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terça-feira, maio 16, 2006
Lula diz que onda de violência é "provocação" do crime organizado
Por: FolhaNewsO presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que não há mágica para combater o crime organizado. Segundo ele, é preciso ter inteligência para enfrentar as facções criminosas, que estão espalhadas por todo o mundo. O Estado de São Paulo vivencia desde sexta-feira (12) uma onda de violência atribuída à facção criminosa PCC. "Num momento como esse não adianta pensar que alguém tenha a mágica de resolver o problema do crime organizado. Não é coisa simples de combater. O crime tem seus braços espalhados pelo mundo inteiro. Precisamos usar a inteligência", disse ele, após participar da abertura da 1ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência em Brasília. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, já havia descartado nesta segunda a existência de "plano mirabolante" para ajudar a combater a violência em São Paulo. "Não esperem um plano mirabolante. Olhem para o que a Polícia Federal está fazendo hoje. O que é esse conceito de reforma das instituições republicanas." Lula reiterou que o ministro da Justiça já entrou em contato com o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), para oferecer ajuda. Cerca de 4.000 homens da Força Nacional de Segurança estariam de prontidão para serem enviados a São Paulo. O presidente disse que os ataques que ocorreram em São Paulo foram uma provocação do crime organizado. "O que ocorreu em São Paulo foi uma provocação, uma demonstração de força do crime organizado." Eleições O presidente negou que a onda de violência que atinge São Paulo desde sexta-feira possa a vir ser usada depois como munição na campanha eleitoral. "Não acho que haja um mesquinho nesse país que queira tratar uma questão como essa como eleitoral. Até porque há muitas vítimas. Nessa hora é preciso que a gente feche os olhos para a baixeza e pense na solidariedade de toda a sociedade." O último balanço mostra que já foram registrados 180 ataques coordenados pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) no Estado de São Paulo. Os criminosos também queimaram ônibus, atacaram agências bancárias e ainda promovem uma série de rebeliões. O movimento é uma retaliação à decisão do governo estadual de isolar lideranças da facção. De acordo com o balanço parcial, morreram 81 pessoas --entre policiais, agentes penitenciários, civis e suspeitos, baleados em supostos confrontos.
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