vamos trabalhar para facilitar a gestão dos prefeitos, fazendo o refinanciamento das dívidas federais, melhorar a distribuição das receitas, buscando o critério populacional e depois o da produção. Afinal, é no município onde moram as pessoas, onde estão os maiores problemas e despesas. Se você for dividir, por exemplo, a receita de São Francisco do Conde pelo número de habitantes vai ser bem maior do que fazendo o mesmo com Monte Santo. A meta é lutar para mudar isso, para melhorar a vida do povo baiano. TB: Como vai conciliar a UPB com a administração de Bom Jesus da Lapa? RM: Trabalhando mais. Aumentando as horas de trabalho. (Por Evandro Matos)
Câmara Municipal terá nova eleição para definir presidência
A Câmara Municipal de Salvador deverá realizar nova eleição para a escolha do presidente da Casa, após a abertura dos trabalhos legislativos na próxima segunda-feira, 2 de fevereiro, pela manhã. Às 9 horas, o prefeito João Henrique Carneiro lê a mensagem do Executivo. Em seguida tem início o primeiro período da 16ª Legislatura do Poder Legislativo municipal. A decisão de realizar a eleição foi tomada ontem em consenso pelos vereadores e pelo presidente, vereador Paulo Magalhães Júnior (DEM). Apesar do parecer da Procuradoria da Câmara ser favorável à sua manutenção no cargo, Paulo Magalhães Júnior concordou com a convocação de novo pleito: “Nossa intenção foi a de manter a Câmara unida e centrada na defesa dos interesses de Salvador e de sua população. É importante que neste momento em que uma grave crise mundial, com consequências para todos nós, estejamos em perfeita sintonia para melhor servirmos à cidade”. Nesse período de interinidade da presidência, em razão da renúncia do presidente Alfredo Mangueira (PMDB), dia 9 de janeiro, a Câmara Municipal manteve a rotina de trabalho, dando continuidade aos trabalhos administrativos e ao atendimento ao público. O presidente Paulo Magalhães Júnior despachou normalmente cumprindo a agenda diária que o cargo exige. Ao anunciar a decisão adotada em comum acordo com a Mesa da Câmara, Paulo Magalhães Júnior ressaltou que o apelo feito pelo prefeito João Henrique a favor de nova eleição sensibilizou tanto a ele quanto os seus pares. “Mostramos que não temos apego a cargos e que o importante são os interesses da cidade”. Ele fez questão também de anunciar seu apoio ao nome do vereador Alan Sanches (PMDB) para assumir a presidência do Legislativo municipal.
Geddel pede à Fifa e CBF jogo da seleção no Roberto Santos
O Esporte Clube Bahia ganhou um forte aliado no esforço de tornar o time competitivo e capaz de voltar à primeira divisão: o ministro Geddel Vieira Lima, da Integração Nacional. Torcedor do Bahia, Geddel pediu a ajuda para o tricolor em encontro ontem pela manhã com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. “Tivemos uma conversa produtiva e de muita cordialidade que vai gerar em pouco tempo resultado para o Bahia, a torcida pode ficar certa disso”, afirmou o ministro depois do encontro. E fez questão de frisar que está de portas abertas para ajudar qualquer outro clube. “Antes de torcedor do Bahia, sou um homem público da Bahia com disposição para ouvir e atender todas as torcidas”, disse ele que foi acompanhado à reunião com o presidente do Bahia, deputado Marcelo Guimarães, integrante do seu partido, o PMDB. A realização de um jogo da seleção brasileira no Estádio Roberto Santos também foi pauta da conversa e começa a ser organizada nos próximos dias, quando Ricardo Teixeira virá a Salvador inspecionar o estádio e determinar os ajustes a serem feitos para Pituaçu conquistar as condições de sediar partidas. Na mesma viagem, o presidente da CBF sentará com Marcelo Guimarães para tratar das demandas do Bahia. Dos resultados dessa viagem dependerá o atendimento da terceira reivindicação do ministro a Blatter e Teixeira: que Salvador, a terceira capital do Brasil, possa ser uma das sedes da Copa de 2014. A reunião, ocorrida em Brasília, resulta de uma série de gestões feitas pelo prefeito João Henrique em torno dessas propostas e também após telefonemas do ministro ao governador Jaques Wagner, com quem está trabalhando no tema.
Assembléia aprova projeto sobre transporte complementar
A Bahia vai ganhar um novo marco regulatório para a área de transporte de passageiros, com a aprovação, ontem, pela Assembleia Legislativa, do Projeto de Lei do Sistema de Transporte Rodoviário Intermunicipal. O projeto estabelece, entre outros pontos, a criação do sistema complementar, que vai tirar da clandestinidade, por meio de licitação pública, centenas de trabalhadores que atuam no setor, garantindo a manutenção do emprego e contribuindo para a melhoria dos serviços prestados à população. Elaborado pela Agência de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) a partir das críticas e sugestões tiradas em 21 audiências públicas, o projeto foi aprovado por unanimidade pelos deputados. A expectativa agora é de que, depois de sancionado pelo governador Jaques Wagner, o projeto seja implementado até o final do ano pela Agerba. “Pela primeira vez o governo da Bahia assumiu de frente o problema do transporte clandestino, que será resolvido com um projeto que foi amplamente debatido com a sociedade e que prioriza, acima de tudo, a inclusão social”, disse o diretor-executivo da Agerba, Antônio Lomanto Netto. O projeto estabelece a criação de cinco subsistemas de transportes - estrutural, regional, rural, metropolitano e complementar. Para participar da licitação, o operador precisará comprovar que já reside na localidade da linha há pelo menos cinco anos. Ele só poderá disputar apenas com um veículo, que deverá ter capacidade mínima para 12 passageiros. A permissão para exploração da linha terá prazo de cinco anos, prorrogável por mais cinco. “Terão prioridade os trabalhadores que já atuam no setor. Já estamos com equipes atuando em pesquisas de demanda para que a Agerba tenha um diagnóstico que indique o número de linhas e de veículos necessários. A partir daí vamos iniciar o processo licitatório”, observou.
Fonte: Tribuna da Bahia

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