Tribuna da Bahia Notícias-----------------------
O dia que antecedeu a eleição da União dos Municípios da Bahia (UPB) foi marcado por muita tensão entre os candidatos e os seus aliados. A queda do voto dos ex-prefeitos, decidida no final da tarde da segunda-feira pela justiça baiana, esquentou mais ainda o processo eleitoral. Como a decisão teoricamente beneficia a candidatura do prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT), os seus aliados passaram a ter mais confiança na sua vitória. Além de outdoors espalhados pelas ruas de Salvador e nas estradas do interior baiano, ontem os aliados dos dois candidatos espalharam faixas em frente à sede da UPB, local da eleição, e na Avenida Paralela. A tão esperada chapa dos candidatos para concorrer a eleição só foi registrada no final da tarde na sede da UPB, praticamente no limite do prazo definido pelo estatuto. O prefeito de Bom Jesus da Lapa, Roberto Maia (PMDB), foi quem primeiro chegou à sede da entidade, com a seguinte chapa: Presidente: Roberto Maia (PMDB), de Bom Jesus da Lapa; vice-administrativo: Antônio Araújo (PMDB), de Ourolândia; vice-institucional: Izaque Júnior (DEM), de São Domingos; 1º secretário: Antônio Rodrigues (PR), de Muniz Ferreira; 2º secretário: Norma Coelho (PSDB), de Caraíbas; 1º tesoureiro: Euvaldo Rosa (DEM), de Santo Antônio de Jesus; 2º tesoureiro: Rogério Costa (DEM), de Santo Estevão. Maia passou o dia inteiro em reuniões, mas primeiro ele concedeu uma entrevista à Rádio Sociedade AM no programa Balanço Geral. Já a chapa encabeçada pelo prefeito Luiz Caetano (PT) tem a seguinte formação: Presidente: Luiz Caetano (PT), de Camaçari; vice-administrativo: João Gualberto (PP), de Mata de São João; vice-institucional: Eduardo Vasconcelos (PSDB), de Brumado; 1º secretário: Maria Quitéria Mendes de Jesus (PSB), de Cardeal da Silva; 2º secretário: Tânia Maria Portugal (PC do B), de São Sebastião do Passé; 1º tesoureiro: Itamar Rios (DEM), de Capim Grosso; 2º tesoureiro: Marco Aurélio dos Santos (PP), de Santana. Caetano passou o dia em articulação e à noite recepcionou os seus aliados com um jantar num hotel da cidade. Ontem a direção da UPB reafirmou que não entraria na justiça para cancelar a liminar que tirou o direito de voto dos ex-prefeitos. Segundo Joaquim Cunha, a entidade não entraria na justiça para preservar a eleição. “Não temos a intenção de cancelar a liminar porque desejamos que a eleição aconteça. Agora, isso não impede que os ex-prefeitos não entrem na justiça para reaver os seus direitos na quinta-feira”, avisou. Cunha se mostrou irritado com a decisão, alegando que tudo foi feito corretamente. ”O estatuto exigia que cada chapa tinha que ter pelo menos o nome de um vice das 31 regiões administrativas. Isso também foi alterado, mas ninguém protestou. Se apegou apenas a um dos itens. Só o direito de ex-prefeito votar”. A eleição para escolha do futuro presidente da União dos Municipios da Bahia (UPB), coordenada pelo atual presidente Orlando Santiago, acontece durante todo o dia de hoje. A votação, em cédula de papel, começa às 9h e se encerra às 17h. De acordo com o site da entidade, dos 417 municípios baianos, 385 estão aptos a votar. (Por Evandro Matos)
O que está por trás da disputa
Diferentemente do que muitos vinham argumentando, a eleição para escolha do presidente da União dos Municipios da Bahia (UPB) não ficou restrita à causa dos gestores municipais. Se os partidos e lideranças não se envolveram diretamente, não faltaram ações nos bastidores. Nas conversas cruzadas entre o céu e a terra, observou-se o dedo e os olhos de Paulo Rangel, líder do PT na Assembleia Legislativa, de Josias Gomes, ex-deputado federal, com grande influência na direção do partido e o principal articulador de Luiz Caetano, além de Jonas Paulo, presidente estadual do PT, que andou articulando e protestando contra o voto de ex-prefeitos. Da mesma forma, o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, uma das maiores lideranças do DEM no estado, transformou-se num dos principais cabos eleitorais de Roberto Maia. Aliás, como os petistas, a tese defendida por Ronaldo para convencer os seus aliados a votar em Roberto Maia era justamente “pensando no futuro”. E o futuro na agenda de todos é a eleição de 2010. De uma forma ou de outra, se a disputa da UPB pouco tem a ver com as amarras políticas deste pleito, não deixa de servir de parâmetro na correlação de forças futuras. Além do que, por trás de tudo está um orçamento anual der R$ 5 milhões e o comando de uma entidade que tem a porta de entrada das prefeituras de quase quatrocentos municípios baianos. Por isso, não está tão errado quando alguém avalia que esta eleição é uma medição de força entre o ministro Geddel Vieira Lima e o governador Jaques Wagner, ou seja, entre PMDB e PT. Por mais que neguem, os governistas não podem esconder a “intromissão” no processo. Nem os prefeitos consultados acreditam que não houve interferência. Isso ficou comprovado quando o líder do PT, Paulo Rangel, declarou na Assembleia Legislativa que o seu partido se retiraria da disputa caso fosse mantida a decisão da assembleia-geral que aprovou o direito de voto aos ex-prefeitos. Ontem o ex-prefeito de Gavião, Joaquim Cunha, ainda dirigente da UPB, mostrou-se contrariado com a chuva de agressões que aconteceram por conta da decisão da assembléia-geral da entidade no ano passado. “Dizem que a justiça removeu um entulho. Será que ex-prefeito é entulho? Os ex-prefeitos estão se sentindo ofendidos com as declarações mais do que lhes tirar o direito de votar”, declarou, sem detalhar de onde vieram as ofensas. “Eles vão precisar de ex-prefeitos lá na frente”, reforçou. Durante as discussões para a formação das chapas, o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, deu declarações que provam que o assunto não vinha sendo tratado apenas na seara dos prefeitos. O petista chegou a declarar que o seu partido não faria composição com ninguém do DEM. (Por Evandro Matos)
