sexta-feira, outubro 24, 2025

Para a Geap, meu pecado é ser velho

 

Para a Geap, meu pecado é ser velho

Com um sentimento de frustração, desgosto, angústia e decepção, inicio esse desabafo em relação ao plano de saúde dos servidores, a nossa Geap.

Sustentada em um regime de solidariedade, quando havia reposição ativa dos servidores por meio de concursos, oxigenava-se o plano através da contribuição dos mais jovens, que pouco gastavam suportando os gastos dos mais velhos, que contribuíram durante toda uma vida.

No entanto, a Geap hoje é diferente: se você for “velho”, atrapalha as finanças da instituição sem fins lucrativos, e se for “velho e doente”, pior ainda. Mas ela ainda tem que conservá-lo como beneficiário, não podendo rescindir o seu contrato.

O caminho então foi cercear o direito do idoso em permanecer na Geap, aumentando o plano dos maiores de 59 anos em um total desrespeito.

Surgiu então a Anasps, no seu papel de nos proteger, acionando a Justiça a favor dos seus associados e ganhando uma liminar, ocasião em que foi proposto um acordo judicial em maio de 2017 que finalizou alguns processos judiciais ganhos pela Anasps contra aumentos abusivos. Esse acordo foi devidamente aprovado pelo Ministério Público e homologado em juízo, tudo licitamente.

A Geap deveria cumprir esse acordo. Ledo engano, acharam um jeitinho, firmaram um novo contrato com o INSS e assim, calçados nesse contrato que o denominam ‘novo’, reajustaram abusivamente a mensalidade do plano e inviabilizaram a permanência dos mais velhos no mesmo, em razão dos parcos proventos que recebem.

A Anasps mais uma vez foi buscar na Justiça o cumprimento do acordo, por meio do processo 2025 nº 073200-49.2025.8.07.0001. Conseguimos uma liminar, que foi derrubada pela Geap.

A Geap com seus cofres abarrotados e que, segundo informações, tem nos seus quadros mais de 40 advogados, contratando alguns terceirizados, todos ávidos de arrecadação, derrubaram mais uma vez a liminar da Anasps, desrespeitando o acordo feito. Mas não desistimos: ajuizamos o Recurso AI nº 0726762-69.2025.8.07.0000 para que a justiça seja feita.

Mas a pergunta que não quer calar é: essa proposta de reajuste para os idosos é de quem? Do Diretor? Ou dos conselhos de Administração e Fiscal, para o qual elegemos três servidores para ambos, sendo que os outros três de cada conselho são indicados pelo governo? Conselhos esses que conhecem o equilíbrio atuarial do grupo beneficiado pelo acordo e que mesmo assim tentam prejudicar? Quem aprovou essa aberração?

A pergunta feita sobre o reajuste à nossa colega eleita, que hoje é presidente do Conselho Fiscal, não foi respondida. A mesma afirmou que não sabe e que a resposta está sob sigilo. Como? Não entendi.

Na época da Patronal, havia resposta imediata e o CONAD e o CONFINS não eram remunerados. Portanto, o servidor era prioridade e esses órgãos exerciam a atitude de proteger os servidores beneficiários da Patronal, reivindicando sempre melhorias na rede, bem como a concessão de óculos, empréstimos a juros baixos, restaurantes próprios e supermercado a preço de custo.

Atualmente, a Geap trabalha com um marketing de prêmios para quem trouxer novos beneficiários, sorteios, prêmios em dinheiro e uso de cartões-presentes. Um método não muito ortodoxo.

Agora ficou mais difícil de reclamar e mais difícil de reivindicar. Nossa Geap virou um cabide de empregos, com esses muito bem remunerados, da direção aos conselhos. Eu diria que só resta reclamar ao Papa, porque como minha avó dizia, quem maltrata velhinhos não vai para o paraíso.

Felizmente, ainda temos a Anasps como uma esperança, que aos 33 anos defende os seus direitos.

Vamos buscar na Justiça, vamos fiscalizar e, se necessário, vamos denunciar. Desistir, JAMAIS!

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