Deputados “despolitizam” pleito
Por mais que as partes envolvidas tentem fazer crer no contrário, a partidirização parece ser a marca da eleição para presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), que transcorre hoje, com o enfrentamento entre os prefeitos Roberto Maia (PMDB), de Bom Jesus da Lapa, e Luiz Caetano (PT), de Camaçari. Na Assembleia Legislativa, deputados ouvidos pela Tribuna entendem que será um pleito difícil, especialmente depois que a Justiça concedeu liminar vetando a participação de 177 ex-prefeitos da última gestão. Paulo Azi, vice-líder do DEM, diz que, a exemplo do que acontece na própria Assembleia, o pleito da UPB “mais uma vez evidencia o desconforto dentro da base do governo, pois, definitivamente, PMDB e PT não se entendem”. Para ele, Roberto Maia leva vantagem porque “representa um município pobre, igual à maioria dos municípios baianos, e é sabedor dos problemas que os afligem”. Aos prefeitos a ele ligados, Azi tem recomendado o voto em Maia. Por sua vez, o líder do PT, Paulo Rangel, vê “ligeira vantagem” de Caetano, que “vencerá por 15 votos de frente”. O deputado Ivo de Assis (PR) define a disputa na UPB como “aquela confusão” e assegura que não está com nenhum dos postulantes. “Não apoio ninguém porque ninguém me procurou. Aliás, o irmão de um deles me procurou, mas o candidato mesmo, não”, revelou, numa referência ao deputado Arthur Maia (PMDB), que é irmão de Roberto. Assis disse, porém, que os prefeitos de seu grupo político têm preferência por Caetano. A decisão da Justiça de impedir a participação de ex-prefeitos foi saudada pelo deputado Pedro Alcântara (PR) como uma “demonstração de sensatez, que deixou a eleição teoricamente equilibrada”. Sempre aferrado a suas querelas regionais, Alcântara disse que, se o ex-prefeito de Juazeiro, Misael Aguilar (PMDB), foi derrotado nas urnas, “está desautorizado pela população a representá-la em qualquer situação”. Insistindo em que a briga está “tecnicamente empatada”, o parlamentar não conteve um sorriso ao lembrar que Maia e Caetano colocaram “outdoors” em Salvador atrás de votos. “Os eleitores formam um colegiado que, embora amplo, é conhecido. São no máximo 417 prefeitos. Os candidatos estão queimando dinheiro”.(Por Luis Augusto Gomes)
Bancada baiana diz que vota em Michel Temer
O deputado federal Nelson Pelegrino negou ontem que seu voto na eleição da Mesa Diretora da Câmara Federal no dia 2 de fevereiro seja contrário a orientação da sua bancada. Pelegrino destacou que é vice-líder da bancada petista na Casa e que seguirá, sim, a orientação do partido. Assim como Zezéu Ribeiro que também afirmou que seguirá a decisão do partido. No próximo domingo, véspera da eleição na Casa, a bancada petista irá se reunir para evitar dissidências e garantir o acordo firmado com os peemedebistas de apoio ao deputado Michel Temer. O líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE), trabalha para que o acordo seja mantido. Fontes petistas informaram que durante a reunião deverá ser reforçado a orientação do comando nacional do PT, que é manter os votos em favor de Temer, mas o partido deixa claro que será compreendido que aqueles que não se sentirem à vontade, por questões regionais ou pessoais, estarão livres, sem riscos de punição. (Por Carolina Parada)
Governo propõe reajuste linear de 5,9% para servidores
Com o objetivo de garantir aos servidores a manutenção dos valores reais dos salários, o governador Jaques Wagner enviou, ontem, para a Assembleia Legislativa da Bahia, Projeto de Lei reajustando em 5,9% os vencimentos, soldos e gratificações dos cargos das diversas carreiras dos grupos ocupacionais do Poder Executivo. O reajuste linear de 5,9% carretará um impacto orçamentário de R$ 244.355.867,00 para este ano e de R$ 270.708.000,00 para o ano de 2010. O Projeto de Lei altera as remunerações dos cargos, funções comissionadas e gratificadas, reajusta os vencimentos, soldos e gratificações dos cargos efetivos, dos cargos em comissão, das funções comissionadas e gratificadas, proventos e pensões da administração direta, autárquica e fundacional do Executivo baiano. Na mensagem dirigida ao Poder Legislativo, o governador solicita que na tramitação do Projeto de Lei seja observado o regime de urgência.A proposição também tem por objetivo alterar a estrutura remuneratória dos cargos das carreiras de nível médio que integram o Grupo Ocupacional “Artes e Cultura”; dos cargos do Quadro Especial do Ceped, criado pelo art. 3º da Lei 8.631, de 12 de junho de 2003; do cargo de provimento temporário DAI-6; de cargos em comissão do Quadro do Magistério do Ensino Fundamental e Médio e da Função Gratificada FG – 1 do Magistério Público Superior, com o intuito de alinhar o seu vencimento básico ao novo valor do salário mínimo nacional, que vigora a partir de 1º de fevereiro próximo.
Fonte: Tribuna da Bahia
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